Com a sua canonização prevista
para 2014, o papa João Paulo II, hoje na lista dos beatos católicos, foi um dos
colaboradores mais leais da CIA.
Dermi Azevedo
10/12/2013
Com a sua canonização prevista
para 2014, o papa João Paulo II, atualmente na lista dos beatos católicos, foi
um dos colaboradores mais leais da Central de Inteligência dos Estados Unidos
(CIA), antes mesmo de ser eleito para o pontificado católico romano. A sua
primeira audiência como Papa foi dada ao diretor geral da agência
norte-americana de informações, William Casey, em 1978.
O arcebispo de Cracóvia, Karol
Wojtyla, forneceu informações consideradas “valiosas” à CIA sobre a resistência
polonesa ao regime comunista da Polônia. Esse apoio favoreceu substancialmente
as atividades do sindicato Solidariedade, liderado pelo metalúrgico Lech Walesa
e representou a ultima pá de cal no fim do regime polonês.
Memórias
O ex-diretor da CIA e
ex-embaixador dos EUA no Brasil, general Vernon Walters, apresenta, em suas
memórias, alguns exemplos desse entendimento entre o Vaticano e a Casa Branca.
Walters – que era vice–diretor
geral da CIA - afirma que uma das principais preocupações do presidente Ronald Reagan
era a de manter o Papa informado sobre as despesas militares dos EUA. Nesse
sentido, determinou que esse embaixador se reunisse de dois em dois meses, com
João Paulo II, no Vaticano.
Um detalhe: o diplomata deveria
levar consigo fotografias via satélite dos países do bloco soviético e das
regiões estratégicas para Washington. Afirma que, numa dessas audiências,
mostrou ao Papa uma base soviética, supostamente com 13 silos contendo centenas
de mísseis. “Santidade, cada míssil possui 10 ogivas. O que o senhor está vendo
corresponde à morte de 130 cidades americanas ou europeias”. Walters diz que o
Papa afirmou: “Compreendo exatamente o que o senhor apresenta”.
O general Walters foi também
embaixador dos EUA no Brasil nos anos 70, no auge da repressão da ditadura de
1964.
Colaboração
antiga
A colaboração de João Paulo II
com a CIA aconteceu também nos anos 80 com dois objetivos: desestabilizar o
governo sandinista da Nicarágua e desautorizar a Teologia da Libertação. As
duas metas foram atingidas e somente agora, com a eleição do papa Francisco I,
essa corrente teológica foi oficialmente reabilitada.
Aliança
de interesses
Tanto diplomatas
norte-americanos, quanto do Vaticano, descrevem a relação estreita entre os
dois interlocutores como uma “aliança de interesses”. A Casa Branca pretendia
favorecer a Igreja Católica Romana na sua politica de expansão da sua hegemonia
especifica. E o Vaticano, atendia também ao propósito dos EUA de avançar na sua
politica também expansionista e hegemonista.
Fonte: Carta
Maior
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