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quinta-feira, 7 de março de 2013

Romário liga Marín à ditadura militar


Deputado, presidente da CBF defendeu prisão do jornalista Vladimir Herzog


A rixa entre Romário e José Maria Marín ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira. Horas depois de ser eleito, por unanimidade, presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados, o Baixinho publicou longo texto em resposta a algumas declarações do presidente da CBF.

Em entrevista à RedeTV!, o mandatário da entidade máxima do futebol brasileiro chamou o Baixinho de "desagregador" e disse que a sequência de comentários de Romário contra sua administração seriam apenas para ganhar pontos com a população.

Respondendo às acusações de Marín, o deputado federal definiu o presidente da CBF como "completamente nocivo à gestão esportiva" e fez questão de relembrar o caso do roubo da medalha da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2012 e a suspeita de que Marín estaria fazendo "gato" em seu apartamento.

Além disso, o Gênio da Grande Área rememorou episódio ocorrido na década de 1970. Então deputado estadual pela Arena, partido ligado ao regime militar, Marín defendeu no Congresso a prisão do jornalista Vladimir Herzog. Poucos dias depois, Vlado foi assassinado em uma cela do DOI-CODI de São Paulo, órgão de inteligência do governo.

Para finalizar, Romário fez campanha pela assinatura da petição pública que pede a saída de José Maria Marín do cargo de presidente da CBF.

Confira abaixo a íntegra da nota divulgada por Romário.

"Boa tarde, galera, primeiramente muito obrigado pelas felicitações pela minha eleição para presidência da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados na tarde de hoje.

"Em segundo lugar quero deixar claro que em nada me surpreende o atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin, afirmar que sou um “desagregador” na política. Para ele sempre serei, afinal, não compactuo com as ações deste senhor. Como jogador, fiz muito pelo futebol brasileiro, levei o esporte para o topo do mundo. Atualmente, como político, luto pela moralidade do futebol, tenho uma vida inteira de dedicação a uma das maiores paixões do brasileiro. Agora, pergunto: Qual a contribuição do Marin para o futebol? Obviamente, nenhuma.

"José Maria Marin é completamente nocivo à gestão esportiva. Tem um histórico de vida vergonhoso, desde um roubo de medalhas ao roubo de energia. Essa última história vexaminosa da biografia deste Sr. foi contada recentemente pelo jornalista Juca Kfouri, o inacreditável roubo de energia de um vizinho. Isso mesmo, o famoso “gato”.

"Estes episódios já dizem muito sobre ele, mas não para por aí. O atual presidente da CBF também colaborou com um dos períodos mais nefastos da história do Brasil. Em 1975, deputado estadual pela Arena, Marin discursou na tribuna da Assembleia Legislativa e pediu a prisão do jornalista Vladimir Herzog, então diretor de jornalismo da TV Cultura. Herzog foi preso e assassinado no DOI-Codi dias depois.

"Mais uma vez chego à conclusão que, verdadeiramente, não tenho nada a agregar a esta pessoa. Logo, as palavras dirigidas a mim não deixam de ser um elogio, pois reafirmam que estamos lutando em trincheiras distintas. Aguardo ansiosamente pela instalação da CPI da CBF para poder convocar o Sr. a prestar esclarecimentos sobre as inúmeras denúncias que chegam ao meu gabinete e atingem diretamente esta instituição. Continuo aqui na Câmara representando milhões de brasileiros que querem te ver FORA DA CBF! Já apoiava, mas agora não só apoio como divulgo a petição pública que pede a sua saída da confederação. FORA, MARIN!"

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