Blairo Maggi. Foto: Antonio Cruz/ABr |
Embora o título da matéria sugira, não é piada. Trata-se do vale
tudo, do extremo e descarado pragmatismo da governança brasileira: racista homofóbico na comissão de direitos humanos e desmatador, detentor do Prêmio Motosserra de Ouro,
rei da soja e do agronegócio no Mato Grosso presidente da Comissão de Fiscalização e Controle... do quê? Meio Ambiente, Não sei se isso só acontece nesta republiqueta
tupiniquim, mas é, no mínimo, desrespeitoso. No caso da Comissão do Meio Ambiente, é desrespeitoso inclusive com relação a petistas e sindicalistas mato-grossenses que sofreram agruras nas mãos do ultradireitista e ilustre recém-empossado
pela presidente petista do Brasil.
Por Maurício Thuswohl, da Rede Brasil Atual
A
definição dos comandantes e titulares das mais importantes comissões do Senado
continua a preparar o tabuleiro político para 2014. Após a eleição na
terça-feira (26) do petista Lindbergh Farias, pré-candidato ao governo do Rio
de Janeiro, para a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos, na
quarta-feira (27) foi a vez do megaempresário e ex-governador de Mato Grosso,
Blairo Maggi (PR), ser eleito para presidir a Comissão de Meio Ambiente. A
escolha é, no mínimo, curiosa, já que Maggi é o maior plantador de soja do
Brasil e durante muitos anos foi apontado pelo movimento socioambiental
brasileiro como um dos principais inimigos do meio ambiente no país, tendo
ganho, inclusive, o famigerado Prêmio Motosserra de Ouro.
Político
que nutre uma boa relação com Dilma Rousseff, sendo inclusive o principal
interlocutor da presidenta no instável PR, e ainda cotado para assumir o
Ministério da Agricultura em uma eventual reforma ministerial, Maggi garante
que não é um bicho tão feio como muitos pintam. Em entrevista publicada ontem
no jornal O Globo, ele diz que, na verdade, deteve o desmatamento em Mato
Grosso: “Quando assumi o governo, o índice de desmatamento era crescente.
Quando me elegi, disseram que tinham colocado a raposa para tomar conta do
galinheiro. Mas, se pegarem os números depois que eu saí, verão que houve
redução de 90% no desmatamento. É possível aliar produção e preservação”.
Maggi
se coloca como a “pessoa ideal” para assumir a Comissão de Meio Ambiente do
Senado. “Conheço bem o que as ONGs e os produtores pensam, como agem e o que
querem. Tenho todas as credenciais para ocupar [a presidência da Comissão]”,
diz. O senador afirma também que “se tem alguém que sabe cuidar do meio
ambiente, esse alguém é o agricultor, que sabe olhar para a terra e defendê-la,
pois ali está o seu ganha-pão”.
A
opinião que Maggi tem de si mesmo, no entanto, diverge bastante daquela
expressada por ambientalistas, que sempre estiveram na cola do atual senador. O
“ponto alto” das citações ao empresário e produtor de soja como inimigo do meio
ambiente no Brasil veio em 2005, quando Maggi ainda governava Mato Grosso e foi
agraciado, em eleição organizada pela organização não governamental Greenpeace,
com o prêmio Motosserra de Ouro. Naquela ocasião, ferviam em todo o Brasil os
debates acerca do avanço da fronteira agrícola da soja sobre a floresta amazônica
e da introdução ilegal de soja transgênica no Sul do país.
‘Só temos a lamentar’
Oito
anos depois, a opinião dos ambientalistas sobre Maggi parece não ter mudado. “A
gente só tem a lamentar sua escolha para a Comissão”, resume Carlos Henrique
Painel, dirigente do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais pelo Meio
Ambiente (FBOMS). O ambientalista define Maggi: “É um legítimo ganhador do
Prêmio Motosserra, um dos responsáveis pela expansão da soja no Brasil. Um
senador e ex-governador que reconhecidamente é do agronegócio e que lutou muito
pelas mudanças no Código Florestal que prejudicaram o país. A Comissão de Meio
Ambiente do Senado agora se junta a um Ministério do Meio Ambiente que já não
atua”.
Painel
lamenta que a escolha de Maggi se dê com o que ele define como aval do
Planalto: “É mais um passo em direção ao retrocesso na área ambiental do
governo Dilma. O governo está se colocando de maneira desenvolvimentista ao
extremo e, para isso, está tirando qualquer obstáculo ao crescimento pretendido.
A questão ambiental é vista por esse governo como um obstáculo, e não como uma
solução para os problemas do desenvolvimento do país”.
Fonte:
Sul21
Pastor é mesmo escolhido para presidir Direitos Humanos
Deputado Marco Feliciano
foi escolhido pelo PSC para ser novo presidente da CDHM da Câmara. Nome pode
ser barrado por membros da própria comissão, mas hipótese é remota.
Marco
Prates, de Siga-me
Agência
Câmara
Deputado
e pastor Marco Feliciano: ele será mesmo o novo presidente da comissão que lida
com os direitos das minorias
São
Paulo – O pastor e deputado do PSC Marco Feliciano foi escolhido oficialmente
como o candidato do partido para o cargo de presidente da Comissão de Direitos
Humanos e Minorias da Câmara (CDHM). Amanhã seu nome será votado pelos membros
da comissão, mas a hipótese de sua candidatura ser rejeitada é considerada
remota.
Em
2011, o pastor foi acusado de racismo e homofobia por entidades ao escrever que
os “africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé” e que “a podridão dos
sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime”.
Marco
Feliciano comemorou a indicação pelo microblog. E prometeu hoje "abrir o
diálogo sobre todos os assuntos de interesse da sociedade". Ele nega
veementemente as acusações de que seja homofóbico ou racista.
“O
PSC, sob deliberação de toda a bancada, na certeza de que a comissão estará
muito bem entregue, decidiu pelo nome do pastor Marco Feliciano”, anunciou no
fim da tarde de hoje o líder do partido na Câmara, André Moura.
Lembrado
do movimento de oposição ao deputado - um abaixo assinado contra Marco
Feliciano na plataforma Avaaz chegou a quase 50 mil votos -, o líder do PSC
ressaltou que há também "movimentação extremamente favorável ao
pastor".
Feliciano
criou uma petição em seu próprio site que chegou a 95 mil assinaturas hoje,
segundo a página.
Embora
seu nome ainda tenha que passar pelos 18 membros da comissão - o que deve
ocorrer amanhã - é improvável que seja rejeitado ou enfrente uma candidatura
avulsa. Isso porque o comando das comissões é dividido previamente entre os
partidos por acordo do colégio de líderes. Um distúrbio na CDHM poderia
atrapalhar a divisão anteriormente acertada.
Fonte:
Exame
Vídeo do Youtube mostra o pastor comercializando fé e em atitude suspeita de usufruto de má fé da crença popular.
Vídeo do Youtube mostra o pastor comercializando fé e em atitude suspeita de usufruto de má fé da crença popular.
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