Dilma Rousseff, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman e a senadora Kátia Abreu (PSD-TO) em cerimônia de lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013 (Antonio Cruz - ABr) |
Enquanto o Governo Federal libera crédito
a juros reduzidos para o agro, não aponta nada para o caos nacional em que se
encontra a Educação em GREVE!
Governo aumenta crédito ao
agronegócio para R$ 115 bi e reduz juros
Recursos para o Plano Agrícola
e Pecuário 2012/2013 crescem 7,5%, em relação a sua versão anterior, e juros
caem, seguindo “movimento que estamos vendo em toda a economia”, diz Dilma.
Para a senadora e presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária
do Brasil (CNA), Kátia Abreu (PSD-TO), mais importante do que o aumento dos
créditos e a diminuição dos juros é o seguro rural.
Vinicius Mansur
Brasília - O governo federal
anunciou a disponibilização de R$ 115,2 bilhões em crédito para o agronegócio
através do Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013, também conhecido como Plano
Safra. O valor representa um crescimento de quase 7,5% em relação ao plano
2011/2012, quando foram disponibilizados R$ 107,2 bilhões, e é mais do que o
quíntuplo dos R$ 20,25 bilhões liberados há uma década, no plano 2002/2003,
fruto “do grande empenho em colocar como prioridade a questão agrícola no
Brasil”, disse a presidenta Dilma Rousseff.
“Nós não vemos nenhuma
contradição entre o agronegócio e a política para agricultura familiar, os
médios e pequenos proprietários, pelo contrário, achamos que eles são
complementares. Hoje lançamos aqui o Plano Safra para o agronegócio. Semana que
vem lançaremos o plano safra da agricultura familiar”, antecipou-se a
presidenta.
Ela ainda destacou que o plano
2012/2013 também incorpora o “movimento que estamos vendo em toda a economia”
de redução dos juros. Para os créditos destinados ao custeio e comercialização,
os juros cairão de 6,75% para 5,5% ao ano. Para os recursos destinados ao investimento,
a taxa será reduzida de 6,75% para 5%. Sobre o dinheiro emprestado para capital
de giro de cooperativas incidirão 9% e não mais 9,5%. Já o Programa de Apoio ao
Médio Produtor Rural (Pronamp) terá os juros reduzidos de 6,25% para 5%.
O Plano Agrícola e Pecuário
2012/2013 divide os R$ 115,2 bilhões em variadas modalidades de crédito, entre
elas o médio produtor rural – com renda bruta anual máxima de 800 mil – que
terá R$ 7,1 bilhões disponíveis e a Agricultura de Baixo Carbono (ABC) que,
apesar de ter utilizado pouco mais de um terço dos R$ 3,15 bilhões previstos na
atual safra, terá seu recurso aumentado para R$ 3,4 bilhões. Os recursos do
plano estarão disponíveis nas agências bancárias a partir de segunda-feira
(02).
Rousseff ainda divulgou que o
governo está preparando uma política para assistência técnica e extensão rural
e poderá criar uma agência específica para a área, articulando órgãos de
extensão estaduais, cooperativas, produtores, Ministério da Agricultura, do
Desenvolvimento Agrário e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa). De acordo com a presidenta, o Brasil possui excelência em pesquisa
rural, mas tem uma frágil democratização desse conhecimento.
Mudança de paradigma
Para a senadora e presidente da
Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu
(PSD-TO), mais importante do que o aumento dos créditos e a diminuição dos
juros é o seguro rural. O novo plano passa de R$ 253 milhões para R$ 400
milhões o volume de recursos para subvenção ao prêmio do seguro, o que, segundo
Kátia Abreu, fará com que o Brasil saia de 5% para 20% de área segurada na
safra 2012/2013, com a meta de chegar a 50% em 2015. Em entrevista após a
cerimônia, a líder ruralista apontou que os Estados Unidos tem 86% de sua área
plantada segurada e quanto maior a abrangência do seguro, mais a iniciativa
privada financia a agricultura a juros baratos.
“Nós precisamos do livre
mercado e só prosperamos com ele, mas os mercados só funcionam onde o Estado
também funciona”, revelou Katia Abreu durante seu discurso na cerimônia.
Contraste
Durante toda a fala da
presidenta Dilma Rousseff no lançamento do Plano Safra 2012/2013, trabalhadores
do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra) permaneceram com uma faixa aberta, com os
dizeres “MDA/Incra em greve”.
Desde o último dia 18,
trabalhadores destes dois órgãos começaram a greve alegando sucateamento e a
falta de estrutura. O texto distribuído pelas organizações sindicais aponta que
o Incra, entre 1985 e 2011, teve o seu quadro de pessoal reduzido de 9 mil para
5,7 mil servidores, enquanto sua atuação territorial foi acrescida em 32,7
vezes – saltando de 61 para mais de dois mil municípios. Além de concurso público,
os trabalhadores pedem equiparação salarial com o Ministério da Agricultura,
onde servidores chegam a ganhar três vezes mais do que qualquer funcionário do
Incra ou do MDA, diz o texto.
Os trabalhadores da Embrapa
também se encontram em greve. Desde quarta-feira (27), o Sindicato Nacional dos
Trabalhadores em Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf) ocupa a sede
da empresa em Brasília em busca de negociação. Entre as reivindicações, o
sindicato exige 5% sobre a correção pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA).
Fonte: Carta
Maior
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