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sábado, 9 de março de 2013

Mapa da Violência 2013


O estudo focaliza os últimos 30 anos de mortalidade por armas de fogo no Brasil. São homicídios, suicídios e acidentes, pela ação de armas de fogo. Verifica-se também, em diferentes capítulos, a incidência de fatores como o sexo, a raça/cor e as idades das vítimas dessa mortalidade.
Também são apontadas as características da evolução dos óbitos por armas de fogo nas 27 Unidades da Federação, as 27 Capitais e nos municípios com elevados níveis de mortalidade causada por armas de fogo. Em planilhas anexas, nesta página, podem ser encontrados os dados de mortalidade por armas de fogo dos 5565 municípios brasileiros.


Mapa da Violência 2013: 67,1% das vítimas por arma de fogo são jovens


Luciano Nascimento
Repórter da Agência Brasil
06/03/2013

Brasília – De cada três mortos por arma de fogo, dois estão na faixa dos 15 a 29 anos, é o que mostra o Mapa da Violência 2013: Mortes Matadas por Armas de Fogo. A publicação, divulgado com exclusividade pela Agência Brasil, diz que os jovens representam 67,1% dos mortos por arma de fogo.

As informações se referem ao período de 1980 a 2010 e revelam que, em 30 anos, um total de 799.226 pessoas morreram vítimas de armas de fogo. Desses, 450.255 mil eram jovens entre 15 e 29 anos de idade. A publicação, feita pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos e pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, analisou as mortes por armas de fogo decorrentes de agressão intencional de terceiros (homicídios), autoprovocadas intencionalmente (suicídios) ou de intencionalidade desconhecida, cuja característica comum foi a morte causada por arma de fogo.

De acordo com a publicação, a análise dos dados de morte de jovens no ano de 2010, mostra que as armas de fogo são a principal causa de morte no próprio segmento. Neste ano, foram registradas 75.553 mortes de jovens de 15 a 29 anos de idade, sendo que um terço (22.694) foi decorrente do uso de arma de fogo. “Bem longe da segunda causa: os acidentes de trânsito, que representam 20% da mortalidade juvenil”, diz a publicação.

“Temos uma epidemia de violência em todo o Brasil e sabemos o perfil de quem ela atinge mais: são jovens, negros e, geralmente, de baixa renda,” disse para a Agência Brasil o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, responsável pela publicação. Entre as causas da morte por arma de fogo entre os jovens, Waiselfisz  indica o abandono da escola e a baixa inserção no mercado de trabalho. “Hoje temos 9 milhões de jovens que não estudam, não trabalham e que estão vulneráveis a situações de violência”, disse.

A publicação mostra que a maior parte dos homicídios resulta da chamada “cultura da violência”. Os dados contrariam a “visão amplamente difundida, principalmente nos meios ligados à segurança pública, de que a violência homicida do país se encontra imediatamente relacionada às estruturas do crime e mais especificamente à droga”.

A afirmação se ancora em publicação do Conselho Nacional do Ministério Público, divulgada em 2012, e elaborado a partir de inquéritos policiais referentes a homicídios acontecidos em 2011 e 2012 em 16 unidades da Federação. O levantamento apontou que as maiores causas de homicídios  decorreram de motivos fúteis, como “brigas, ciúmes, conflitos entre vizinhos, desavenças, discussões, violências domésticas, desentendimentos no trânsito.”

A impunidade também foi apontada como fator importante, tanto para as mortes de jovens, quanto para a população em geral. “O índice de elucidação dos crimes de homicídio é baixíssimo no Brasil. Estima-se, em pesquisas feitas, inclusive a da Associação Brasileira de Criminalística feita em 2011, que [a elucidação] varie entre 5% e 8%. Esse percentual é 65% nos Estados Unidos, no Reino Unido é 90% e na França é 80%,” diz a publicação.

Edição: Fábio Massalli

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