Jiri Dvorak, diretor médico da Fifa Divulgação/Fifa |
Título original: Não satisfeita com hospitais públicos, Fifa será atendida pela rede particular
Entidade acredita que rede pública não oferece um serviço minimamente decente
Jamil Chade
Leonardo Maia
22 de junho de 2013
RIO – A Fifa e os manifestantes
que tomaram as ruas brasileiras tem pelo menos um ponto em comum: ambos
concordam que os hospitais públicos brasileiros não oferecem um serviço
minimamente decente. Ao contrário do que ocorreu na África do Sul, quando a
entidade credenciou algumas unidades públicas de saúde para atender seus
membros e investiu neles, no Brasil a Fifa será atendida pela rede particular.
Caso um jogador, cartola,
repórter estrangeiro ou membro da entidade sofra algum problema de saúde, será
levado para um desses hospitais credenciados. Todos, salvo no caso de Porto
Alegre, são clínicas privadas.
"Essa é uma definição da
Fifa escolher em qual rede quer ter seu atendimento. O governo brasileiro tem
se preparado para melhorar toda sua rede, estamos no processo de preparação na
rede pública. Estamos investindo pesadamente", comentou Derborah Malta,
diretora de promoção da saúde do Ministério da Saúde.
Com o cuidado de medir as
palavras, o diretor médico da Fifa, Jiri Dvorak, procurou não fazer críticas
diretas ao sistema de saúde público brasileiro e dizer que a decisão tomada
levou em conta a orientação das autoridades locais.
"Quando escolhemos os
hospitais nós o fazemos junto com o COL (Comitê Organizador Local). É uma
avaliação complexa. Não estamos impondo que sejam hospitais privados. Temos um
grupo independente que avalia (os hospitais)".
Diante de perguntas sobre os
protestos que pedem por melhores hospitais públicos, Deborah disse que o
governo Dilma tem como prioridade aumentar o orçamento da saúde.
"Atualmente 9% do PIB são
investidos na saúde, mas achamos sempre que podemos investir mais. É uma
demanda legítima de melhorias na saúde. Estamos trabalhando para melhorar a
gestão e o investimento na saúde pública. Somos um país em desenvolvimento e
ainda temos muito a construir", ponderou a diretora.
Fonte: Estadão
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