Título original: Governo define que classe média tem renda entre R$ 291 e R$ 1.019
O governo brasileiro já tem uma
nova definição para a classe média brasileira. Considerando a renda familiar
como critério básico, uma comissão de especialistas formada pela Secretaria de
Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República definiu que a nova
classe média é integrada pelos indivíduos que vivem em famílias com renda per
capita (somando-se a renda familiar e dividindo-a pelo número de pessoas que
compõem a família) entre R$ 291 e R$ 1.019.
"Quem tiver renda per
capita nesse intervalo será considerada classe média", disse Ricardo Paes
de Barros, secretário de Ações Estratégicas da SAE, na noite desta terça-feira,
em São Paulo. Segundo ele, a definição de classe média foi finalizada após
análises de propostas com mais de 30 alternativas, feitas em quatro reuniões da
equipe técnica da secretaria e mais duas da equipe de avaliação.
Dentro dessa definição, a
comissão dividiu a classe média em três grupos: a baixa classe média, composta
por pessoas com renda familiar per capita entre R$ 291 e R$ 441, a média classe
média, com renda compreendida entre R$ 441 e R$ 641 e a alta classe média, com
renda superior a R$ 641 e inferior a R$ 1.019.
"Isso é um ativo para a
sociedade brasileira. A classe média do
País representa mais da metade da população. Tendo uma definição padrão,
que seja aceita por todo mundo, isso vai facilitar muito toda a discussão sobre
o que pensa, o que quer, o que espera, o que faz e qual o padrão de consumo
dessa nova classe média", disse Barros.
Segundo a comissão, para chegar
a essa definição a secretaria levou em consideração o padrão de despesa das
famílias e os gastos com bens essenciais e supérfluos. Também foi usado como
critério o grau de vulnerabilidade, ou seja, da probabilidade de retorno à
condição de pobreza.
Após a definição, a comissão
estuda agora aplicar políticas públicas voltadas para essa classe média. A
ideia é fazer com que se diminua a rotatividade de emprego entre os
trabalhadores formais, aumentando a capacitação profissional. "Queremos
estimular relações de trabalho de mais longa duração", explicou.
Segundo Barros, além da
qualificação dos trabalhadores, o governo também estuda promover políticas
públicas que estimulem, por exemplo, a poupança. "Já estamos trabalhando
em políticas de qualificação continuada para trabalhadores ocupados, expansão
das possibilidades de microsseguros, educação financeira e outras políticas
voltadas para os diferentes segmentos da classe média", disse.
De acordo com o ministro da
SAE, Moreira Franco, a próxima etapa do trabalho da comissão será a de criar
ferramentas que possam interagir e estimular o debate e a reflexão sobre essa
definição. Uma das primeiras ferramentas será a criação de uma pesquisa chamada
Vozes da Classe Média, que pretende fazer um levantamento sobre as aspirações e
o comportamento das pessoas que fazem parte desse grupo social.
Fonte: Portal
Terra, 29 de maio de 2012.
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