Mônica Bérgamo*
Moacyr Lopes Junior - 19.jun.2012/Folhapress
Maluf (à dir.) com Haddad e Lula em sua casa
em evento para selar aliança do PP com PT
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O ex-prefeito de São Paulo
Paulo Maluf (PP) recebeu a Folha ontem em seu escritório para mostrar as fotos
de seu calendário com autoridades internacionais, como o papa João Paulo 2º e
os ex-presidentes americanos George Bush e Bill Clinton.
Falou também da já célebre
imagem com o ex-presidente Lula em sua casa e do apoio ao candidato do PT,
Fernando Haddad, à prefeitura. Um resumo da conversa:
Lula diz não se arrepender 'nem um pouco' de aliança com Maluf
Erundina ficou enciumada com Lula em minha casa, diz Maluf
Mônica Bergamo: Álbum de Maluf tem Covas, FHC, Lula e Pelé
Erundina ficou enciumada com Lula em minha casa, diz Maluf
Mônica Bergamo: Álbum de Maluf tem Covas, FHC, Lula e Pelé
A
FOTO
O que teve foi o seguinte: a
mídia toda foi furada, inclusive a Folha. Publicavam sempre que o PP já estava
fechado com o PSDB. Mas eu nunca fui consultado. Mandei aviso à imprensa de
que, naquele dia, anunciaria em minha casa o nome de quem iria apoiar.
Quando abriu o portão, [os
jornalistas] encontraram a mim e ao Lula. [rindo] Se sentiram provavelmente
desinformados. Caiu o mundo.
Mas não caiu mundo nenhum. Em
2002, nós apoiamos o Lula [para presidente] e o [José] Genoino [candidato a
governador de SP] no segundo turno. Em 2004, apoiei a Marta [Suplicy, candidata
a prefeita].
MARTA
SUPLICY
Ela não reclamou do meu apoio
[em 2004], ficou feliz da vida. Nunca ouvi ela falar mal de mim. Mas eu entendo
a Marta. Ela julgava que seria candidata a prefeita [neste ano]. Se fosse, ela
teria sido agraciada com nosso apoio.
APOIO
A JOSÉ SERRA
O Serra esteve em casa duas
vezes --uma delas, há três semanas, com o senador Aloysio Nunes Ferreira
(PSDB-SP), que é meu amigo. Conversamos sobre tudo. Mas não deu certo [o acordo
com o PSDB]. O Serra é bem vindo na minha casa dez vezes. Mas eu não sou eu, eu
sou um partido. Tem deputados federais, estaduais, vereadores.
GABRIEL
CHALITA
Da mesma maneira o Chalita
[candidato do PMDB a prefeito] é bem vindo. Ele almoça em casa, janta em casa,
está sempre comigo em Brasília. O Chalita é amigo da gente.
LULA
CONSTRANGIDO
Fechado o acordo com o PT,
fizemos um almoço em casa, algumas pessoas compareceram. E o Lula foi
convidado. Constrangido? Ao contrário, ele estava alegre e feliz. Eu que inibi
o presidente, 'não fala, presidente', por causa do problema na garganta.
ANTIGOS
ADVERSÁRIOS
Quem mudou? O Lula assumiu em
2003 sob a desconfiança de que era um Fidel Castro brasileiro. Achava que ele
tinha que ter estágio no governo brasileiro até para o povo se decepcionar com
ele. Mas, da maneira que exerceu a Presidência, diria que ele está à minha
direita. Eu, perto do Lula, sou comunista.
Eu não teria tanta vontade de defender os
bancos e as multinacionais como ele defende. Quando ele tira imposto dos
carros, tira da Volkswagen, da Ford, da Mercedes. Quando defende sistema
bancário, defende quem? Os banqueiros.
Eu, Paulo Maluf, industrial,
estou à esquerda do Lula. De modo que ele foi uma grata revelação do livre
mercado, da livre iniciativa.
DILMA
E ALCKMIN
Em 2014, a minha chapa vai ser
Dilma [Rousseff] para presidente e Geraldo Alckmin para governador. Ela está
sendo uma excepcional presidente, além de todas as expectativas. E Alckmin está
sendo muito bom governador.
Somos parte do governo federal,
através do Ministério das Cidades, e aqui em São Paulo, com dois diretores da
CDHU [companhia habitacional]. Na Assembleia Legislativa, votamos com o
governador. Acabou a eleição, o que interessa é que haja governabilidade.
APOIO
AOS TUCANOS
Apoiei o [Mario] Covas no
segundo turno [ao governo em 1994]. Ele foi lá, na sede do PPB, pedir apoio. E
ganhou por diferença tão pequena que, se eu estivesse do outro lado, perdia. Em
1998, apoiamos FHC, que teve 51%. Se não fosse meu apoio, ia para o segundo
turno contra o Lula.
*COLUNISTA DA FOLHA 26/06/2012
- 05h30
Fonte: Folha
Para reflexão, indicamos a leitura da entrevista, publicada 10 dias antes deste fenômeno..
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