Publicação: 18/07/2013
Paris - O jornalista e
militante comunista Henri Alleg, que denunciou a tortura cometida pelas forças
francesas durante a guerra da Argélia, morreu na quarta-feira (17/7), em Paris,
aos 91 anos, informou nesta quinta-feira (18/7)
uma fonte do jornal francês L'Humanité. Alleg, um militante comunista
que lutou pela libertação da Argélia, foi detido em 1957 pelos paraquedistas
franceses em plena batalha de Argel e submetido a torturas.
Em seu livro "La
Question", Alleg contou sobre sua prisão e as humilhações que sofreu nas
mãos do exército francês. Publicado na França em 1958, o livro foi
imediatamente proibido. Mas, graças a edições clandestinas, a obra contribuiu
para revelar as torturas realizadas pelas forças francesas durante a guerra da
Argélia.
Nascido em julho de 1921, em
Londres, filho de pais judeus poloneses, Alleg se mudou em abrio de 1940 em
Argel e um ano depois começou a militar no Partido Comunista Argelino (PCA).
Dirigiu o jornal Argel Republicano, órgão do PCA, de fevereiro de 1951 a julho
de 1955, quando foi proibido. Depois de sua detenção em 1957, Alleg foi
condenado a dez anos de trabalhos forçados na França, mas escapou e voltou para
Argel.
Membro do Partido Comunista
Francês (PCF), ao qual permaneceu fiel até o fim de sua vida, Alleg trabalhou
para o jornal L'Humanité, órgão desse partido, de 1966 a 1980. Meio século
depois da independência da Argélia, em 1962, o presidente socialista francês
François Hollande reconheceu ante o Parlamento argelino os "sofrimentos
que a colonização francesa infringiu ao povo argelino", e mencionou várias
vezes o termo tortura.
Fonte: Correio
Braziliense
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