andes.org.br |
Data:
03/05/2012
Em
reunião nesta quarta-feira (2), o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores
Públicos Federais (SPF) indicou a construção de uma greve geral do serviço
público, com paralisação por tempo indeterminado a partir de 11 de junho, caso
o governo não atenda à pauta unificada de reivindicação dos SPF. O ANDES-SN
participa do Fórum junto com outras 29 entidades nacionais e três centrais
sindicais.
A
decisão é uma resposta dos servidores ao descaso do governo federal com a
categoria, que segue há dois anos com os salários arrochados, sem recomposição
inflacionária e muito menos aumento real. Além disso, os servidores vêm
enfrentando a precarização das condições de trabalho e ataques aos direitos
básicos, como a recente privatização da previdência, com a criação da Funpresp.
Na
avaliação do Fórum, o governo continua sem apresentar nenhum avanço em relação
aos eixos da campanha salarial de 2012, inclusive, tentando descaracterizar a
mesa de negociação com o conjunto das entidades nacionais dos servidores. A
conclusão vem da análise dos resultados da última reunião com a Secretaria de
Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento (SRT/MP), em 24 de abril.
Para o
2º tesoureiro do ANDES-SS, Almir Meneses, os servidores têm vários razões para
ir à luta. “O fato é que o governo age de forma extremamente intransigente e
não negocia, nem com as 29 entidades reunidas no Fórum, nem com as categorias
em separado. Reuniões, ditas de negociações, repetem-se seja em relação à pauta
geral dos servidores, seja em relação às pautas específicas, sem que o governo
dê um único passo, por menor que seja, na direção de uma negociação de
verdade”, criticou.
Nas
reuniões com os SPF, a fala do secretário Sérgio Mendonça é sempre a mesma.
“Ele apenas diz que não há o que discutir e que recuperação salarial para este
ano é zero, havendo alguma possibilidade de reajuste para 2013, que só começará
a ser discutida em junho. Diz, ainda, que agora é o momento de tratar das
distorções de algumas categorias, porém, nas mesas específicas também não há
negociação”, aponta Meneses.
O
diretor do ANDES-SN argumenta que nas reuniões para tratar das questões
específicas o governo não mostra nenhuma inflexão da sua proposta original,
apenas diz que está estudando algumas possibilidades. “Em todas as reuniões
sobre a carreira docente que o ANDES tem participado, os representantes do
governo, apesar de concordarem com as argumentações sobre pontos específicos
(como exemplo: a carreira única, um único cargo etc), ao final reafirmam a
posição inicial, como se todo o debate tivesse apenas para manter as aparências
de uma negociação”, constata.
Dia
Nacional de Luta
A
indignação dos servidores já foi expressa no último dia 25 de abril, quando os
trabalhadores realizaram um dia nacional de paralisação e vários setores aderiram ao movimento
paredista, em especial o setor da educação federal, com a suspensão das
atividades tanto pelos docentes quanto pelos técnicos em diversas universidades
e institutos federais em todo o país.
A
reação unificada dos SPF, com perspectiva de greve geral, soma-se a outros
processos já em curso como a paralisação de 48 horas entre os servidores das
Universidades (9 e 10 de maio), 24 horas no judiciário federal (9 de maio), e
indicativo de greve por tempo indeterminado indicado pelo Setor das Instituições
Federais de Ensino Superior (Ifes) do ANDES-SN, a partir do dia 17 de maio.
“Os
servidores estão acompanhando todo o debate e a indignação cresce, como aumenta
a certeza de que sem mobilização e luta não conseguiremos nada desse governo,
por isso e importância dessa reunião do Fórum. Mostra que estamos caminhando
juntos para o embate, que se mostra inevitável”, avalia Meneses.
Para
ampliar a mobilização e fortalecer o movimento, as entidades nacionais devem
orientar as entidades de base a consolidar a unidade de ações nos estados,
reativando os fóruns estaduais.
Confira
abaixo a agenda definida pelo Fórum:
16 de
maio – Proposta de reunião com a SRT/MP para reapresentação da pauta;
17 de
maio – Dia nacional de lutas com manifestações nos estados; 30 de maio – Prazo
para o governo atender as reivindicações;
05 de
junho – Caravanas à Brasília e Plenária Nacional Unificada dos Servidores
Públicos;
11 de
junho - Data indicativa para a greve geral no setor público federal, caso não
haja atendimento das reivindicações.
Fonte:
ANDES-SN
Nenhum comentário:
Postar um comentário