Policiais colocaram seus distintivos no gelo
em protesto. Imagem: Reprodução / O Tempo
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Fernanda Viegas
Cerca de 40 policiais federais
se concentraram na porta da Superintendência Regional da Polícia Federal em
Minas Gerais, para uma manifestação contra o que a categoria chama de
“congelamento” da corporação.
De acordo com o presidente do
Sindicato dos Policiais Federais no Estado de Minas Gerais, Rodrigo Porto, está
acontecendo um controle político das investigações feitas pela polícia federal.
“A gente está querendo alertar a população para o congelamento da Polícia
Federal. Os indiciamentos sobre lavagem de dinheiro caíram cerca de 90% de 2007
para 2013. o governo federal está querendo congelar e para isso estão criando
racha entre os policiais valorizando uma pequena categoria de 15% e não
desvalorizando o restante. E não é só financeiramente, mas de não oferecer
curso e não dar expectativa de melhoria”, criticou.
Ainda segundo a categoria,
menos verba está liberada para as operações de inteligência. “O foco da polícia
que seria o combate a corrupção parou. E temos que fazer o registro para o
governo dos políticos que estamos investigando”, contou Porto.
Segundo o Sindicato, o
movimento também acontece em Brasília (DF). Pela manhã, o grupo panfletou na
praça Sete, no centro da capital, junto com policiais civis.
Até o momento, a Polícia
Federal em Minas Gerais não se manifestou sobre o protesto. O protesto foi
encerrado por volta das 16h30, de acordo com o Sindicato.
Dados
A Federação Nacional dos
Policiais Federais divulgou números que, segundo eles, apontam o desinteresse
do governo em combater a corrupção.
- Em relação aos indiciamentos
pelos crimes de quadrilha ou bando (artigo 288 do Código Penal), geralmente
relacionados ao crime organizado, a atuação da PF despencou de 4.941 indiciados
em 2007, para apenas 759 em 2013, até o mês de novembro;
- Outra modalidade de crime de
colarinho branco é o emprego irregular de verbas públicas (artigo 315 do Código
Penal). Durante o período analisado, de 31 indiciamentos da PF em 2007, em 2013
houve um, até novembro;
- Exigir propina é definido no
Código Penal pelo termo Concussão (crime do artigo 316). No início do período
houve um aumento no número de indiciados, mas nos anos seguinte houve uma queda
de 102 indiciados em 2008 para apenas 14 em 2013;
- Em relação ao crime de
corrupção passiva (aceitar propina, conforme artigo 317 do Código Penal), houve
uma evolução entre 2008 e 2009, chegando a 971 indiciados, mas então ocorre uma
queda, chegando a apenas 78 indiciados em 2013, até novembro;
- No período analisado os
prefeitos corruptos têm razão para comemorar. A queda o número de indiciados
pela PF, através do Decreto-Lei 201/67, nos crimes de responsabilidade de
prefeitos, caiu de 826 em 2007 para apenas 102 em 2013, até o final de
novembro;
- Os dados oficiais de
indiciados pela Polícia Federal no combate aos crimes contra o Sistema
Financeiro Nacional, previstos na Lei 7492/86, acompanham os demais. Numa queda
de 1504 indiciados em 2007, em 2013 foram apenas 210 até o final de novembro;
Durante o período analisado,
também há queda no número de indiciados da PF pelos crimes de lavagem de
dinheiro, previstos na Lei 9613/98. Em 2007 foram 1085 indiciados, e em 2013
foram apenas 123 até novembro de 2013.
Fonte: Folha
Política
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