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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O Governo Dilma e a economia: o menor crescimento desde o governo Collor


O governo do PT nos últimos dois anos produziu um crescimento pouco maior de 2% revelando o total fracasso da sua política econômica
27 de novembro de 2012
O crescimento brasileiro entre os anos de 2011 e 2012 deve chegar a 2,1%, na média, segundo dados divulgados pelo Boletim Focus do Banco Central. O crescimento previsto para 2012 é de cerca de 1,5%.
Este é o pior resultado desde o governo Collor, ou seja, cerca de 20 anos. Nos dois primeiros anos do governo Collor a média de crescimento foi de quase zero, 0,25%.
No governo FHC a média não foi muito diferente, 3,2% no primeiro mandato e 2,3% no segundo e, no governo Lula, 3,4% e 5,6% respectivamente. Estes não são resultados muito melhores que os obtidos por Dilma, mas mostram que ao contrário do que o governo diz exaustivamente, o Brasil não está a caminho do primeiro mundo, com crescimento constante do País, mas está indo em direção a um colapso de grandes proporções.
Segundo especialistas, o governo só está aplicando a política do consumo, mas sem investimento na produção. "Esses resultados ruins não serão salvos com políticas pontuais, como a desoneração do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos automóveis, que ajudou muito o resultado do terceiro trimestre, que esperamos ser de 0,9% na margem (comparação com o anterior) (...) mesmo com um quarto trimestre ainda melhor (1,1%), o resultado será de 1,3% no ano" (O Estado de S. Paulo, 26/11/2012).
Uma das soluções apresentadas seria aumentar ainda mais o ataque à classe trabalhadora com a desindexação do salário mínimo.
Segundo o ex-presidente do Banco Central, Carlos Thadeu de Freitas, o custo unitário do trabalho “está muito alto” e “esse custo é pressionado para cima pela política do salário mínimo, que todo ano tem um aumento real de valor (...) precisamos de uma mini-agenda de crescimento que comece por desindexar o salário mínimo"(idem).
Esta política faria com que os salários fossem aumentados sem nenhum tipo de padrão, ou seja, haveria uma desvalorização ainda maior da renda dos trabalhadores, pois os aumentos seriam dados ao gosto dos patrões.
As expectativas dos economistas é um crescimento até mesmo menor que os 1,5% do governo para 2012. Este traço de crescimento da economia brasileira, praticamente nulo, demonstra como o País está mergulhado na crise econômica e que uma recuperação e um crescimento real não vão acontecer, pois o governo não está interessado nos investimentos na indústria interna, para aumentar a produção e desenvolver o País, mas na política de migalhas que é da exportação de matérias primas.
Fonte: PCO

Novo Mapa da Violência 2012: a Cor dos Homicídios no Brasil


CEBELA, FLACSO e SEPPIR divulgam novo Mapa da Violência 2012: a Cor dos Homicídios no Brasil

Data: 28/11/2012

No âmbito das atividades do Mês da Consciência Negra e do Plano de Enfrentamento à Violência contra a Juventude Negra – Juventude Viva, o Centro Brasileiro de Estados Latino-Americanos - CEBELA e a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais - FLACSO em conjunto com a SEPPIR - Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, da Presidência da República, divulgam o Mapa da Violência 2012: A Cor dos Homicídios no Brasil, de autoria de Julio Jacobo Waiselfisz.
O estudo focaliza a incidência da questão racial na violência letal do Brasil, tomando como base os registros de mortalidade do Ministério da Saúde entre os anos de 2002 e 2010. Verifica-se nesse período uma queda de 25,5% nos números e taxas de homicídios entre brancos, enquanto os homicídios de negros aumentaram 29,8%, ampliando ainda mais a brecha existente em 2002. O estudo analisa a incidência da vitimização da pessoa negra nos Estados, municípios e capitais brasileiras, tentando identificar os focos e os determinantes dessa violência.
O estudo será apresentado pelo professor Julio Jacobo Waiselfisz no auditório térreo da SEPPIR, no bloco A da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, DF, no dia 29 de novembro, às 9h30. Estará presente a ministra chefe da SEPPIR, Luiza Bairros, e o presidente do CEBELA, Jorge Werthein.
Fonte: Ceppir

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Brasil fica em penúltimo lugar em ranking global de qualidade de educação


País ficou na frente apenas da Indonésia em levantamento que comparou desempenho de 40 nações ao redor do mundo
BBC | 27/11/2012 10:20:00
O Brasil ficou em penúltimo lugar em um ranking global de educação que comparou 40 países levando em conta notas de testes e qualidade de professores, dentre outros fatores.
A pesquisa foi encomendada à consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), pela Pearson, empresa que fabrica sistemas de aprendizado e vende seus produtos a vários países.

Em primeiro lugar está a Finlândia, seguida da Coreia do Sul e de Hong Kong

Os 40 países foram divididos em cinco grandes grupos de acordo com os resultados. Ao lado do Brasil, mais seis nações foram incluídas na lista dos piores sistemas de educação do mundo: Turquia, Argentina, Colômbia, Tailândia, México e Indonésia, país do sudeste asiático que figura na última posição.
Os resultados foram compilados a partir de notas de testes efetuados por estudantes desses países entre 2006 e 2010. Além disso, critérios como a quantidade de alunos que ingressam na universidade também foram empregados.

Para Michael Barber, consultor-chefe da Pearson, as nações que figuram no topo da lista valorizam seus professores e colocam em prática uma cultura de boa educação.
Ele diz que no passado muitos países temiam os rankings internacionais de comparação e que alguns líderes se preocupavam mais com o impacto negativo das pesquisas na mídia, deixando de lado a oportunidade de introduzir novas políticas a partir dos resultados.
Dez anos atrás, no entanto, quando pesquisas do tipo começaram a ser divulgadas sistematicamente, esta cultura mudou, avalia Barber.
"A Alemanha, por exemplo, se viu muito mais abaixo nos primeiros rankings Pisa [sistema de avaliação europeu] do que esperava. O resultado foi um profundo debate nacional sobre o sistema educacional, sérias análises das falhas e aí políticas novas em resposta aos desafios que foram identificados. Uma década depois, o progresso da Alemanha rumo ao topo dos rankings é visível para todos".
No ranking da EIU-Person, por exemplo, os alemães figuram em 15º lugar. Em comparação, a Grã-Bretanha fica em 6º, seguida da Holanda, Nova Zelândia, Suíça, Canadá, Irlanda, Dinamarca, Austrália e Polônia.

Cultura e impactos econômicos

Tidas como "super potências" da educação, a Finlândia e a Coreia do Sul dominam o ranking, e na sequência figura uma lista de destaques asiáticos, como Hong Kong, Japão e Cingapura.
Alemanha, Estados Unidos e França estão em grupo intermediário, e Brasil, México e Indonésia integram os mais baixos.
O ranking é baseado em testes efetuados em áreas como matemática, ciências e habilidades linguísticas a cada três ou quatro anos, e por isso apresentam um cenário com um atraso estatístico frente à realidade atual.
Mas o objetivo é fornecer uma visão multidimensional do desempenho escolar nessas nações, e criar um banco de dados que a Pearson chama de "Curva do Aprendizado".
Ao analisar os sistemas educacionais bem-sucedidos, o estudo concluiu que investimentos são importantes, mas não tanto quanto manter uma verdadeira "cultura" nacional de aprendizado, que valoriza professores, escolas e a educação como um todo.
Daí o alto desempenho das nações asiáticas no ranking.
Nesses países o estudo tem um distinto grau de importância na sociedade e as expectativas que os pais têm dos filhos são muito altas.
Comparando a Finlândia e a Coreia do Sul, por exemplo, vê-se enormes diferenças entre os dois países, mas um "valor moral" concedido à educação muito parecido.
O relatório destaca ainda a importância de empregar professores de alta qualidade, a necessidade de encontrar maneiras de recrutá-los e o pagamento de bons salários.
Há ainda menções às consequências econômicas diretas dos sistemas educacionais de alto e baixo desempenho, sobretudo em uma economia globalizada baseada em habilidades profissionais.

Veja como ficou o ranking Pearson-EIU:
1. Finlândia
2. Coreia do Sul
3. Hong Kong
4. Japão
5. Cingapura
6. Grã-Bretanha
7. Holanda
8. Nova Zelândia
9. Suíça
10. Canadá
11. Irlanda
12. Dinamarca
13. Austrália
14. Polônia
15. Alemanha
16. Bélgica
17. Estados Unidos
18. Hungria
19. Eslováquia
20. Rússia
21. Suécia
22. República Tcheca
23. Áustria
24. Itália
25. França
26. Noruega
27. Portugal
28. Espanha
29. Israel
30. Bulgária
31. Grécia
32. Romênia
33. Chile
34. Turquia
35. Argentina
36. Colômbia
37. Tailândia
38. México
39. Brasil
40. Indonésia

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Crise e feminização da pobreza


por Judit Esparza
para TintaRoja.es

Si los derechos de la clase trabajadora nunca se regalaron en los países capitalistas, los derechos de las mujeres no son ninguna excepción.
Los escasos e insuficientes derechos conquistados por la mujer tuvieron que ver, por un lado, con su lucha y, por otro, con la existencia de un bloque socialista, en el que las mujeres participaron desde el principio, consiguiendo una serie de derechos en materia laboral, social, familiar y de igualdad impensable en países capitalistas. Por poner algunos ejemplos: mujeres totalmente inmersas en el mercado laboral, salarios equiparados a sus compañeros varones según el principio "igual trabajo, igual salario", ayudas y prestaciones a la maternidad, amplia red de guarderías y espacios infantiles gratuitos y de amplio horario, socialización del cuidado de menores y personas dependientes, facilidades a la hora de decidir su relación familiar y su maternidad... cuestiones que colocaban a la mujer en un estatus mucho más avanzado del que contamos en la actualidad en los países capitalistas y que, tras el derrumbe del bloque socialista las colocaron, igual que a la mayor parte de la población de dichos países, en unas condiciones totales de miseria y pobreza, siendo las mujeres las más desfavorecidas.
El derrumbe del bloque socialista no sólo afectó a aquellos países que habían disfrutado del socialismo, sino que también influyó enormemente en el resto de países. Las consecuencias para la clase obrera en general, y para la mujer en particular, han sido una pérdida gradual de derechos que influyen directamente en nuestras condiciones de trabajo y de vida.
El término de "feminización de la pobreza", puesto ahora de moda en el contexto actual de crisis, no es nada nuevo y ya se daba con aterioridad a 2007, igual que otros muchos fenónemos como la precariedad en colectivos de jóvenes, mujeres e inmigrantes (especialmente), el desempleo estructural (2 millones de trabajadores/as), los bajos salarios o los desahucios.
Evidentemente, todos estos problemas, propios del capitalismo, se incrementan en este período de crisis sistémica en el que el capital necesita destruir fuerzas productivas y crear nuevos mercados para aumentar sus beneficios. En este sentido, se está produciendo un ataque brutal a los derechos de la clase trabajadora en general, y de las mujeres en particular.
Las mujeres somos uno de los colectivos que más sufrimos el capitalismo y sus crisis. Si en el capitalismo en general nuestro papel es el de unas bajas cuotas de representatividad, que principalmente se reducen al interior del hogar, así como un papel subsidiario al del hombre en el mercado laboral, esto se acrecienta en períodos de crisis.
Somos mujeres quienes nos vemos afectadas en mayor medida por contratos eventuales, discontinuos, de prácticas o de sustitución, siendo cada vez más fácil y más barato despedirnos. Somos nosotras quienes coptamos buena parte del empleo sumergido, con lo que ello implica de cara a la cotización y todo lo que se deriva de ello (prestaciones por desempleo, pensiones, derecho a seguridad social...), existe una brecha de más del 30% de sueldo entre nosotras y nuestros compañeros varones, somos nosotras quienes realizamos la mayor parte del trabajo no remunerado.
En los inicios de este nuevo período de crisis estructural, tuvimos que lidiar con el engaño de que esto era "una nueva oportunidad para la mujer y para la igualdad". Siendo sectores como la construcción o la industria (principalmente ocupados por hombres), los más perjudicados en un principio, se produjo una incorporación de mujeres al mercado laboral. Pero el hecho de tener un trabajo no significa mantener unas condiciones de vida dignas, y desde luego eso fue lo que pasó con las mujeres que se incorporaron al mercado laboral. Las condiciones de los puestos de trabajo que ocupaban no permitían su independencia económica, ni siquiera un apoyo decente a la economía familiar. Hablamos de sectores muy precarizados y con pésimas condiciones (como servicios sociales o cuidados): contratos a tiempo parcial, bajos salarios, altas tasas de temporalidad... Además, este nuevo engaño del sistema duró poco, siendo inmediatamente atacados estos sectores, y aumentando por lo tanto el desempleo femenino.
En cuanto al desempleo, hay que tener en cuenta que, si bien el número total de desempleados varones es superior al de mujeres, la tasa de actividad de estas es menor a la de los varones y, sin embargo, es mayor la tasa de desempleo. Especialmente preocupante es la tasa de desempleo entre mujeres jóvenes de entre 16 y 25 años (eso teniendo en cuenta que la tasa de desempleo sólo se mide en función de las mujeres apuntadas como demandantes de empleo, lo que implica que en realidad es mucho mayor), no llegando muchas jóvenes a incorporarse siquiera al mercado laboral, y quedando sujetas al ámbito privado del hogar, privadas de cualquier tipo de ingreso por mínimo que sea.
Y no es sólo el desempleo, sino las prestaciones a las que las mujeres podemos optar una vez nos encontramos en esa situación: los tipos de contratos, la escasa cotización a la seguridad social y los salarios de miseria, provocan que nuestras prestaciones por desempleo sean de una ínfima cuantía y por el menor tiempo.
Pasa lo mismo con las pensiones, cobrando las mujeres aquellas de menor cuantía en todos los casos. Además, reformas como la llamada "pensionazo" provocarán que en un futuro se acreciente más esta situación de feminización de la pobreza, pudiendo optar aún menos a una pensión decente, precisamente por cuestiones como los bajos salarios o las cotizaciones irregulares a la seguridad social.
Los recortes y la pérdida de derechos para la clase trabajadora nos afectan de manera especial. Por poner un ejemplo, el último recorte del 15% en servicios sociales nos afecta de manera sangrante, ya que implica que todo aquello que no sea cubierto por el estado debido a ese recorte (especialmente todo el tema de cuidado de personas dependientes), será cubierto por mujeres de manera gratuita.
Nos encontramos en un período en el que las tasas de pobreza están aumentando de manera alarmante. Entre esas tasas de pobreza, la pobreza entre las mujeres aumenta de manera especial, entre otras cosas por todo lo anterior. La mayoría de los hogares pobres están encabezados por una mujer, o son hogares en los que vive una mujer sola.
Y ante todo esto, nos encontramos ahora con "el día contra la violencia de género". Como si todo lo anterior, consecuencia del propio sistema, no fuese violencia contra la clase trabajadora en general y la mujer en particular. No hay nada más grave y más sangrante que una mujer que pierde la vida, y ya van más de 90 este año. Pero esto no es sino una consecuencia del sistema. No se puede lamentar las consecuencias sin atacar las causas. No se puede lamentar una muerte y no atacar al sistema capitalista, que provoca todas las situaciones antes mencionadas dejándonos en una situación de desprotección total. No se puede lamentar una muerte y no atacar el patriarcado, que hecha sobre la mujer la culpa de la violencia contra ellas (no se atrevió a denunciar, es una cobarde, como puede una mujer permitir que le pase esto...) y que nos impone unos cánones que nos colocan en una situación inferior al hombre en todos los sentidos. La alianza entre el capitalismo y el patriarcado es criminal, y tienen consecuencias nefastas para nosotras. Debemos dar una respuesta para romper nuestras cadenas de género y de clase. Debemos luchar por la construcción de la sociedad socialista-comunista.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Não sai na grande mídia: PETELECO DA VIOLA "FALA SÉRIO".


Interessante canção de um músico amazonense que, até agora não fez sucesso, apesar da boa letra de suas canções. A grande curiosidade é que, apesar da consciência política, digna de pessoas com nível de escolaridade mais avançado, ele é pedreiro.

Tamara Bunke, a inesquecível “Tania, a guerrilheira"


INGO NIEBEL / AVN – Colonia (Alemania) – El 2012 marca como ningún otro año la vida y muerte de la revolucionaria e internacionalista germano-argentina Haydée Tamara Bunke Bíder, que como “Tania, la guerrillera” entró en la historia de la lucha de América Latina y del Caribe por su libertad del yugo capitalista.
Este lunes 19 de noviembre, la ciudadana de la República Democrática Alemana (RDA), habría cumplido 75 años, pero ni siquiera pudo celebrar su 30 cumpleaños.
Hace 45 años, el 31 de agosto de 1967, murió con el fusil en mano en una emboscada que había preparado un destacamento especial del ejército boliviano al grupo guerrillero.
Seis semanas después cayó también su comandante, Ernesto „Che“ Guevara de la Serna, asesinado por agentes a sueldo de la CIA.
En su día, la socialista RDA reconoció el compromiso revolucionario de la mujer que había sido ciudadana suya desde 1952 dando su nombre a más de dos centenares de instituciones.
Sin embargo, en 1990 tras la unificación de los dos Estados alemanes que selló la victoria de la capitalista República Federal de Alemania (RFA) se inició una purga penal y política, social y cultural que llegó a erradicar también el nombre de “Tamara Bunke”. Sólo su madre, Nadia, defendió el recuerdo de su hija contra cada tipo de calumnia y desinformación.
Tamara nació en 1937 en Buenos Aires, adonde sus padres habían emigrado, porque al ser comunistas su vida corría peligro en la Alemania nazi. En 1952 la familia Bunke volvió a Alemania, en concreto a la RDA, para ayudar en la construcción del socialismo.
Tamara se entregó de lleno en esta labor, militando en diferentes organizaciones de masa. Vivió que el socialismo no era algo abstracto, sino algo real Cuando pidió el ingreso en el Partido Socialista Unificado de Alemania dejó claro que en adelante quería volver a su “patria Argentina” para ayudar al Partido Comunista, entonces prohibido.
Mientras tanto Tamara se interesaba por el curso que tomaba la Revolución cubana y en 1960 llegó a ser interprete del comandante Che Guevara durante su visita a la RDA. Un año más tarde Tamara viajó junto con el ballet nacional de Cuba a la Isla y se entregó de lleno a la consolidación y defensa de la Revolución cubana.
En 1963 se encontró en disposición de partir a la lucha en América Latina. Su instructor Ulises Estrada la preparó para luchar en el frente clandestino. Tamara adoptó el nombre de lucha „Tania“, en recuerdo de una partisana soviética que murió luchando al fascismo alemán.
El destino le llevó a Bolivia donde bajo identidad falsa recogió informaciones sensibles que ayudarían al Che a iniciar la guerrilla en el país andino. En adelante sería su enlace con los compañeros cubanos en el exterior.
En 1967 Tamara se convirtió definitivamente en „Tania, la guerrillera“ cuando por diferentes razones ya no podía regresar a La Paz y optó por integrarse en la guerrilla liderada por el Che.
Mientras que en Alemania la amnesia histórica ha borrado casi por completo el recuerdo de Tamara Bunke, en Cuba se mantiene viva a “Tania, la guerrillera inolvidable”.
Así se titula la segunda edición ampliada del libro que escribieron la escritora Marta Rojas y la periodista Mirta Rodríguez Calderón junto con Ulises Estrada.
Y es más: El comandante de la Revolución cubana, Fidel Castro Ruz cumplió su promesa dada a la madre Nadia de que sus expertos iba a buscar también los restos mortales de su hija en Bolivia y que ésta descansaría definitivamente en el Memorial Ernesto Che Guevara junto al „guerrillero heroico“ y a los demás 37 compañeros que cayeron con ella en la guerrilla boliviana.
En 1998 su madre presenció las honras fúnebres que el Estado cubano y el pueblo de Santa Clara le rindieron a “Tania, la guerrillera“.
En 1999 la comisión municipal de Historia de Cienfuegos colocó una placa conmemorativa en la casa donde Tamara su preparó para lucha clandestina.
Marta Rojas terminó el mencionado libro sobre Tamara con la siguiente cita del líder guerrillero boliviano Inti Peredo que había luchado junto con Tania: “¡Murió heroicamente por la libertad de América Latina, pero vivirá siempre como un ejemplo de lo que es capaz de hacer una mujer valiente y revolucionaria de verdad!”

Num dia como hoje morria o "Boca do Inferno"


Em 26 de novembro de 1695 morria Gregório de Matos, mais conhecido como "O boca do inferno”. Em tempos de imprensa comprada, intelectuais descomprometidos com as causas sociais precisamos de muitos como "o boca do inferno" para sublinhar em letras desconcertantes o que teimamos em ignorar. Salve Gregório de Matos! A Bahia não mudou muito desde que ele nos deixou. (Juliana Brito).
"Que falta nesta cidade? ... Verdade.
Que mais por sua desonra? ... Honra.
Falta mais que se lhe ponha? ... Vergonha."


Advogado e poeta, nasceu na então capital do Brasil, Salvador, BA, em 7 de abril de 1623, numa época de grande efervescência social, e faleceu em Recife, PE, em 1696. É o patrono da Cadeira n. 16, por escolha do fundador Araripe Júnior.
Foram seus pais Gregório de Matos, fidalgo da série dos Escudeiros, do Minho, Portugal, e Maria da Guerra, respeitável matrona. Estudou Humanidades no Colégio dos Jesuítas e depois transferiu-se para Coimbra, onde se formou em Direito. Sua tese de doutoramento, toda ela escrita em latim, encontra-se na Biblioteca Nacional. Exerceu em Portugal os cargos de curador de órfãos e de juiz criminal e lá escreveu o poema satírico Marinícolas. Desgostoso, não se adaptou à vida na metrópole, regressando ao Brasil aos 47 anos de idade. Na Bahia, recebeu do primeiro arcebispo, D. Gaspar Barata, os cargos de vigário-geral (só com ordens menores) e de tesoureiro-mor, mas foi deposto por não querer completar as ordens eclesiásticas. Apaixonou-se pela viúva Maria de Povos, com quem passou a viver, com prodigalidade, até ficar reduzido à miséria. Passou a viver existência boêmia, aborrecido do mundo e de todos, e a todos satirizando com mordacidade. O governador D. João de Alencastre, que primeiro queria protegê-lo, teve afinal de mandá-lo degredado para Angola, a fim de o afastar da vingança de um sobrinho de seu antecessor, Antônio Luís da Câmara Coutinho, por causa das sátiras que sofrera o tio. Chegou a partir para o desterro, e advogava em Luanda, mas pôde voltar ao Brasil para prestar algum serviço ao Governador. Estabelecendo-se em Pernambuco, ali conseguiu fazer-se mais querido do que na Bahia, até que faleceu, reconciliado como bom cristão, em 1696, ao 73 anos de idade.
Como poeta de inesgotável fonte satírica não poupava ao governo, à falsa nobreza da terra e nem mesmo ao clero. Não lhe escaparam os padres corruptos, os reinóis e degredados, os mulatos e emboabas, os “caramurus”, os arrivistas e novos-ricos, toda uma burguesia improvisada e inautêntica, exploradora da colônia. Perigoso e mordaz, apelidaram-no de “O Boca do Inferno”. Foi o primeiro poeta a cantar o elemento brasileiro, o tipo local, produto do meio geográfico e social. Influenciado pelos mestres espanhóis da Época de Ouro Góngora, Quevedo, Gracián, Calderón sua poesia é a maior expressão do Barroco literário brasileiro, no lirismo. Sua obra compreende: poesia lírica, sacra, satírica e erótica. Ao seu tempo a imprensa estava oficialmente proibida. Suas poesias corriam em manuscritos, de mão em mão, e o Governador da Bahia D. João de Alencastre, que tanto admirava “as valentias desta musa”, coligia os versos de Gregório e os fazia transcrever em livros especiais. Ficaram também cópias feitas por admiradores, como Manuel Pereira Rabelo, biógrafo do poeta. Por isso é temerário afirmar que toda a obra a ele atribuída haja sido realmente de sua autoria. Entre os melhores códices e os mais completos, destacam-se o que se encontra na Biblioteca Nacional e o de Varnhagen no Palácio Itamarati. (Cortesia da Academia Brasileira de Letras).
Fonte da reprodução: LPM

Ministro põe em pauta salário vitalício de ex-governadores

Dida Sampaio/Estadão
Presidente Dilma cumprimenta o
novo presidente do STF, Joaquim Barbosa

Além de concluir o caso do mensalão, novo presidente do Supremo terá pela frente série de julgamentos polêmicos

22 de novembro de 2012 | 22h 30

BRASÍLIA - Minutos antes de ser empossado presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Joaquim Barbosa liberou para pauta de julgamento do plenário o processo movido pela Ordem dos Advogados do Brasil que contesta o pagamento de aposentadoria vitalícia a ex-governadores de Rondônia.
Depois, sinalizou que esse deve ser um dos primeiros casos de repercussão na Corte na nova gestão. Se o relator não tivesse tomado essa atitude, pelo regimento do tribunal, o processo ficaria paralisado até ser redistribuído para quem fosse ocupar a cadeira do ministro recém-aposentado Carlos Ayres Britto.
A ação referente a Rondônia, ajuizada em março de 2011, é uma da série de 12 que a OAB apresentou para sustar o pagamento a ex-chefes de executivos estaduais País afora. O escândalo veio à tona no início do ano passado. Revelou-se que cerca de 60 ex-chefes de Executivo estadual recebiam o pagamento vitalício, alguns por mais de 20 anos. A repercussão negativa incomodou o Supremo.
Futuras sessões. O novo presidente do STF terá pela frente em seu mandato de dois anos grandes temas da Justiça e questões políticas para enfrentar na sua gestão. Além da aplicação das penas do mensalão e os recursos dos condenados, o ministro Joaquim Barbosa deverá passar por novas sessões históricas.
Estão para ser julgados casos como o do mensalão mineiro, em que o deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) é acusado de desvio de dinheiro público para sua candidatura a governador de Minas em 1998. O STF analisará ainda o depoimento de Marcos Valério, que pediu delação premiada com acusações a Lula e ao ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.
Barbosa terá ainda de lidar com decisões que afetam a economia. Na Previdência, o STF tem ações que podem impactar bilhões. Uma das mais esperadas é a da troca de benefício (desaposentação) para segurados que continuam a trabalhar depois que se aposentam. O custo dessa revisão pode chegar a R$ 69 bilhões, segundo o governo.
A questão dos expurgos inflacionários de planos econômicos de 1987 a 1991, que causaram perdas para a poupadores, também está parada. Os bancos conseguiram suspender as cobranças dos clientes com uma ação no STF.
Além disso, há os processos deixados por Ayres Britto em que ele era relator. O mais recente a entrar em pauta é sobre o amianto, em uma ação contra leis estaduais que proíbem a comercialização desse material em São Paulo e no Rio Grande do Sul. A votação está empatada e não tem data para continuar. / COLABOROU LUCIANO BOTTINI FILHO

domingo, 25 de novembro de 2012

O futuro dos alimentos

George Alagiah viaja pelo mundo para revelar o crescimento global da crise alimentar que pode afectar o planeta nestes anos mais próximos.

sábado, 24 de novembro de 2012

Belchior: agora a boa música brasileira é tratada como caso de polícia


Era feito aquela gente honesta, boa e comovida/Que caminha para a morte pensando em vencer na vida/Era feito aquela gente honesta, boa e comovida/Que tem no fim da tarde a sensação/Da missão cumprida/Acreditava em Deus e em outras coisas invisíveis/Dizia sempre sim aos seus senhores infalíveis/Pois é; tendo dinheiro não há coisas impossíveis (“Pequeno perfil de um cidadão comum”)


Desde domingo, 18/11, a mídia murdochiana vem promovendo uma série de ataques a um dos maiores ícones da autêntica música popular brasileira, o cantor Belchior, que beiram ao histerismo. Como veremos, este tratamento não é um fato isolado ou que esteja colocado apenas para pautar jornalecos ou programas sensacionalistas como a revista domingueira “Fantástico”. A emissora dos Marinhos, em reportagem especial de vários minutos, afirma que Belchior desapareceu de um hotel no Uruguai sem pagar a dívida de hospedagem e responde por diversas outras cobranças no Brasil. Mais uma vez, a mídia transforma em “espetáculo” um drama pessoal, obviamente não no sentido de buscar uma solução, mas sim para raivosamente incriminar e condenar a priori os envolvidos. Mas por que esta perseguição, que remonta desde 2009 pela também Rede Globo que afirmava na época Belchior teria desaparecido quando, na verdade, estava na ativa preparando disco e shows? Belchior foi um dos primeiros cantores nordestinos a fazer sucesso em todo o Brasil em meados dos anos 70, quando participava de um grupo de jovens compositores e músicos cearenses, ao lado de Fagner, Ednardo, Fausto Nilo, Rodger Rogério, Teti, Cirino e outros, conhecidos nacionalmente como o “Pessoal do Ceará” que, fruto desta parceria, compuseram o disco “Massafeira” em 1980. Nesta época consolidou-se não apenas como um cantor, mas cresceu sobre uma proposta (contra)cultural de crítica ao modo de vida imposto pelo regime militar pós-golpe de 1964, lançando canções ácidas e engajadas ao mesmo tempo sensuais do quilate de “Velha roupa colorida”, “Como nossos pais” (que sensibilizaram inclusive Elis Regina!), “Apenas um rapaz latino-americano”, “Divina comédia humana” e a genialíssima crônica da vida “Pequeno perfil de um cidadão comum”. Por isto mesmo o establishment burguês trata de colocar, em tempos de reação ideológica, na marginalidade este menestrel de tão lírica e coerente obra.
Contudo, o que na primeira reportagem de 2009 transparecia ser uma preocupação com o seu desaparecimento, hoje a situação adquiriu outro aspecto, pois Belchior vem sofrendo um verdadeiro linchamento de toda a imprensa nacional após a reportagem do “Fantástico”, com um tom bem mais agressivo e de conteúdo nitidamente policialesco, acusando-o de ter deixado um rastro de “falcatruas” por onde passara, no Uruguai e no Brasil, agora “encontrado” em Porto Alegre. Em curta declaração ao jornal Zero Hora (21/11), afirma que “esta notícia que está circulando é mentirosa”. O que mais chama a atenção dentro de tudo isto, é que Belchior é um dos poucos artistas nacionais, tal como Ednardo, que se recusou a adotar a “unanimidade” dos ritmos atuais (forró eletrônico, axé-music, sertanejo universitário, pagode mauricinho etc.), muito diferente da postura de Fagner, por exemplo, com quem rompeu por discordar de sua linha de criação e conduta claudicante perante a mídia, e que vem atuando praticamente como garoto propaganda da oligarquia “socialista” dos Ferreira Gomes no Ceará, aceitando passivamente cantar músicas de baixa qualidade do tipo “pop-forró” desenraizado de sua natureza e realidade rural tão bem retratada por Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira...
No entanto, o ponto fulcral da perseguição policialesca a Belchior deve ser compreendido na essência da própria época por que passamos e vivemos, de profundo retrocesso ideológico e cultural da humanidade, cada vez mais dominada pela idiotização da internet (as famigeradas e controladas redes sociais), pelos meios de comunicação de massa e a opinião pública a serviço da contrarrevolução imperialista nos países semicoloniais como o Brasil. Assim, qualquer elemento de resistência cultural, mesmo que não esteja em voga na mídia, deve ser destruído, por ser considerado “velho” e contestador da estupidificação das mentes da juventude, cujas letras e poesia da obra de Belchior tratam da inconformidade e de um claro engajamento musical voltado a um projeto estético-político contracultural rechaçado pela ideologia dominante. A ruptura com a “inquestionalidade” e com a cultura do óbvio não mais interessa à classe dominante, o que importa acima de tudo é ser “moderno e atualizado”, em conformidade ao que impõe goela abaixo a indústria cultural de massas voltada exclusivamente para o mercado de consumo do “novo” e do politicamente correto, o que implica inexistência de espaço para a crítica mais ácida aos costumes e idiossincrasias. Muitos artistas consagrados, exponenciais como Chico Buarque, já se renderam covarde e mediocremente a esta situação, declinando conscientemente de se constituir em um pólo que faça germinar qualquer semente de resistência cultural no país, vergando-se às imposições da “voz do dono”.
Desta forma, os detentores da propriedade privada dos meios de comunicação em associação com o imperialismo tratam de destruir os últimos resquícios de resistência cultural ainda existentes para impor os “novos” valores ideológicos extremamente conservadores e belicosos a fim de eliminar o “velho” da sociedade e o que resta da boa música brasileira para logo impor padrões de consumo descartáveis e de baixa qualidade artistíca. Neste sentido, o agora demonizado Belchior, ocupa as colunas policiais dos jornalões da imprensa charlatã. Por outro lado, o grande depositário da cultura de resistência político-cultural deve ser o proletariado, organizado desde seus locais de moradia, estudo e trabalho de forma que possa enfrentar com sua ação direta os ditames da burguesia, a política do “consenso” e o capital financeiro internacional que é o grande beneficiário da idiotização principalmente da juventude. Somente a classe operária dirigida por um partido comunista pode ter em suas mãos o futuro e um horizonte cultural pleno de satisfação e júbilo através da destruição revolucionária e violenta do atual modo de produção e, sobre suas cinzas, erguer as bases de uma nova sociedade.
Fonte: Blog da LBI

Elisa Lucinda - Só de Sacanagem


Só de sacanagem

 (Elisa Lucinda)

“Meu coração está aos pulos! Quantas vezes minha esperança será posta à prova? Por quantas provas terá ela de passar? Tudo isto que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro... Do meu dinheiro, do nosso dinheiro, que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais. Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais...
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz. Meu coração está no escuro. A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam. ‘Não roubarás’. ‘Devolva o lápis do coleguinha’; ‘esse apontador não é seu, minha filha’. Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido de escutar, até habeas corpus preventivo, coisa da qual eu nunca tinha ouvido falar e sobre a qual minha pobre lógica insiste. Esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se meteram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido. Então agora eu vou sacanear, mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem.
Dirão:
- ‘Deixa de ser boba! Desde Cabral que aqui todo mundo rouba’!
E eu vou dizer:
- ‘Não importa, não será esse o meu carnaval. Vou confiar mais e outra vez, eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês’.
Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau!
Dirão:
- ‘É inútil! Todo mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal’!
E eu direi:
- ‘Não admito! Minha esperança é imortal. E eu repito: i-mor-tal’!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final”.

GEILC/MP promove: Memória Histórica e Educação – fronteiras entre a ideologia e a realidade


No dia 27/11/2012, uma terça-feira, às 19:30 horas, no Auditório do Módulo IV (Pedagogia) da UESB acontecerá mais uma atividade do Projeto de Extensão “Memória e Ideologia no campo da luta de classes”, promovido pelo GEILC (Grupo de Estudos de Ideologia e Lutas de Classe), ligado ao Museu Pedagógico da UESB. O escopo do Projeto objetiva investigar temas e processos relacionados à produção/reprodução capitalista, tendo como referenciais teórico-analíticos as categorias Ideologia, Memória e História, as entendendo como relacionadas aos fenômenos centrais desse processo.
A proposta é discutir e integrar a produção do conhecimento acadêmico-científica institucional e esta com comunidade em geral.
Nesta sessão,  o GEILC convidou a professora doutora Lívia Diana Rocha Magalhães (UESB), que discutirá o conceito de Memória Histórica incorporado aos estudos da educação. Na oportunidade, versará sobre a construção social do passado e os seus usos no presente, abordando essa relação com o campo das ideologias – conectados com o estudo da chamada memória histórica – como condição fundamental para a revelação de aspectos sociopolíticos ainda pouco revelados sobre a sociedade e a educação no Brasil.
Lembramos que o evento emitirá certificado, cuja exigência é a presença física registrada na assinatura da lista.
As próximas atividades do Projeto para este ano são:
07/12/2012 – As esquinas perigosas da História: memórias revolucionárias, com o professor doutor do Cefet-SP, Valério Arcary.
08/12/2012 – Conversa Afiada com o professor Valério Arcary.
14/112/2012 – Palestra com a professora doutora Alexandrina Luz, da Universidade Federal de Sergipe sobre tema que versa sobre a construção da memória e ideologia.
Acompanhem nossa programação pelo Almoço das Horas.

Surreal: TST negou indenização a pedreiro que caiu do andaime e ficou paraplégico em obra em Vitória da Conquista, Bahia

Josias de Souza
23/11/2012 - 18:25

O Tribunal Superior do Trabalho indeferiu pedido de indenização feito por um pedreiro contra a empresa baiana Padrão Engenharia Ltda. Em fevereiro de 2003, dez dias depois de ter sido contratado, o trabalhador caiu de um andaime de dois metros de altura. O acidente resultou numa avaria na coluna cervical. Socorrido com imperícia, o acidentado ficou paraplégico.
A coisa aconteceu na cidade de Vitória da Conquista. Após a queda, o pedreiro foi levado ao Hospital de Base, uma casa de saúde pública. Sentia fortes dores. Acomodaram-no numa maca. Teve de esperar para ser atendido. O médico que assistiu o paciente receitou-lhe uma injeção do remédio Voltarem. E mandou-o para casa. A alta hospitalar revelou-se desastrosa.
Como as dores persistiram, o pedreiro retornou ao hospital. Dessa vez, foi internado. Mas já era tarde. Ficou paraplégico. A suspeita de erro médico levou o acidentado a acionar na Justiça o doutor e o hospital. Condenado à cadeira de rodas, o trabalhador decidiu mover também uma ação contra seu empregador na Justiça do Trabalho. Prevaleceu na primeira instância. Porém…
O TRT da Bahia revogou a decisão que condenara a Padrão Engenharia a indenizar o pedreiro. Alegou-se que o reclamante fora vítima de uma fatalidade e não havia provas que apontassem para a culpa da empresa. A sentença do TRT anotou: O empregado “não sabe a quem responsabilizar pela sequela a que foi acometido, se ao seu empregador, para quem prestou serviços em obra de acabamento no interior do imóvel e que teria motivado a queda dez dias após a sua admissão, ou se ao médico e ao hospital, que lhe prestaram os primeiros socorros e negligenciaram o tratamento emergencial que deveria ter tido, cometendo erro médico crasso.”
Inconformado, o pedreiro foi bater às portas do TST, em Brasília. Coube ao ministro Caputo Bastos relatar a encrenca. Ele manteve o indeferimento do pedido de indenização moral e material formulado contra a empresa. Caputo escreveu: “A partir da leitura da petição inicial, constata-se que o autor limita-se a trazer as razões do seu inconformismo, deixando de indicar qual seria o fato inexistente que teria sido admitido pelo egrégio Tribunal Regional [da Bahia] ou qual seria o fato, efetivamente ocorrido, tido por inexistente, razão pela qual a sua pretensão rescisória mostra-se totalmente infundada.”
Em português das ruas: para o ministro, os advogados do pedreiro não conseguiram apontar erro na sentença baiana. O voto de Caputo foi referendado pela Subseção II Especializada em Dissídios Individuais do TST. Ficou no ar uma dúvida: será que o operário escalou o andaime munido de equipamentos de segurança?
Fonte: Blogosfera

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Eduardo Galeano: “Quem deu a Israel o direito de negar todos os direitos?”

Eduardo Galeano: “Este artigo é dedicado a meus
 amigos judeus assassinados pelas ditaduras
 latinoamericanas que Israel assessorou”

O exército israelense, o mais moderno e sofisticado mundo, sabe a quem mata. Não mata por engano. Mata por horror. As vítimas civis são chamadas de “danos colaterais”, segundo o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez “danos colaterais”, três são crianças

por Eduardo Galeano

Para justificar-se, o terrorismo de estado fabrica terroristas: semeia ódio e colhe pretextos. Tudo indica que esta carnificina de Gaza, que segundo seus autores quer acabar com os terroristas, acabará por multiplicá-los.

Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade, seu tudo. Nem sequer têm direito a eleger seus governantes. Quando votam em quem não devem votar são castigados. Gaza está sendo castigada. Converteu-se em uma armadilha sem saída, desde que o Hamas ganhou limpamente as eleições em 2006. Algo parecido havia ocorrido em 1932, quando o Partido Comunista triunfou nas eleições de El Salvador. Banhados em sangue, os salvadorenhos expiaram sua má conduta e, desde então, viveram submetidos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem.
São filhos da impotência os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com desajeitada pontaria sobre as terras que foram palestinas e que a ocupação israelense usurpou. E o desespero, à margem da loucura suicida, é a mãe das bravatas que negam o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficaz guerra de extermínio está negando, há muitos anos, o direito à existência da Palestina.
Já resta pouca Palestina. Passo a passo, Israel está apagando-a do mapa. Os colonos invadem, e atrás deles os soldados vão corrigindo a fronteira. As balas sacralizam a pilhagem, em legítima defesa.
Não há guerra agressiva que não diga ser guerra defensiva. Hitler invadiu a Polônia para evitar que a Polônia invadisse a Alemanha. Bush invadiu o Iraque para evitar que o Iraque invadisse o mundo. Em cada uma de suas guerras defensivas, Israel devorou outro pedaço da Palestina, e os almoços seguem. O apetite devorador se justifica pelos títulos de propriedade que a Bíblia outorgou, pelos dois mil anos de perseguição que o povo judeu sofreu, e pelo pânico que geram os palestinos à espreita.
Israel é o país que jamais cumpre as recomendações nem as resoluções das Nações Unidas, que nunca acata as sentenças dos tribunais internacionais, que burla as leis internacionais, e é também o único país que legalizou a tortura de prisioneiros.
Quem lhe deu o direito de negar todos os direitos? De onde vem a impunidade com que Israel está executando a matança de Gaza? O governo espanhol não conseguiu bombardear impunemente ao País Basco para acabar com o ETA, nem o governo britânico pôde arrasar a Irlanda para liquidar o IRA. Por acaso a tragédia do Holocausto implica uma apólice de eterna impunidade? Ou essa luz verde provém da potência manda chuva que tem em Israel o mais incondicional de seus vassalos?
O exército israelense, o mais moderno e sofisticado mundo, sabe a quem mata. Não mata por engano. Mata por horror. As vítimas civis são chamadas de “danos colaterais”, segundo o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez “danos colaterais”, três são crianças. E somam aos milhares os mutilados, vítimas da tecnologia do esquartejamento humano, que a indústria militar está ensaiando com êxito nesta operação de limpeza étnica.
E como sempre, sempre o mesmo: em Gaza, cem a um. Para cada cem palestinos mortos, um israelense. Gente perigosa, adverte outro bombardeio, a cargo dos meios massivos de manipulação, que nos convidam a crer que uma vida israelense vale tanto quanto cem vidas palestinas. E esses meios também nos convidam a acreditar que são humanitárias as duzentas bombas atômicas de Israel, e que uma potência nuclear chamada Irã foi a que aniquilou Hiroshima e Nagasaki.
A chamada “comunidade internacional”, existe? É algo mais que um clube de mercadores, banqueiros e guerreiros? É algo mais que o nome artístico que os Estados Unidos adotam quando fazem teatro?
Diante da tragédia de Gaza, a hipocrisia mundial se ilumina uma vez mais. Como sempre, a indiferença, os discursos vazios, as declarações ocas, as declamações altissonantes, as posturas ambíguas, rendem tributo à sagrada impunidade.
Diante da tragédia de Gaza, os países árabes lavam as mãos. Como sempre. E como sempre, os países europeus esfregam as mãos. A velha Europa, tão capaz de beleza e de perversidade, derrama alguma que outra lágrima, enquanto secretamente celebra esta jogada de mestre. Porque a caçada de judeus foi sempre um costume europeu, mas há meio século essa dívida histórica está sendo cobrada dos palestinos, que também são semitas e que nunca foram, nem são, antissemitas. Eles estão pagando, com sangue constante e sonoro, uma conta alheia.

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Ciência sem Fronteiras exclui pelo menos 24 cursos de novo edital


Vedete do governo federal, nem o “Ciência sem Fronteiras” escapa à sanha neoliberal petista e mostra que tem fronteiras reais.

Programa é focado na área tecnológica, mas a categoria Indústria Criativa era uma ‘brecha’ para alunos de Humanas

Clarice Cudischevitch e Isabela Lamster
Especial para O Estado de S. Paulo
21 de novembro de 2012 | 23h 04

O programa federal Ciência Sem Fronteiras (CsF) excluiu no seu mais novo edital a possibilidade de participação de estudantes de pelo menos 24 cursos, 20 deles de Ciências Humanas. O foco principal do CsF é a área tecnológica, mas 1.114 estudantes de Humanas já haviam sido contemplados pelo programa em uma área chamada Indústria Criativa.
O número representa 6% do total de bolsistas, mas é maior, por exemplo, que o número de beneficiados de Computação e Tecnologia da Informação (887 bolsistas), uma das mais estratégicas para o País. Até agora, 17.134 estudantes estão em outros países pelo programa.
Nesse edital foram excluídos cursos como Publicidade, Artes Plásticas, Cinema, Jornalismo. Carreiras da área de Saúde também foram atingidas, como Enfermagem e Fisioterapia.
Em entrevista ao Estado há duas semanas, Jorge Guimarães, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) - um dos órgãos responsáveis pelo CsF - já havia adiantado que poderia alterar os editais. A definição da área Indústria Criativa no site do programa já havia sido modificada por ser considerada muito abrangente.
“A primeira definição tinha ficado muito frouxa e pessoas de áreas similares acharam que podiam ser incluídas”, disse Guimarães. “A ênfase continua sendo as áreas tecnológicas.”
As mudanças causaram revolta entre estudantes, que já se mobilizaram no Facebook, com a criação do grupo “Ciência com Fronteiras”, que já conta com 700 membros. O estudante de Jornalismo da PUC-MG, Igor Silva, de 19 anos, foi pego de surpresa. "Já tinha gastado mais de R$ 800 me preparando para os exames de certificação". Ele planejava estudar na Austrália.
A estudante de Publicidade na Universidade de Fortaleza,Thaís Esmeraldo, de 21, se disse “desrespeitada” com a mudança. “Pessoas que antes tinham a mesma condição que tenho hoje, puderam participar. Por que me tiraram esse direito?”, questiona Thaís.
A estudante queria  fazer uma graduação sanduíche na University of East London, em Londres, Inglaterra. Para agilizar o processo, Thaís já havia, inclusive, agendado um teste de proficiência em Brasília, pois não conseguiu uma vaga em sua cidade. Pelo exame, a jovem desembolsou R$ 440. "A sorte foi que a passagem eu comprei por milhas", diz. Mesmo diante das mudanças, Thaís diz que fará a prova.

A porta que foi fechada
O programa de intercâmbio prevê a concessão de 101 mil bolsas em quatro anos, com foco nas Engenharias, Tecnologia da Informação, Ciências Exatas e afins. O fato de o CsF não abranger, a princípio, as Ciências Humanas e Sociais já foi bastante criticado por entidades como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e a Associação Nacional de Pós-Graduação.
A justificativa é que esses cursos no Brasil não têm lacunas a serem preenchidas como os de Ciências Exatas, Engenharias e áreas tecnológicas e, portanto, não precisariam ser complementados com o estudo em universidades do exterior. "Além disso, o CNPq e a Capes mantiveram os programas usuais das duas agências, nos quais não há prioridade de área, e sim de mérito", afirmou, em julho, o presidente da Capes, Jorge Guimarães, defendendo que as Ciências Humanas e Sociais continuavam com oportunidades para intercâmbios.
"Historicamente, as Ciências Humanas foram muito mais beneficiadas pelas universidades públicas, por isso muita gente se formou nesses cursos", explica a consultora em educação Ilona Becskeházy. "Agora o governo está sendo estratégico, priorizando a área que precisa de mais retorno - tecnologia e inovação."
Entretanto, na prática, alunos de cursos como Publicidade, Jornalismo e até Artes conseguiram ser selecionados pelo programa. Isso porque a categoria de Indústria Criativa não era bem definida, apesar de incluir determinados cursos de Ciências Humanas. Nos editais, ela vinha com uma explicação entre parênteses - (Cinema, Arquitetura, Desenho Industrial, etc) - que abria uma brecha para outras áreas.
Justamente por ser mais abrangente, a Indústria Criativa já era uma das categorias que mais reunia bolsistas. Os principais cursos incluídos na área eram Arquitetura e Desenho Industrial, mas havia estudantes dos mais variados campos, como Moda, Artes Cênicas e Música. Cerca de 72% estão hoje inseridos na modalidade de Graduação Sanduíche, e a maioria está nos Estados Unidos, França, Reino Unido, Portugal, Itália e Alemanha.

Beneficiados
Nos Estados Unidos desde setembro, o estudante de Desenho Industrial da Universidade Estadual do Rio de janeiro (UERJ) Caio Logato, de 20 anos, conseguiu uma bolsa do programa para estudar um ano na Universidade de Artes e Design em Savannah. "Em sua maioria, as bolsas são só para Ciências Exatas; apesar disso, não senti nenhuma resistência à minha candidatura. Fiquei muito feliz em saber que as carreiras criativas não foram negligenciadas", diz o bolsista.
Em relação à sua experiência na nova universidade, Caio destaca que o ensino norte-americano proporciona o contato com tecnologias desconhecidas no Brasil e, por isso, tem sido muito produtivo. "Tem coisas aqui das quais eu nunca tinha ouvido falar. Os equipamentos não deixam a desejar a nenhum estúdio profissional de Hollywood. Os professores também são muito qualificados e sempre disponíveis para ajudar, dão até o número do celular para o caso de dúvidas". O estudante fala ainda sobre sua rotina intensa fora do País. "Em duas semanas eu faço projetos que no Brasil eu teria seis meses para fazer".
Responsável pelo Ciência Sem Fronteiras na Divisão de Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Paulo Guerra considera que o princípio do programa de priorizar as áreas tecnológicas é uma discriminação às Ciências Humanas e Sociais. "Isso vem de uma visão obtusa do governo de que as Engenharias são o que importa para o desenvolvimento do Brasil, mas cursos como Comunicação e Letras também têm significância."
O bolsista da Universidade Federal do Ceará (UFC) Leonardo Veras Souza, 20 anos, que está no Canadá cursando parte de sua graduação em Arquitetura e Urbanismo na Brock University, em Ontário, espantou-se ao ver que o número de vagas abertas para sua área era relativamente alto, principalmente para o seu curso, que não estava antes na lista do programa. "É uma área tão importante para o País como qualquer outra, e não pode ser deixada de lado. Essa é uma forma de valorizar futuros profissionais e investir no crescimento brasileiro. A experiência está valendo a pena para mim e outras pessoas deveriam ter a mesma oportunidade".
No caso da UFRJ, 68 alunos de cursos de Ciências Humanas se inscreveram no programa, dos quais 37 foram homologados. Foram aceitos estudantes de Arquitetura, Artes Cênicas, Comunicação Social, Comunicação Visual, Composição Paisagística, entre outros. No entanto, foram indeferidas as candidaturas de alunos de licenciaturas em geral e de Economia, Letras, Gestão Pública e Direito.
A aluna de Publicidade e Propaganda da UFRJ Nathalia Barbosa, 23 anos, foi uma das que conseguiram uma bolsa pelo programa. Ela estuda atualmente na Universidade de King's College, em Londres. De acordo com Nathalia, mesmo não cursando uma das carreiras de foco do projeto, não houve empecilhos à sua aceitação.  "Acredito que os fatores que contaram para a minha concessão foram apenas os acadêmicos: o meu currículo e projetos de iniciação científica na faculdade".
Alex Nunes Silva, 21 anos, cursa Geografia na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e também foi selecionado para estudar na Brock University. Ele diz que, quando voltar, pretende compartilhar o conhecimento adquirido no Canadá com seus companheiros de curso na UFMA. "Além disso, será a minha chance de concorrer a uma vaga de mestrado aplicando o meu conhecimento em prol do desenvolvimento do Brasil."

Mestrado em Cinema pode ser incluído no CsF
De acordo com o presidente da Capes, Jorge Guimarães, o Comitê Executivo do Ciência sem Fronteiras está considerando a possibilidade de incluir no programa a modalidade de mestrado para o curso de Cinema. "Não há doutorado nessa área, nem no Brasil e nem no exterior, então queremos melhorar a experiência dos mestrandos em Cinema", afirma. Ele diz que os cursos dessa área tendem a ser muito caros por envolverem o uso de diversos equipamentos especiais.
Guimarães conta que a próxima reunião do comitê deve acontecer no final deste mês. "É provável que essa ideia seja aprovada. Podemos pelo menos fazer um teste." Por enquanto, o Ciência sem Fronteiras não inclui a modalidade de mestrado no exterior, por se considerar que os cursos daqui já têm qualidade suficiente e não há desfalques a serem supridos.
COLABORARAM CRISTIANE NASCIMENTO E DAVI LIRA.