Pesquisar este blog

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Sobre as Eleições Municipais em Vitória da Conquista


Ferdinand Martins da Silva*

É sabido da grande maioria da população local que no dia 07 de outubro próximo ocorrerão eleições para Prefeito e Vereadores municipais.
O quadro que se apresenta é o de que 5 (cinco) candidatos concorrerão ao cargo de prefeito. São eles: Guilherme Menezes (PT), Herzem Gusmão (PMDB), Abel Rebouças (PDT), Edigar Mão Branca (PV) e Elquisson Soares (PPS).
Uma análise dos programas eleitorais dos candidatos nos mostra que não existem diferenças marcantes entre os mesmos, haja vista que todos, sem exceção, são ou já foram da base partidária dos governos estadual e federal. Em outras palavras: são FARINHA DO MESMO SACO!
Dessa forma, é inevitável que surja a seguinte pergunta: por que então esses candidatos estão concorrendo ao pleito municipal?
Uma primeira resposta pode ser associada ao fato de que, em Vitória da Conquista, a eleição poderá ser definida num eventual segundo turno, caso algum candidato não consiga a maioria absoluta dos votos já no primeiro. Isso, sem dúvida, tem motivado os candidatos a testarem a sua popularidade, bem como apostar numa possível pulverização dos votos, além, é claro, da influência que esse fato exerce sobre as eleições para o legislativo municipal.
Uma segunda resposta, também cabível, à pergunta colocada é a de que os candidatos, ao apostarem num eventual segundo turno – e isso de fato se confirmando –, aqueles derrotados poderão usar o seu poder de barganha na escolha de qual candidato que tenha ultrapassado a primeira barreira dará o seu apoio. Em outras palavras: tentarão “vender” os votos obtidos no primeiro turno.
Porém, a história já mostrou que esse é uma lógica equivocada, pois o povo não é idiota e não aceita mais ser encabrestado como burro, cavalo ou jegue. E o povo de Conquista há de demonstrar isso também.
Por outro lado, uma análise mais pormenorizada do perfil dos candidatos pode demonstrar quem realmente é cada um e o que efetivamente pode oferecer ao “mercado eleitoral”. Senão vejamos:
O atual prefeito Guilherme Menezes tenta a reeleição após 16 (dezesseis) anos de hegemonia petista e aliados no município, tendo por três vezes ocupado o cargo de prefeito. Ou seja, o chamado “governo participativo” já disse a que veio e na atualidade não é nenhuma novidade. Ao contrário, tornou-se lugar comum, com as administrações petistas não passando de verdadeiros “lócus” de locupletamento dos membros do partido e aliados.
O candidato Herzem Gusmão, detentor de monopólio radiofônico da cidade, depois de se aproveitar das benesses das verbas públicas pagas pelas administrações petistas durante os seus governos, agora se apresenta como oposição. Ou tenta, como diz o ditado popular “cuspir no prato que comeu”. Ademais, aliado de Geddel Vieira, cuja carreira política se coaduna muito bem com o papel do PMDB na história da política brasileira, partido do atual vice-presidente da república Michel Temer.
O candidato Abel Rebouças é um desconhecido do meio político e da população e tenta usar o fato de ter sido Reitor da UESB para angariar votos. Aliás, é bom que se diga, - que as suas administrações à frente da reitoria, além de deixarem muito a desejar, foram alvos de denúncias – de desvio de verbas públicas no famoso episódio que ficou conhecido como “O CASO DOS PINTOS”, cujo processo ainda perdura na justiça.
O inexpressivo candidato Edigar Mão Branca nunca decolou como artista e forrozeiro, apesar do esforço. Após assumir uma vaga na câmara federal por um curto período de tempo, agora se arvora a governar Vitória da Conquista (Bahia) pelo PV, um partido ideologicamente débil e que nunca conseguiu sequer andar com suas próprias pernas.
Por último, o candidato e ex-deputado Elquisson Soares que, de há muito afastado da política partidária, parece não representar muita coisa sob o ponto de vista eleitoral, notadamente sob o manto do PPS, um partido com pouca expressão nacional, estadual e local. Vale lembrar que o seu presidente Roberto Freire defendeu com unhas e dentes, FHC e ainda hoje permanecem aliados.
Diante do cenário descrito nos fica a sensação de que a população não tem de fato uma opção real para o cargo de prefeito municipal. O que fazer, então?
A minha resposta é a de que a população reprove todos nas urnas e que cada vez mais procuremos fortalecer as entidades da sociedade civil e que, independentemente de quem venha a ocupar o cargo de prefeito, lhe sejam apresentadas e cobradas as demandas que hoje se apresentam e se fazem urgente resolver.


* Professor do Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas da UESB. Candidato a Prefeito de Vitória da Conquista em 2004 pelo PSTU.

Nenhum comentário: