09/06/2013
José Paulo Netto é um dos
maiores intelectuais marxistas do país. Isso, as pessoas minimamente bem
informadas sobre este campo, já sabem. Pensador decisivo da formulação teórica
no campo do Serviço Social, o alcance de seu trabalho e de sua influência já extrapolou
as fronteiras daquela área. Zé Paulo, como gostamos de chamá-lo, tem sido ao
longo das últimas décadas um dos pontos de referência da esquerda que quer
pensar e tem acolhido com extraordinária generosidade o amplo leque de matizes
e subcolorações que ela comporta. Em suas muito concorridas aulas de
pós-graduação – trata-se de um professor emérito em franca atividade –
encontram-se olhares atentos de bons representantes de uma diversidade de
siglas políticas e de movimentos da busca da mudança do mundo. A energia que
empresta às suas convicções teóricas, adensada por sua erudição, ganha especial
sentido para os que testemunham a humanidade calorosa com que trata os jovens
em início de caminhada.
Esta entrevista tem também o
sentido de homenagear outro grande mestre, professor, pensador e figura humana
marcante para tantas e tantos de nós: o professor Carlos Nelson Coutinho, com
quem Zé Paulo conviveu por frutíferas décadas. O entrevistado começou falando
do amigo e o citando encerrou. A Carlos Nelson a revista Habanero dedica esta
entrevista.
A atualidade do pensamento
vinculado à superação do capitalismo, o significado dos processos sociais e
políticos atuais, o lugar dos movimentos de “minorias” e do movimento
ambientalista e sua relação com a luta de classes, o papel da militância
partidária no mundo de hoje e, por todos, a possibilidade de um futuro humano
emancipado, são alguns dos temas tratados com extraordinárias lucidez,
atualidade e coerência por nosso entrevistado. Seu conhecido rigor teórico,
exige advertir que a eventual brevidade com que alguns assuntos são tratados
decorre das limitações temporais e técnicas e não do desconhecimento de que são
apenas parte do debate. Mas seus entrevistadores – editores desta revista, que
contaram com a valiosa colaboração do amigo Victor Neves – se perguntam:
quantos poderiam ter dito tanto em tão pouco tempo?
Fonte: Revista
Habanero
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