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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Entenda o que é a desmilitarização da polícia



Noelle Oliveira
Portal EBC 
23.07.2013

Duas PECs tramitam no Congresso Nacional com o intuito de desmilitarizar a Polícia Militar e unificá-la à Polícia Civil. Policiais negam que formação militar contribua para atitudes policiais violentas (Fernando Frazão/ABr)

Com as manifestações que ganharam as ruas do país desde junho e os episódios de violência na atuação da Polícia Militar registrados em algumas ocasiões, a desmilitarização das polícias estaduais voltou a ganhar espaço no debate público. Em maio de 2012, a Dinamarca chegou a recomendar, na reunião do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que o Brasil extinguisse a Polícia Militar. A ideia, no entanto, foi negada nacionalmente por ferir a Constituição Federal de 1988 e a dúvida permaneceu sobre o que de fato significaria uma proposta pela desmilitarização.

A divisão entre polícia Civil e Militar sempre existiu no Brasil. A atribuição de cada grupo está explícita no artigo 144 da Constituição Federal de 1988. Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, cabem as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. Já às polícias militares cabem o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública. “Antes da ditadura militar, existiam polícias Militar e Civil, mas a Civil também desempenhava papel ostensivo. Foi com a ditadura que as atribuições da Polícia Civil foram se esvaziando e a Militar tomou para si toda a parte ostensiva”, destaca o professor de direito penal Túlio Vianna, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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A proposta de desmilitarização consiste na mudança da Constituição, por meio de Emenda Constitucional, de forma que polícias Militar e Civil constituam um único grupo policial, e que todo ele tenha uma formação civil. “Essa divisão atual é péssima para o país do ponto de vista operacional, pois gasta-se em dobro, e é ruim para o policial, que precisa optar por uma das carreiras”, explica Vianna.

Uma das críticas feitas à militarização da polícia é o treinamento a que se submetem os policiais militares. “As forças armadas são treinadas para combater o inimigo externo, para matar inimigos. Treinar a polícia assim é inadequado, pois o policial deve respeitar direitos, bem como deve ser julgado como um cidadão comum e não por uma Justiça Militar”, argumenta o professor da UFMG. “Grande parte dos policiais militares que são praças também defendem essa ideia da desmilitarização já que eles são impedidos de acessar garantias trabalhistas, além de terem direitos humanos desrespeitados”, afirma Vianna.

Para o coronel reformado da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e ex-secretário de segurança do DF, Jair Tedeschi, entre os militares, a posição é outra: a ideia de desmilitarização policial é uma “falácia”, defende. “O que querem é quebrar a disciplina e a hierarquia que existe em qualquer organização. Não é porque a polícia é militar que age puramente como militar. A função dela é civil. As suas bases de disciplina e hierarquia que são militares". O coronel avalia ainda que "o policial militar de hoje sabe distinguir quem tem direitos e deveres. Na rua, é obrigado a tomar decisões”, observa.

A formação atual do policial, segundo o coronel Tedeschi, abrange o conceito de humanização. “Hoje a polícia é completamente diferente, isso foi na década de 1960. As academias ensinam segurança pública. Desde 1988 a polícia vem mudando a sua maneira de agir. Ela está na rua, não nos quartéis. Ela interage com a sociedade, não cumpre a lei porque tem que simplesmente cumpri-la, mas age da forma mais democrática possível”, avalia o coronel Tedeschi. Para o coronel, "desvios de comportamento ocorrem em condições isoladas em vários grupos. Na situação atual não vemos isso só na Polícia Militar, mas também na Polícia Civil e em outros segmentos não militares", aponta.

Atualmente, dois projetos de Emenda à Constituição (PEC) circulam no Congresso Nacional em defesa da desmilitarização da polícia. A PEC 102, de 2011, de autoria do senador Blairo Maggi (PR/MT), autoriza os estados a desmilitarizarem a PM e unificarem suas polícias.” Ela não faz especificamente a unificação e a desmilitarização, mas autoriza que cada estado federado possa fazê-lo caso julgue necessário”, explica Vianna. A PEC está em tramitação no Senado.

Já a PEC 430, de 2009, em tramitação na Câmara dos Deputados, visa a unificação das polícias Civil e Militar dos Estados e do Distrito Federal, além da desmilitarização do Corpo de Bombeiros, bem como dá outras funções para as guardas municipais. A proposta é de autoria do deputado federal Celso Russomanno (PP-SP).

Fonte: EBC

Espanha privatiza o sol. Proibido gerar energia para autoconsumo

Curitiba, 21 jul 2013

O sol foi privatizado na Espanha: se autoridades espanholas surpreenderem algum cidadão espanhol instalando placas de luz solar para consumo próprio poderão aplicar-lhe multa de até 30 milhões de euros.

Na Espanha, as companhias de eletricidade morrem de medo de uma desestabilização do consumo de energia elétrica. Cometer o sacrilégio de se tornar independente, energeticamente falando, pode custar muito caro. O sol agora é só para poucos privilegiados como ex-presidentes e ex-ministros, os quais são conselheiros oficiais destas empresas captadoras de luz solar.

A União Espanhola Fotovoltaica (UNEF), que agrupa 300 empresas e representa 85% do setor, assegura que se alguém resolve implantar receptores de luz do sol isso sairia mais caro do que recorrer ao consumo convencional.

Porém, na Espanha, o sol foi privatizado sem a consulta aos seus cidadãos, ao sistema solar ou ao universo etcétera… A posibilidade de produzir tua própria eletricidade utilizando recursos renováveis — placas solares ou pequenos moinhos eólicos instalados en uma propiedade privada — é algo muito atrativo para os lares espanhóis. “De cada 50 chamadas telefônicas ao mês, 35 são de particulares interessados no auto-consumo”, assegura Francesc Mateu, gerente da Sol Gironés, empresa especializada en energia renovável e pioneira neste setor.


O Governo espanhol se propôs implantar o auto-consumo energético pouco a pouco sem que se altere o sistema elétrico vigente. Para isso se reserva o direito de elevar e baixar as taxas, ou “pedágios” (pedágios?) específicos, que denominan “de respaldo”, conforme  o setor evoluir. “Nós vamos implantar um “pedágio” para a energia recebida do sol”, resume Mario Sorinas da empresa Electrobin, com mais de 20 anos de experiência em energia solar.

A autarquia de energia é mais do que consolidada em países como os EUA ou o Japão. Muitos países europeus a têm implementado com diferentes fórmulas. “É o futuro”, dizem os especialistas em energia. Gerar sua própria eletricidade com energia renovável e dar uma pausa para o meio ambiente e o bolso. Há também a possibilidade de transferir o excesso de energia para utilitários e recuperá-lo quando necessário ou vender diretamente, o que é conhecido como o consumo de líquido equilibrado.

Agora, na Espanha, você pode produzir energia privada e consumi-la na hora. A legislação mais recente é de 2011. Antes não era rentável. Houve uma redução de até 80% de energia fotovoltaica nos últimos cinco anos e o aumento das contas de energia elétrica tornaram-se uma opção de poupança muito interessante em tempos de crise. Quando não há sol ou vento, você tem que se envolver na rede e pagar a fatura normal.

Dom Gironés, por exemplo, com 14 funcionários, está se dando bem com o consumo instantâneo. “Ele está trabalhando bem, especialmente com frigoríficos de carne que dependem da armazenagem a frio, e no qual a conta de luz leva pelo menos 15% dos seus custos fixos anuais”, diz o gerente. Com estes novos sistemas se reduz entre 20% e 30% do consumo, e até agora, não se pagam impostos de qualquer espécie para este tipo de geração de energia.

O Yacht Club Estartit, localizada em Pals (Girona), é um dos seus clientes. Eles elaboraram um plano de cinco anos para que 20% de seu consumo seja de energia renovável. Atualmente, painéis solares geram 7%. “Estamos muito perto de um parque natural com um grande impacto sobre o meio ambiente”, diz Eugeni Figa, o seu diretor. Seus planos também incluem moinhos de vento.

Na Galiza, os irmãos Dominguez detêm a liderança de energias renováveis ​​desde 1998. Nós éramos quatro maltrapilhos, diz Manuel. Em 2007, eles fizeram os seus próprios escritórios para o fornecimento com um painel solar. Embora o consumo tenha projetos na Espanha, a maior parte do seu mercado está fora do país, em grandes parques do Chile, México, Romênia e Inglaterra.

A reforma energética se aqueceu enormemente em energias renováveis. “De todos os cenários possíveis, este é o pior”, fala José Donoso, presidente da Fotovoltaica União Espanhola (UNEF), que representa 85% da atividade do setor. “Mas ainda nada específico foi aprovado para o consumo”, acrescenta ele. Donoso refere-se ao aumento da parcela fixa da conta de energia elétrica, e representará um aumento de 77% nesta seção para obter uma taxa, algo interno que os produtores nacionais não podem prescindir, e uma queda de 23% no consumo, o que reduz a auto-produção.

Com as mudanças conhecidas até agora, o tempo de retorno da energia fotovoltaica cresce consideravelmente. Se antes da reforma era necessário 12 anos para recuperar o investimento em uma instalação residencial de 2,4 quilowatts de potência agora vai exigir 23, de acordo com estimativas da UNEF.

No entanto, há sempre alguém que já trabalha olhando e percebendo tudo ao redor. Sun Gironés garante que seus clientes estão reduzindo o contrato de energia, que registrou maior aumento na conta, porque o consumo instantâneo permite que eles tenham suas necessidades energéticas cobertas. Outro de seus objetivos é fazer o consumo interno rentável.


Fonte: Urbsmagna, com informações de El País

Banco Itaú e a mais-valia relativa: demissão em massa e lucro em alta

Título original: Banco Itaú demite em massa e reduz crédito, mas lucros estão em alta

Segundo Karl Marx, uma vez pago o salário de mercado pelo uso da força de trabalho, os capitalistas podem lançar mão de duas estratégias para ampliar sua taxa de lucro: 1) estender a duração da jornada de trabalho mantendo o salário constante (mais-valia absoluta); 2) ampliar a produtividade física do trabalho pela via da mecanização (mais-valia relativa). Assim, o conceito de mais-valia relativa explica um dos modos de incremento da produção do excedente a ser apropriado pelo capitalista. (Almoço das Horas).

30/7/2013 12:52
Por Redação - de São Paulo

O Itaú Unibanco aumenta sua lucratividade após demissões em massa

O Itaú Unibanco, maior banco privado do Brasil, teve lucro maior no segundo trimestre, com aumento de empréstimos e redução na inadimplência, mas cortou projeção para o crescimento da carteira de crédito deste ano. O banco divulgou nesta terça-feira lucro líquido de R$ 3,583 bilhões para o segundo trimestre, alta anual de 8,4%. Em bases recorrentes, o lucro do Itaú Unibanco foi de R$ 3,622 bilhões, alinhado com as previsões dos analistas consultados pela agência inglesa de notícias Reuters.

Embora o resultado tenha melhorado, o cenário mais desafiador da economia levou o banco a revisar para baixo sua previsão para o crescimento da carteira de crédito, seguindo os passos do rival Bradesco. A previsão de crescimento da carteira de crédito do Itaú para 2013, que estava situada entre 11 e 14%, passou para 8 a 11%. O banco manteve suas outras estimativas como crescimento de 15% a 18% nas receitas com prestação de serviços e resultado com seguros, previdência e capitalização e despesas com provisões para perdas com empréstimos de R$ 19 a R$ 22 bilhões.

No segundo trimestre, a carteira de empréstimos do Itaú Unibanco terminou em R$ 445,11 bilhões, contra R$ 413,4 bilhões no ano anterior, alta de 7,6%. A inadimplência acima de 90 dias foi de 4,2% no trimestre, abaixo do índice de 5,2% registrado um ano antes. As despesas com provisões recuaram 20% no período, para R$ 4,9 bilhões.

Apesar do avanço do crédito e do recuo da inadimplência, o resultado foi afetado negativamente por piores resultados com as operações de tesouraria, que passaram de R$ 1,128 bilhão no segundo trimestre de 2012 para R$ 268 milhões no segundo trimestre deste ano, queda de 76,2%. A margem financeira com clientes também recuou na comparação anual e somou R$ 11,305 bilhões, queda de 8,8%. O spread de crédito líquido, que é a diferença entre os custos de captação e de empréstimo do banco menos os gastos com provisões para calotes, foi de 7,2% no segundo trimestre deste ano, ante 7,4% um ano antes.
Numa estratégia seguida pelos bancos do país de focar em produtos de menores riscos, porém de menor rentabilidade, o Itaú Unibanco tem feito esforços para aumentar as receitas com prestação de serviços. No segundo trimestre, esta linha avançou 24,4% ante o ano anterior, para R$ 5,399 bilhões, impulsionada pela aquisição das ações dos minoritários da empresa de cartões Redecard ao final de 2012. Segundo o Itaú Unibanco, desconsiderando esse efeito, o crescimento seria de 11,1%.

Demissões em massa

Enquanto celebram o aumento nos juros, os donos da maior banca rentista do país ampliam o arrocho nas vagas para emprego nas suas agências, em todo o país.  O Itaú Unibanco demitiu milhares de trabalhadores nos últimos doze meses. A situação se agravou a partir de janeiro deste ano. Somente no Rio de Janeiro, no período de um ano, cerca de 600 bancários foram mandados embora.

“A política desumana do banco criou nas agências e nos departamentos um clima de verdadeiro inferno. Os funcionários estão sobrecarregados e com medo de serem os próximos a perder o emprego. Os clientes também têm sofrido com a piora no atendimento por conta das dispensas. E tudo isto é feito sem a menor necessidade, já que o banco está expandindo seus negócios por vários outros países, teve no ano passado o maior lucro já alcançado por uma instituição financeira em toda a América Latina (R$13,3 bilhões) e bateu novo recorde no primeiro trimestre deste ano, obtendo o maior lucro entre os bancos no Brasil: R$3,53 bilhões de lucro no período”, afirma, em artigo, o Sindicato dos Bancários.

“O corte tem dois objetivos cruéis. Um deles é reduzir custos a qualquer preço. O outro é criar deliberada e covardemente um clima de terror, um verdadeiro assédio moral coletivo, para manter os funcionários sob pressão, e assim obrigá-los a aumentar ainda mais seu ritmo de trabalho e a venda de produtos. Ambos para engordar ainda mais os resultados bilionários que o banco vem alcançando”, completa.

Mas o Itaú não está sozinho na estratégia de reduzir o número de empregos para ver o lucro aumentar. Os bancos privados que operam no país fecharam quase 5 mil postos de trabalho no primeiro semestre de 2013, andando na contramão da economia brasileira, que gerou 826.168 novos empregos de janeiro a junho. Além disso, a rotatividade continua alta no sistema financeiro, mecanismo que os bancos usam para reduzir custos. Esses são os principais resultados da 18ª Pesquisa de Emprego Bancário (PEB), divulgada pela Contraf-CUT, que faz o estudo em parceria com o Dieese com base nos dados dos Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho.

– Mesmo aumentando os lucros e mantendo a mais alta rentabilidade do sistema financeiro internacional, os bancos brasileiros, principalmente os privados, continuam demitindo trabalhadores e empregando a rotatividade para reduzir os salários dos trabalhadores – critica Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, ao jornal interno da instituição.

Segundo o Caged, os bancos brasileiros contrataram 20.230 bancários no primeiro semestre e desligaram 22.187. No total do sistema financeiro, foram fechados 1.957 postos de trabalho. O Caged não discrimina a evolução do emprego por empresa; apenas por setor. Mas como a Caixa Econômica Federal é a única instituição do seu segmento, sabe-se que ela apresentou um saldo positivo de 2.804 empregos no primeiro semestre. E como o Banco do Brasil manteve o quadro de funcionários estável, fica evidente que os cortes nos postos de trabalho se concentram nos bancos privados.

Rotatividade

A pesquisa Contraf-CUT/Dieese mostra que o salário médio dos admitidos pelos bancos no primeiro semestre foi de R$ 2.896,07, contra salário médio de R$ 4.523,65 dos afastados. Ou seja, os trabalhadores que entram no sistema financeiro recebem remuneração 36% inferior à dos que saem.

– Isso explica por que, embora com muita mobilização os bancários tenham conquistado 16,2% de aumento real no salário e 35,6% de ganho real no piso salarial desde 2004, a média salarial da categoria diminuiu neste período. Esse é o mais perverso mecanismo de concentração de renda, num país que faz um grande esforço para se tornar menos injusto”, denuncia Carlos Cordeiro.

Nesse panorama, as mulheres são as maiores prejudicadas. Apesar de constituírem hoje praticamente a metade da categoria bancária e de terem nível de escolaridade superior ao dos homens, a pesquisa Contraf-CUT/Dieese mostra que as mulheres continuam sendo discriminadas no sistema financeiro. Quando são contratadas, as mulheres recebem salário médio de R$ 2.479,92, ou 25% a menos que os homens (R$ 3.290,43). E quando são desligadas, o salário médio das bancárias é 30% inferior ao dos bancários homens (R$ 3.713,43 contra R$ 5.314,74).

– A pesquisa mostra por que os bancários definiram a defesa do emprego como uma das principais bandeiras da campanha nacional deste ano. O setor que mais lucra na economia não pode continuar fechando postos de trabalho e concentrando renda da forma escancarada como faz hoje – afirma o presidente da Contraf-CUT.

Os 10% mais ricos no país, segundo estudo do Dieese com base no Censo de 2010, têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10% mais pobres. Ou seja, um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria que reunir tudo o que ganha durante 3,3 anos para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico.

No sistema financeiro a concentração de renda é ainda maior. No Banco Itaú, por exemplo, os executivos da Diretoria recebem em média R$ 9,05 milhões por ano, o que representa 234,27 vezes o que ganha o bancário do piso.  No Santander, os diretores embolsam R$ 5,6 milhões, o que significa 145,64 vezes o salário do caixa. E no Bradesco, que paga R$ 5 milhões anuais a seus executivos, a diferença é de 129,57 vezes. Ou seja, para ganhar a remuneração mensal de um executivo, o Caixa do Itaú tem que trabalhar 16 anos e o caixa do Bradesco 9 anos.

– A sociedade brasileira mostrou nas recentes manifestações de rua que quer mudança e certamente está de olho na prática dos bancos, de juros e tarifas escorchantes. Queremos transformar o crescimento em desenvolvimento econômico e social. Isso passa por melhoria de salário e mais emprego, o contrário do que os bancos estão fazendo – comenta Carlos Cordeiro.

O Comando Nacional dos Bancários entregou à Fenaban, nesta terça-feira, a pauta de reivindicações da campanha nacional de 2013 aprovada na 15ª Conferência Nacional, realizada em São Paulo no último fim de semana.


Quase 95% dos feridos em confronto transportados pela polícia de SP morrem no trajeto



Foto: Divulgação/ PMSP
Será que é a qualidade do transporte da polícia de São Paulo? (Almoço das Horas)


Da Agência Brasil

Quase a totalidade (95%) das pessoas feridas em confronto com a polícia paulista e que foram transportadas por policiais civis ou militares, entre 2 de janeiro e 31 de dezembro de 2012, morreram no trajeto ou no hospital. Das 379 pessoas removidas, segundo os registros do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), 360 morreram. A análise foi feita pela organização não governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) e expressa a preocupação da entidade sobre a responsabilização de policiais que cometem execuções extrajudiciais. A HRW envia nesta segunda-feira (29) uma carta sobre o assunto às autoridades de segurança pública do estado.

A organização alerta que “os esforços legítimos para inibir a criminalidade foram prejudicados por policiais que forjavam ‘resistências seguidas de morte’ e alteravam as cenas dos crimes para minar o trabalho de perícia”, assinala o documento. Para o levantamento, foram analisados casos de mortes causadas por ação policial e foram entrevistadas autoridades policiais, promotores de Justiça, agentes, especialistas no tema, representantes da sociedade civil e parentes de vítimas.

Apesar da redução de aproximadamente 34% das mortes causadas por ação policial durante os seis primeiros meses de 2013, na comparação com o mesmo período do ano passado, a média de mortes, na avaliação da organização, permanece elevada, com seis mortes por semana. “Falsos registros de ocorrências policiais e outras formas de acobertamento são problemas sérios no estado”, alerta a entidade.

Análise de casos

A HRW analisou 22 casos de morte em decorrência de intervenção policial, ocorridos entre os anos de 2010 e 2012. “As provas disponíveis lançam sérias dúvidas sobre o uso legítimo da força letal”, aponta. De acordo com a carta, as mortes causadas pelo Batalhão da Tropa de Choque, Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) despertam particular preocupação, tendo em vista que 247 pessoas foram mortas e 12 ficaram feridas em casos registrados como resistência seguida de morte ou de lesão corporal. Em contrapartida, nenhum soldado do batalhão foi morto nesses episódios.

Em um dos casos, um policial da Rota disse ter atirado em Caio Bruno Paiva em uma ocorrência de resistência no bairro Itaim Paulista, extremo leste da capital, em novembro de 2011. Uma testemunha declarou, em depoimento formal à Ouvidoria da Polícia, que o

policial atirou em Paiva à queima-roupa enquanto ele declarava sua inocência. A HRW destaca também que relatos feitos por testemunhas à imprensa dão conta de que o policial atirou no ar enquanto chamava o Comando de Operações da Polícia Militar (Copom). Para a entidade, as evidências sugerem que um policial teria forjado um tiroteio.

Outro caso relatado na carta ocorreu em julho do ano passado, quando dois homens foram mortos a tiros em um caso registrado como “resistência seguida de morte”. César Dias de Oliveira e Ricardo Tavares da Silva foram levados para o Hospital Municipal Antônio Giglio, no centro de Osasco, na Grande São Paulo. Testemunhas, entretanto, disseram em depoimento que não houve troca de tiros e que Oliveira foi colocado em uma viatura policial ferido na perna e suplicando por sua vida. Ao chegar ao hospital, ele tinha sido alvejado por dois tiros no peito, segundo o laudo necroscópico.

Recomendações

A organização considera um avanço a resolução da Secretaria de Segurança Pública, de janeiro de 2013, que estabelece um novo procedimento para ocorrência policiais relativas a homicídios. A norma determina que os policiais que primeiro atenderem a ocorrência devem acionar, imediatamente, a equipe do resgate ou serviço local de emergência e comunicar o Copom, além de preservar o local até a chegada da perícia para que nada seja alterado. Também houve mudança no termo utilizado para registrar casos com participação de policiais como “morte decorrente de intervenção policial”, em vez de “resistência seguida de morte”.

Entre as recomendações emitidas às autoridades, a organização destaca a necessidade de responsabilizar os policiais infratores. Para tanto, pede a punição dos policiais que removerem vítimas em circunstâncias não explicitamente previstas. À Polícia Judiciária, a HRW sugere que seja feita a investigação integral das suspeitas de homicídios cometidos por policiais e que haja mais agilidade na notificação desses casos ao Ministério Público. Sugere também que os promotores estaduais sejam estimulados a monitorar rigorosamente as investigações feitas pela polícia nos casos em que há morte decorrente de intervenção da própria polícia.

A Secretaria de Segurança Pública foi procurada pela Agência Brasil para comentar as críticas da organização não governamental, mas até o momento da publicação da matéria não retornou o contato.

Fonte: Sul21

terça-feira, 30 de julho de 2013

Que bom te ver viva - a tortura na ditadura militar

Sinopse: O filme aborda a tortura durante o período de ditadura no Brasil, mostrando como suas vítimas sobreviveram e como encaram aqueles anos de violência duas décadas depois. "Que Bom Te Ver Viva" mistura os delírios e fantasias de uma personagem anônima, interpretada pela atriz Irene Ravache, alinhavando os depoimentos de oito ex-presas políticas brasileiras que viveram situações de tortura. O filme mostra o preço que essas mulheres pagaram, e ainda pagam, por terem sobrevivido lúcidas à experiência de tortura.

O negocio por trás dos garotos jogadores de futebol na América Latina

Título original: El negocio detrás de los niños futbolistas en Latinoamérica


Un libro recoge las historias de fracasos de los que no llegaron a ser estrellas Mundiales; reconoce a Uruguay como el mercado más “rendidor”
No todas las historias de niños futbolistas son como la de Lionel Messi. América Latina es una reconocida cantera de talentos pero esconde un turbio mundo de negocios en torno a menores que sueñan con abandonar la pobreza, según una investigación periodística.

A Nelson Bustamante un agente lo descubrió a los 14 años cuando hacía acrobacias con una pelota en un semáforo de Chile y lo vendió por 300.000 dólares al Brescia, un club de Italia en el que niño vivió su adolescencia solo y en el que nunca debutó.

Aimar Centeno estuvo más cerca. Con 16 años, ganó un reality televisivo en Argentina por ser el mejor niño futbolista entre 12.000 que se presentaron y fue probado en el Real Madrid. En el primer ejercicio con pelota se lesionó y fue descartado. Hoy se dedica a la venta de gaseosas.

Historias como estas fueron investigadas durante dos años por el periodista chileno Juan Pablo Meneses, autor del libro "Niños Futbolistas", que será publicado en Latinoamérica en agosto y que tuvo una primera edición en España.

Al inicio de su investigación, Meneses se propuso comprar un niño futbolista para descubrir las historias y el negocio tras la búsqueda de grandes estrellas.

Recorrió las canchas de tierra de Perú, Argentina, Ecuador, México, Brasil, Colombia y Chile en busca de un jugador y recogió cientos de testimonios. La mayoría le repetía que su sueño era jugar en el Barcelona y que con su primer sueldo les comprarían muebles o mercaderías a sus padres.

"Los niños que triunfan han sido sobrevivientes de miles de cosas, lejos de sus familias, con la responsabilidad de ser el sostén económico de la familia. No son niños, son trabajadores", dice Meneses.

El negocio es, según el periodista chileno, un ejemplo más del paradigma económico de la región. "Es el tema de siempre: la materia prima vendida a precio ridículo. La diferencia es que acá son personas".

¿Qué se necesita para comprar un niño futbolista?

Los derechos sobre un niño menor de 12 años que juega en un club amateur de Latinoamérica cuestan unos 200 dólares, mientras que si el niño está inscrito a un equipo federado, oscilan entre los 1.000 y los 6.000 dólares, según Meneses.

Tras la compra, es necesario entrenarlo, promoverlo, que viaje a hacer pruebas en clubes europeos, hasta poder venderlo.

El niño futbolista más caro es el brasileño, y el más exportado es el argentino. El jugador uruguayo, en tanto, es el que más rinde, porque suele adaptarse sin problemas y muchos de ellos cuentan con pasaporte europeo, un detalle que vale mucho para su proyección. Perú, Chile, Colombia o Ecuador lanzan estrellas solo eventualmente.

La FIFA prohibió las transacciones de niños futbolistas tras una petición de Brasil para regular este mercado, que tiene tintes de tráfico de menores. Sin embargo, los clubes disfrazan los fichajes de niños contratando a sus padres u ofreciéndoles becas.

La mayoría de los pequeños que viajan a países europeos no llegan a triunfar, y quedan entrampados lejos de su casa, sin dinero ni futuro, en muchos casos abandonados por aquellos que los vendieron.

Los intermediarios
Según Meneses, la tendencia actual en Latinoamérica es comprar a los niños a los diez años. La competencia entre ojeadores es feroz: existen 5.200 agentes autorizados por la FIFA, además de los clubes amateurs y las escuelas de fútbol promovidas por grandes clubes como el FC Barcelona o el Real Madrid.

"Hoy a los 14 años todos los chicos tienen representantes", le cuenta el exagente de Maradona, Guillermo Coppola, a Meneses. Antes "no había esta cacería de ahora. Pero (...) la globalización lo ha permitido".

En el fútbol latinoamericano, el negocio ya no consiste en ganar campeonatos, sino en la venta de jugadores, que sólo en Argentina representa el 35% de la facturación anual del rubro, más que los derechos televisivos, entradas o auspicios.

"Hay muchos chicos que sueñan con ser Messi. Pero el fenómeno nuevo es que ahora hay muchos jóvenes empresarios que sueñan ser el que descubre a Messi, que paga 15.000 euros y al cabo de unos años cuesta 130.000", asegura.

Encontrar al nuevo Messi o Neymar comprando niños futbolistas "es como jugar a la lotería, al capitalismo milagro", afirma Meneses. Las estadísticas dicen que sólo un 0,1% de los niños lo conseguirán.