A lorota fez rir até os envolvidos nela: Dilma e Mantega. |
De passagem por Londres, Dilma
Rousseff dissera, na semana passada, que o governo concede incentivos fiscais
aos fabricantes de carros com o propósito de aquecer as fornalhas da economia
e, sobretudo, assegurar a manutenção dos empregos e da renda dos brasileiros.
Ela soara peremptória: “Nós só damos incentivos para garantir emprego.”
Decorridos cinco dias, o
ministro Guido Mantega (Fazenda) recebeu em seu gabinete Luiz Moan, diretor de
Relações Intitucionais da General Motors. A logomarca amerciana ameaça mandar
ao olho da rua até 2 mil trabalhadores em São José dos Campos. Dizia-se que o
doutor fora chamado a Brasília para dar explicações.
Terminada a reunião, Mantega
declarou que a GM comprovou que é positivo o seu saldo de empregos desde que o
governo serviu a última rodada de refresco de IPI, em fins de maio. Moan recuou
a 2008 para dizer que, desde aquele ano, a montadora contratou mais gente do
que demitiu. Empregava 1.848 empregados há quatro anos. Hoje, roda uma folha de
2.063.
E quanto à carnificina
anunciada de São Bernardo? Veja bem, “temos excedente em uma das fábricas de São
José dos Campos, temos o compromisso de negociação cautelosa com o sindicato”,
declarou o executivo da GM. E Mantega: “Há problemas localizados em São José
dos Campos. Não cabe ao governo entrar nos detalhes, é [assunto] da organização
interna da empresa.” Hummm!
Em nota, o Sindicato dos
Metalúrgicos de São José dos Campos insinuou que o ministro petista da Fazenda
deveria requisitar informações ao Ministério do Trabalho. De acordo com o
sindicato, o Dieese manuseou os dados da pasta do Trabalho e concluiu: a GM
demitiu mais do que contratou nos últimos 12 meses.
Entre julho de 2011 e junho de
2012, contabilizou o sindicato, a GM desempregou 1.189 brasileiros. Além de
desconsiderar os dados do próprio governo, diz a nota, “o ministro faz estas
afirmações sem o mínimo cuidado de ouvir a outra parte, o sindicato dos
trabalhadores. Dessa forma, o ministro diminui a si próprio, assumindo o papel
de mero porta-voz da GM.”
Em sua manifestação londrina,
Dilma dissera: “Permanentemente, nós estamos olhando isso. […] Aliás, nós só
damos incentivos e fazemos toda uma política anticíclica voltada pro
crescimento pra garantir emprego, não é por outra coisa. Todos os setores que
receberam incentivos do governo têm de saber que nós fazemos isso por um único
motivo no mundo: garantir o emprego e a renda do povo brasileiro.”
Considerando-se o lero-lero de
Mantega –“Não cabe ao governo entrar nos detalhes, é [assunto] da organização
interna da empresa” –conclui-se que a corneta de Dilma não faz eco nem na
Esplanada dos Ministérios, que dirá nas fábricas. Ficou entendido que quem
acreditou na presidente da República fez papel de bobo. Depois de servir-se do
tônico de IPI, a GM recebeu da Fazenda salvo-conduto para descer a lâmina em
São José dos Campos.
Fonte: Blogosfera
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