José Rubens Mascarenhas
Com uma "democracia" como a nossa, a burguesia lá precisaria de ditadura militar?
Este é o decreto do Governador
do Rio de Janeiro criando o Departamento de Ordem Política e Social, a que quer
chamar de CEIV - Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo em
Manifestações Públicas. Nada mais parecido com o famigerado DOPS (Departamento
de Ordem Política e Social), criado em 1924 e aparelho a serviço de todo
qualquer governo autoritário que passou por este país, característica tão
peculiar aos atuais.
Na prática, tal Comissão
funcionará nos moldes do CCC (Comando de Caça aos Comunistas) na época da
ditadura militar, mais precisamente surgido no ano de 1968. A diferença é que as
vítimas-alvo não são mais comunistas, mas simples manifestantes no Rio, que acreditam
que vivemos numa democracia. Pode muito bem ser o laboratório dessa prática que
poderá estender-se aos demais estados brasileiros, a reboque de segmentos da
burguesia “brasileira”, temente de perder o controle social nesse momento de
aprofundamento da crise do capital.
Os seis p2 (polícia disfarçada)
infiltrados na manifestação do Rio ontem
(22/07/2013). O povo percebeu e encurralaram-nos.
Todos com pulseiras pretas.
Fonte: Facebook
|
Segundo o decreto, assinado em
19/07/2013 por Sérgio Cabral, o novo DOPS (a CEIV) terá plenos poderes para
tomar toda e qualquer providência coercitiva às manifestações, inclusive
quebrar sigilos telefônico, bancário e de internet. Na prática, o laboratório
pode ter sido as próprias manifestações de junho no Brasil, quando a Polícia
Militar operou com agentes infiltrados, os famigerados P2, como mostram vídeos
postados nas redes sociais, com o intuito de inflamar as manifestações, executar
quebra-quebra e instalar o terror no seio do movimento, plantando provas
(explosivos, drogas, armas brancas, etc.), inclusive prendendo ilegalmente
manifestantes e os mantendo-os presos sem respeitar os direitos civis.
As prisões políticas tão comuns
no regime militar acontecem hoje travestidas de outros argumentos arranjados,
falseados e forjados. Essa polícia prende com alegação de que quadrilhas locais
e internacionais operam os atos e manifestos nas ruas da cidade, e juntam
ilustres desconhecidos em delegacias e os indiciam como quadrilheiros (o novo
motivo que substituiu os comunistas na ditadura).
Foto e fonte da matéria referente ao fato de um
policial quebrar o vidro da propria viatura para atribuir a manifestantes, em 13/06/2013 |
A burguesia se alvoroça quando
os trabalhadores vão às ruas e não poupam arbitrariedades contra a classe
trabalhadora, criminalizando toda e qualquer manifestação que ponha em cheque
seu modus operandi, pior, sem qualquer base legal, afrontando mesmo o próprio
Direito Constitucional, que se diz defensor da “liberdade de expressão”.
Texto produzido com informações das
redes sociais, especialmente
Facebook
Nenhum comentário:
Postar um comentário