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terça-feira, 12 de junho de 2012

Demasiado humano

Não sei por que o ser humano nunca aprende com os exemplos dados, pois a fome se repete, a guerra se repete, a prepotência se repete, o rancor se repete, o horror se repete, e nós, atados e impotentes, ficamos a olhar pela tv, pela janela, pela íris... O ar ausenta vez em quando e o povo foge sem rumo.

Foto: diariodoverde.com
Não sou além de um colecionador de palavras, e por isso, distribuo em repúdio, minhas lágrimas tecidas, linha a linha, cor a cor, agulha a agulha.
Sou apenas um alfaiate de emoções
Na minha tenda de gente.








                                      Demasiado Humano





EUA
Não sou eu
A roupa
Pode ser
Os nomes
Em portas de mercados
Podem ser
A televisão global
Pode ser e é
As ditaduras latinas implantadas
Podem ser e são
A miséria é...
Mas eu não sou EUA
E meu peito chora os mortos
Também, deste país que causou tanto
Terror em terras distantes.
Mas eu
Não sou EUA
E lamento o medo que corrói esta nação,
Que nunca escutou o medo de tantas nações
Neste vasto mundo.
É que sou latino brasileiro,
Sentimental, humano.
Busco o ser em cores tantas.
Busco o ser em línguas tantas.
Busco o ser em religiões tantas.
Busco na igualdade
O respeito das diferenças tantas.

Sou demasiado humano!

Em mim
Não chegará o terror desmedido,
Apoiado, calculado, direcionado, catequizado...
Pois eu
Não sou EUA
Sou as cores diferentes do mundo.
Sou o respeito do quintal do meu vizinho.
Sou o cheiro do mundo, que ora,
Cabisbaixo entra em minhas narinas,
Com gosto amargo de potência
Impotencializando o futuro de nosso planeta.

Sou demasiado humano!
Choro um rio que não molha,
Seca o chão de minha alma.
Choro um mar salgado
Que não banha meu corpo em brincadeiras,
Mas cobrindo os cortes de navalha nas paginas de minha pele.
Minha cabeleira vasta
Deixou de existir, ao vento.

Mas acredito
Pois sou demasiado humano!
Roma, um dia se foi...

Jean Cláudio

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