Enquanto o governo insiste em políticas de incentivo desenfreado e deslado do consumo irresponsável, o quadro se agrava. Pagaremos o preço do pragmatismo descarado em que agora estamos envolvidos.
São Paulo, 26 - Quase um quarto
das famílias se endividou mais do que deveria e foi obrigado a reduzir o padrão
de vida ou a dar calote. Um estudo da consultoria MB Associados, com base na
Pesquisa de Orçamento das Famílias (POF), do IBGE, mostra que 14,1 milhões de
famílias comprometeram mais de 30% da renda mensal com dívidas.
Renegociação de dívida cresce
mais rápido que calote
Essa marca ultrapassa o limite
saudável para o endividamento, pois 70% do orçamento vai para despesas básicas,
como comida, habitação ou saúde, conforme mostra a POF. A maior parte dessas
famílias super endividadas está na fatia menos favorecida da população: 5,8
milhões na classe C e 6,6 milhões nas classes D e E.
Na média, no entanto, o
brasileiro comprometeu 26,2% da renda mensal com dívidas, diz o estudo da MB.
Esse resultado é superior à média de 22% estimada pelo Banco Central, porque
inclui gastos como crediário de loja sem parceria com banco e despesa à vista
no cartão de crédito.
Na semana passada, o governo
anunciou um pacote para estimular o consumo por meio do crédito, principalmente
na compra de carros. Para José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB, o
efeito do pacote será limitado pelo endividamento. "É um número grande de
famílias que ultrapassaram o limite, por isso o nó no mercado de crédito."
Nos últimos cinco anos, a
expansão do crédito, com a entrada de novos consumidores, garantiu um
crescimento robusto da economia. Mas, desde meados de 2011, o ritmo de
concessão esfriou, à medida que a inadimplência crescia. Em abril, o calote
atingiu o recorde de 7,6%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Raquel Landim e Márcia De Chiara)
Fonte: Br.finance
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