Fonte da foto: andretopanotti.blogspot.com |
Nos últimos anos, o mercado de
trabalho no Brasil evoluiu para uma situação próxima do pleno emprego, ao mesmo
tempo em que o rendimento dos ocupados deu um salto. Mas uma desigualdade a
economia brasileira ainda não conseguiu derrubar: a disparidade de salários entre
trabalhadores do sexo masculino e feminino. Homens chegam a ganhar, na média,
até 66% mais do que mulheres com o mesmo grau de escolaridade - no caso,
superior completo. A informação é de um levantamento do Estadão Dados, feito
com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do
Trabalho e Emprego, referente a 2011, dado mais recente disponível.
No geral, o salário médio dos
homens era de R$ 1.965,07, ante R$ 1.636,60 das mulheres, o que representa uma
diferença de 20% a favor dos trabalhadores do sexo masculino. Essa diferença se
mantém praticamente inalterada pelo menos desde 2006.
Por nível de ensino, a
desvantagem do chamado sexo frágil é crescente, com exceção da faixa de
trabalhadores com ensino superior completo. Em 2007, homens nessa condição
ganhavam, em média, 78% mais que mulheres. A diferença caiu nos anos seguintes
e atingiu 66% em 2011. A diferença fica menor nas pontas: entre analfabetos e
com doutorado, faixas em que o salário médio dos homens é 20% maior que o das mulheres.
Para se ter ideia da
disparidade, o salário médio de homem que ocupa cargo de diretor é quase duas
vezes (185%) maior do que o da mulher na mesma condição. Não para por aí. Um
físico ou químico do sexo masculino, por exemplo, ganha, em média, 46% mais que
uma profissional do sexo oposto. Outro estudo, feito pelo Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostra que os
salários das mulheres metalúrgicas da região de Sorocaba (SP) são, em média,
36,9% menos do que o dos homens.
Dos 43 mil trabalhadores
metalúrgicos da região, 8,3 mil (ou 19,3%) são mulheres. A faixa etária de
mulheres predominante na categoria é de jovens de até 29 anos (45,9% do total).
Para o economista Fernando Lima, coordenador do estudo, o salário mais baixo
das mulheres se deve ao fato de ainda ser reduzido o número de trabalhadoras
que ocupam cargos de comando ou melhor remunerados na categoria. "Embora
tenhamos observado avanços para as trabalhadoras nos últimos anos, como o maior
acesso ao ensino e uma legislação mais avançada, ainda temos muito que
conquistar para falarmos em igualdade", diz Ademilson Terto da Silva,
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos. As informações são do jornal O Estado
de S. Paulo.
Fonte: Br.notícias
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