Por Caio Toledo
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| Comissão da Verdade ou da conciliação? |
Como seria de se esperar de todo aparelho ideológico das
classes dominantes, a grande mídia tem buscado pautar os trabalhos da Comissão
da Verdade destacando, por exemplo, a ostensiva defesa da ilegítima tese da
"investigação dos atos da esquerda". Por sua vez, a cantilena em
torno do chamado "não revanchismo" – que a própria Presidente
incorporou em seu discurso (numa clara concessão aos setores militares e civis
de direita) – é outro falacioso recurso da reação. A este respeito, caberia
lembrar o judicioso esclarecimento de uma colega da USP: A noção de
"revanchismo é um absurdo que beira a irracionalidade, mesmo em termos
jurídicos. Revanchismo seria querermos prender ilegalmente, torturar, estuprar,
matar, degolar, desaparecer com os corpos, extorquir as famílias etc.”.
Acredito que a notícia abaixo vale a pena ser divulgada. Por sua
vez, a "foto para a posteridade" expressa bem mais uma tentativa de
"conciliação pelo alto"; nela, Sarney e Collor – que jamais tomaram qualquer
iniciativa institucional no sentido de apurar os crimes da ditadura – têm um
destaque indevido. Só faltou Maluf, presente na plateia, aparecer sorridente na
foto!
Dispensável dizer que,
a partir de agora, entidades acadêmicas progressistas e centros de estudos de
esquerda deveriam debater o tema e se manifestar publicamente no sentido de
impedir que os trabalhos da CV se transformem em mera encenação democrática.
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