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quarta-feira, 6 de março de 2013

Senado brasileiro: ex-Motosserra de Ouro na Comissão de Meio Ambiente e homofóbico e racista na Direitos Humanos

Blairo Maggi. Foto: Antonio Cruz/ABr

Embora o título da matéria sugira, não é piada. Trata-se do vale tudo, do extremo e descarado pragmatismo da governança brasileira: racista homofóbico na comissão de direitos humanos e desmatador, detentor do Prêmio Motosserra de Ouro, rei da soja e do agronegócio no Mato Grosso presidente da Comissão de Fiscalização e Controle... do quê? Meio Ambiente, Não sei se isso só acontece nesta republiqueta tupiniquim, mas é, no mínimo, desrespeitoso. No caso da Comissão do Meio Ambiente, é desrespeitoso inclusive com relação a petistas e sindicalistas mato-grossenses que sofreram agruras nas mãos do ultradireitista e ilustre recém-empossado pela presidente petista do Brasil.

Por Maurício Thuswohl, da Rede Brasil Atual

A definição dos comandantes e titulares das mais importantes comissões do Senado continua a preparar o tabuleiro político para 2014. Após a eleição na terça-feira (26) do petista Lindbergh Farias, pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, para a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos, na quarta-feira (27) foi a vez do megaempresário e ex-governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), ser eleito para presidir a Comissão de Meio Ambiente. A escolha é, no mínimo, curiosa, já que Maggi é o maior plantador de soja do Brasil e durante muitos anos foi apontado pelo movimento socioambiental brasileiro como um dos principais inimigos do meio ambiente no país, tendo ganho, inclusive, o famigerado Prêmio Motosserra de Ouro.
Político que nutre uma boa relação com Dilma Rousseff, sendo inclusive o principal interlocutor da presidenta no instável PR, e ainda cotado para assumir o Ministério da Agricultura em uma eventual reforma ministerial, Maggi garante que não é um bicho tão feio como muitos pintam. Em entrevista publicada ontem no jornal O Globo, ele diz que, na verdade, deteve o desmatamento em Mato Grosso: “Quando assumi o governo, o índice de desmatamento era crescente. Quando me elegi, disseram que tinham colocado a raposa para tomar conta do galinheiro. Mas, se pegarem os números depois que eu saí, verão que houve redução de 90% no desmatamento. É possível aliar produção e preservação”.
Maggi se coloca como a “pessoa ideal” para assumir a Comissão de Meio Ambiente do Senado. “Conheço bem o que as ONGs e os produtores pensam, como agem e o que querem. Tenho todas as credenciais para ocupar [a presidência da Comissão]”, diz. O senador afirma também que “se tem alguém que sabe cuidar do meio ambiente, esse alguém é o agricultor, que sabe olhar para a terra e defendê-la, pois ali está o seu ganha-pão”.
A opinião que Maggi tem de si mesmo, no entanto, diverge bastante daquela expressada por ambientalistas, que sempre estiveram na cola do atual senador. O “ponto alto” das citações ao empresário e produtor de soja como inimigo do meio ambiente no Brasil veio em 2005, quando Maggi ainda governava Mato Grosso e foi agraciado, em eleição organizada pela organização não governamental Greenpeace, com o prêmio Motosserra de Ouro. Naquela ocasião, ferviam em todo o Brasil os debates acerca do avanço da fronteira agrícola da soja sobre a floresta amazônica e da introdução ilegal de soja transgênica no Sul do país.

‘Só temos a lamentar’


Oito anos depois, a opinião dos ambientalistas sobre Maggi parece não ter mudado. “A gente só tem a lamentar sua escolha para a Comissão”, resume Carlos Henrique Painel, dirigente do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais pelo Meio Ambiente (FBOMS). O ambientalista define Maggi: “É um legítimo ganhador do Prêmio Motosserra, um dos responsáveis pela expansão da soja no Brasil. Um senador e ex-governador que reconhecidamente é do agronegócio e que lutou muito pelas mudanças no Código Florestal que prejudicaram o país. A Comissão de Meio Ambiente do Senado agora se junta a um Ministério do Meio Ambiente que já não atua”.
Painel lamenta que a escolha de Maggi se dê com o que ele define como aval do Planalto: “É mais um passo em direção ao retrocesso na área ambiental do governo Dilma. O governo está se colocando de maneira desenvolvimentista ao extremo e, para isso, está tirando qualquer obstáculo ao crescimento pretendido. A questão ambiental é vista por esse governo como um obstáculo, e não como uma solução para os problemas do desenvolvimento do país”.
Fonte: Sul21

Pastor é mesmo escolhido para presidir Direitos Humanos


Deputado Marco Feliciano foi escolhido pelo PSC para ser novo presidente da CDHM da Câmara. Nome pode ser barrado por membros da própria comissão, mas hipótese é remota.


Marco Prates, de Siga-me
Agência Câmara

Deputado e pastor Marco Feliciano: ele será mesmo o novo presidente da comissão que lida com os direitos das minorias

São Paulo – O pastor e deputado do PSC Marco Feliciano foi escolhido oficialmente como o candidato do partido para o cargo de presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara (CDHM). Amanhã seu nome será votado pelos membros da comissão, mas a hipótese de sua candidatura ser rejeitada é considerada remota.

Em 2011, o pastor foi acusado de racismo e homofobia por entidades ao escrever que os “africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé” e que “a podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime”.

Marco Feliciano comemorou a indicação pelo microblog. E prometeu hoje "abrir o diálogo sobre todos os assuntos de interesse da sociedade". Ele nega veementemente as acusações de que seja homofóbico ou racista.

“O PSC, sob deliberação de toda a bancada, na certeza de que a comissão estará muito bem entregue, decidiu pelo nome do pastor Marco Feliciano”, anunciou no fim da tarde de hoje o líder do partido na Câmara, André Moura.

Lembrado do movimento de oposição ao deputado - um abaixo assinado contra Marco Feliciano na plataforma Avaaz chegou a quase 50 mil votos -, o líder do PSC ressaltou que há também "movimentação extremamente favorável ao pastor".

Feliciano criou uma petição em seu próprio site que chegou a 95 mil assinaturas hoje, segundo a página.

Embora seu nome ainda tenha que passar pelos 18 membros da comissão - o que deve ocorrer amanhã - é improvável que seja rejeitado ou enfrente uma candidatura avulsa. Isso porque o comando das comissões é dividido previamente entre os partidos por acordo do colégio de líderes. Um distúrbio na CDHM poderia atrapalhar a divisão anteriormente acertada.
Fonte: Exame
Vídeo do Youtube mostra o pastor comercializando fé e em atitude suspeita de usufruto de má fé da crença popular.

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