O estudo focaliza os últimos 30
anos de mortalidade por armas de fogo no Brasil. São homicídios, suicídios e
acidentes, pela ação de armas de fogo. Verifica-se também, em diferentes
capítulos, a incidência de fatores como o sexo, a raça/cor e as idades das
vítimas dessa mortalidade.
Também são apontadas as
características da evolução dos óbitos por armas de fogo nas 27 Unidades da
Federação, as 27 Capitais e nos municípios com elevados níveis de mortalidade
causada por armas de fogo. Em planilhas anexas, nesta página, podem ser
encontrados os dados de mortalidade por armas de fogo dos 5565 municípios
brasileiros.
Fonte: Mapa da
Violência.org
Mapa da Violência 2013: 67,1% das vítimas por arma de fogo são jovens
Luciano Nascimento
Repórter da Agência
Brasil
06/03/2013
Brasília – De cada três mortos
por arma de fogo, dois estão na faixa dos 15 a 29 anos, é o que mostra o Mapa
da Violência 2013: Mortes Matadas por Armas de Fogo. A publicação, divulgado
com exclusividade pela Agência Brasil, diz que os jovens representam 67,1% dos
mortos por arma de fogo.
As informações se referem ao
período de 1980 a 2010 e revelam que, em 30 anos, um total de 799.226 pessoas
morreram vítimas de armas de fogo. Desses, 450.255 mil eram jovens entre 15 e
29 anos de idade. A publicação, feita pelo Centro Brasileiro de Estudos
Latino-Americanos e pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais,
analisou as mortes por armas de fogo decorrentes de agressão intencional de
terceiros (homicídios), autoprovocadas intencionalmente (suicídios) ou de
intencionalidade desconhecida, cuja característica comum foi a morte causada
por arma de fogo.
De acordo com a publicação, a
análise dos dados de morte de jovens no ano de 2010, mostra que as armas de
fogo são a principal causa de morte no próprio segmento. Neste ano, foram
registradas 75.553 mortes de jovens de 15 a 29 anos de idade, sendo que um
terço (22.694) foi decorrente do uso de arma de fogo. “Bem longe da segunda
causa: os acidentes de trânsito, que representam 20% da mortalidade juvenil”,
diz a publicação.
“Temos uma epidemia de
violência em todo o Brasil e sabemos o perfil de quem ela atinge mais: são
jovens, negros e, geralmente, de baixa renda,” disse para a Agência Brasil o
sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, responsável pela publicação. Entre as causas
da morte por arma de fogo entre os jovens, Waiselfisz indica o abandono da escola e a baixa
inserção no mercado de trabalho. “Hoje temos 9 milhões de jovens que não
estudam, não trabalham e que estão vulneráveis a situações de violência”, disse.
A publicação mostra que a maior
parte dos homicídios resulta da chamada “cultura da violência”. Os dados
contrariam a “visão amplamente difundida, principalmente nos meios ligados à
segurança pública, de que a violência homicida do país se encontra imediatamente
relacionada às estruturas do crime e mais especificamente à droga”.
A afirmação se ancora em
publicação do Conselho Nacional do Ministério Público, divulgada em 2012, e
elaborado a partir de inquéritos policiais referentes a homicídios acontecidos
em 2011 e 2012 em 16 unidades da Federação. O levantamento apontou que as
maiores causas de homicídios decorreram
de motivos fúteis, como “brigas, ciúmes, conflitos entre vizinhos, desavenças,
discussões, violências domésticas, desentendimentos no trânsito.”
A impunidade também foi
apontada como fator importante, tanto para as mortes de jovens, quanto para a
população em geral. “O índice de elucidação dos crimes de homicídio é
baixíssimo no Brasil. Estima-se, em pesquisas feitas, inclusive a da Associação
Brasileira de Criminalística feita em 2011, que [a elucidação] varie entre 5% e
8%. Esse percentual é 65% nos Estados Unidos, no Reino Unido é 90% e na França
é 80%,” diz a publicação.
Edição: Fábio Massalli
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Fonte: Agência
Brasil
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