22 de dezembro de 2013
A REDE GLOBO, DIREÇÃO E AUTOR
DA NOVELA "AMOR À VIDA", PRESTAM UM TRIBUTO AO ÓDIO E PRECONCEITO AO
EXIBIR CENA ONDE TRANSMITE O CONCEITO DE QUE TODOS OS PALESTINOS SÃO
TERRORISTAS.
ISSO DEMONSTRA O QUANTO ESSA
EMISSORA ESTÁ TOTALMENTE DESCONECTADA COM A REALIDADE DO CONFLITO PALESTINO
ISRAELENSE OU ESTÁ CONECTADA COM SETORES MINORITÁRIOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA
QUE PREGAM A DISCRIMINAÇÃO RACIAL, ÉTNICA E RELIGIOSA COMO FILOSOFIA DO AGIR E
PENSAR.
MAL SABEM ESSES SENHORES DESSA
EMISSORA QUE OS PALESTINOS SÃO ÁRABES E QUE NO BRASIL HÁ MAIS DE 12 MILHÕES DE
ÁRABES E SEUS DESCENDENTES (LIBANESES, SÍRIOS, LIBANESES, EGÍPCIOS, JORDANIANOS
E OUTRAS NACIONALIDADES ÁRABES).
MAL SABEM ESSES SENHORES QUE AO
OFENDER E DISCRIMINAR O POVO PALESTINO ESTÃO DISCRIMINANDO NÃO SÓ OS
BRASILEIROS ÁRABES, MAS TODA A NAÇÃO BRASILEIRA QUE RECEBEU DE BRAÇOS ABERTOS
ESSES ÁRABES QUE SEMPRE CONTRIBUIRAM PARA O DESENVOLVIMENTO E CONSTRUÇÃO DO
BRASIL.
A HISTÓRIA DA PRESENÇA ÁRABE NO
BRASIL ESTÁ PRESENTE DESDE ACHEGADA DE PEDRO ÁLVARES CABRAL. EM TODOS OS RAMOS
DA ATIVIDADE HUMANA ESTÃO PRESENTES OS BRASILEIROS DE ORIGEM ÁRABE: CULTURA,
CULINÁRIA, ECONOMIA,MEDICINA, ENGENHARIA, POLITICA, COMÉRCIO E TANTAS OUTRAS
ATIVIDADES.
EM VEZ DE PREGAR A PAZ ENTRE
ISRAELENSES E PALESTINOS, ENTRE ÁRABES E JUDEUS NO BRASIL, A DIREÇÃO DA REDE
GLOBO PREGA O CONFLITO, IMPORTA O CONFLITO DE MANEIRA IRRESPONSÁVEL E ENGAJADA.
ÁRABES E JUDEUS NO BRASIL NUNCA TIVERAM NENHUM TIPO DE PROBLEMA DE CONVIVÊNCIA
E DIÁLOGO AQUI NO BRASIL. A DIREÇÃO DA GLOBO NÃO QUER QUE CONTINUE ASSIM? A
QUEM ESTÁ PRESTANDO ESSE SERVIÇO DE GERAR ÓDIO E CONFLITO?
REPUDIAMOS, CONDENAMOS TAL
LINHA DE AÇÃO E EXIGIMOS QUE OS RESPONSÁVEIS PELA CENA SE RETRATEM E SE SE
DESCULPEM COM OS PALESTINOS E OS ÁRABES. É O MINIMO QUE PODERÃO FAZER PARA
REPARAR ESSA DESASTROSA CENA VISTA POR MILHÕES DE BRASILEIROS.
FEDERAÇÃO ÁRABE PALESTINA DO
BRASIL
Representante da comunidade
palestino brasileira
PARA
ENTENDER MELHOR O FATO:
Não costumo assistir televisão
e confesso que não é raro eu me surpreender com algum tipo de discussão
envolvendo algum episódio, personagem ou desinformação sendo difundida de forma
no mínimo leviana pela televisão brasileira. Se considerarmos que as
telenovelas também são possuidoras de uma importância cultural e política,
tendo em vista sua grande audiência e o fato de que elas deixaram de ser apenas
voltadas para o lazer para se tornarem um espaço cultural de intervenção para a
discussão e introdução de hábitos e valores, talvez seja possível percorrer
mais um caminho para se compreender a forma como os árabes - e mais
recentemente, os muçulmanos, são vistos no Brasil.
Em 2010, realizei um
levantamento exploratório com o intuito de verificar a quantidade de novelas em
que havia presente um ou mais personagens árabes. O objetivo foi averiguar
possíveis mudanças na forma como eles estão presentes no imaginário social da
população brasileira. Tal levantamento permitiu constatar que entre 1967 e 2009
personagens árabes apareceram com algum destaque em cerca de 10 telenovelas
nacionais. Desse total, os árabes adquiriram status de protagonistas principais
em apenas duas delas, a saber: "O Sheik de Agadir" (1967) e "O
Clone" (2001).
Um dos aspectos que mais chamou
a atenção foi que após 2001, ou seja, período correspondente àquele do atentado
de 11 de setembro ao World Trade Center nos EUA, a teledramaturgia brasileira
levou quase uma década até contar novamente com algum personagem de origem
árabe.
Curiosamente – ou não-, em
2009, a emissora de televisão Record lançou "Poder Paralelo", uma
novela que contou com dois personagens de origem árabe, os quais inauguraram uma
nova forma de representá-los na teledramaturgia brasileira aos caracterizá-los
como terroristas.
De lá para cá, eu não pude
acompanhar com a devida atenção o eventual aparecimento de personagens árabes
(e/ou muçulmanos) em novelas brasileiras, mas hoje me surpreendi ao ver uma
discussão no grupo Somos Árabes sobre um episódio ocorrido em um folhetim
exibido atualmente: "Amor à vida".
Como eu desconhecia atrama,
tentei ler os comentários deixados no grupo enquanto que me situava um pouco
melhor em relação ao assunto que teria gerado a polêmica. Por fim, após
pesquisar um pouco - provavelmente não com a atenção necessária, pois meu dia foi
super corrido, eu percebi que novamente a televisão brasileira tem prestado um
desserviço à população disseminando uma série de desinformações e estereótipos,
caricaturas e contribuindo para reforçar aquilo que o intelectual palestino
Edward Said já chamava atenção no final da década de 1970: o fato de que cada
vez mais o árabe aparece por toda a parte como algo ameaçador.
Se no Brasil esse imaginário
demorou algumas décadas até ganhar força, atualmente, parece que a nossa
televisão brasileira não tem se esforçado muito para esclarecer à população o
quão prejudiciais esses imaginários criados a respeito de culturas estrangeiras,
religiões etc. podem ser.
Lamento muito que o autor da
novela exibida atualmente, o senhor Walcyr Carrasco, não tenha sido capaz de
romper com esse ciclo de preconceito e desinformação a respeito do povo
palestino. Inacreditável pensar que cenas como essa que pode ser vista clicando
no link entre parênteses
(http://extra.globo.com/tv-e-lazer/telinha/amor-vida-persio-revela-que-foi-terrorista-cogitou-ser-homem-bomba-10926733.html)sejam
exibidas de forma irresponsável, e que não gerem no mínimo um repúdio por parte
de uma sociedade como a nossa, que convive com distintas presenças árabe sem
tantas esferas do cotidiano e, a meu ver, deveria possuir esclarecimento
suficiente para compreender que o sofrimento de um povo e as dramáticas
consequências devem ser tratadas com o devido cuidado e respeito.
Do contrário, enquanto
continuarem difundindo desinformação, mais ódio nascerá nos corações das
pessoas e mais distante da paz esse povo ficará.
Deixo aqui, em nome do Presença
Árabe no Brasil esta nota de repúdio ao autor da novela, sugerindo ainda, que
este senhor pesquise melhor sobre aquilo a que se propõe escrever, tratando com
respeito e responsabilidade assuntos sérios que envolvem tanto sofrimento e
dor. Demonizar uma religião ou um povo é um ato grave, irresponsável e possui
consequências desastrosas.
Patricia El-moor
–Presença Árabe no Brasil
Fonte: Fepal
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PARA QUEM QUISER E PUDER ENVIAR
SEU PEDIDO DE RETRATAÇÃO PORPARTE DO AUTOR DA NOVELA EM RELAÇÃO A EPISÓDIO
LAMENTÁVEL, LIGAR PARA A GLOBO,O TELEFONE É 400-22884, SEM DDD. É SÓ CHAMAR
DIRETO E FAZER A CRÍTICA.
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