Ferdinand Martins da
Silva*
É sabido da grande maioria da
população local que no dia 07 de outubro próximo ocorrerão eleições para
Prefeito e Vereadores municipais.
O quadro que se apresenta é o
de que 5 (cinco) candidatos concorrerão ao cargo de prefeito. São eles:
Guilherme Menezes (PT), Herzem Gusmão (PMDB), Abel Rebouças (PDT), Edigar Mão
Branca (PV) e Elquisson Soares (PPS).
Uma análise dos programas
eleitorais dos candidatos nos mostra que não existem diferenças marcantes entre
os mesmos, haja vista que todos, sem exceção, são ou já foram da base
partidária dos governos estadual e federal. Em outras palavras: são FARINHA DO
MESMO SACO!
Dessa forma, é inevitável que
surja a seguinte pergunta: por que então esses candidatos estão concorrendo ao
pleito municipal?
Uma primeira resposta pode ser
associada ao fato de que, em Vitória da Conquista, a eleição poderá ser
definida num eventual segundo turno, caso algum candidato não consiga a maioria
absoluta dos votos já no primeiro. Isso, sem dúvida, tem motivado os candidatos
a testarem a sua popularidade, bem como apostar numa possível pulverização dos
votos, além, é claro, da influência que esse fato exerce sobre as eleições para
o legislativo municipal.
Uma segunda resposta, também
cabível, à pergunta colocada é a de que os candidatos, ao apostarem num
eventual segundo turno – e isso de fato se confirmando –, aqueles derrotados
poderão usar o seu poder de barganha na escolha de qual candidato que tenha ultrapassado
a primeira barreira dará o seu apoio. Em outras palavras: tentarão “vender” os
votos obtidos no primeiro turno.
Porém, a história já mostrou
que esse é uma lógica equivocada, pois o povo não é idiota e não aceita mais
ser encabrestado como burro, cavalo ou jegue. E o povo de Conquista há de
demonstrar isso também.
Por outro lado, uma análise
mais pormenorizada do perfil dos candidatos pode demonstrar quem realmente é
cada um e o que efetivamente pode oferecer ao “mercado eleitoral”. Senão
vejamos:
O atual prefeito Guilherme
Menezes tenta a reeleição após 16 (dezesseis) anos de hegemonia petista e
aliados no município, tendo por três vezes ocupado o cargo de prefeito. Ou
seja, o chamado “governo participativo” já disse a que veio e na atualidade não
é nenhuma novidade. Ao contrário, tornou-se
lugar comum, com as administrações petistas não passando de verdadeiros “lócus”
de locupletamento dos membros do partido e aliados.
O candidato Herzem Gusmão,
detentor de monopólio radiofônico da cidade, depois de se aproveitar das
benesses das verbas públicas pagas pelas administrações petistas durante os
seus governos, agora se apresenta como oposição. Ou tenta, como diz o ditado
popular “cuspir no prato que comeu”. Ademais, aliado de Geddel Vieira, cuja
carreira política se coaduna muito bem com o papel do PMDB na história da
política brasileira, partido do atual vice-presidente da república Michel Temer.
O candidato Abel Rebouças é
um desconhecido do meio político e da população e tenta usar o fato de ter sido
Reitor da UESB para angariar votos. Aliás, é bom que se diga, - que as suas
administrações à frente da reitoria, além de deixarem muito a desejar, foram alvos
de denúncias – de desvio de verbas públicas no famoso episódio que ficou
conhecido como “O CASO DOS PINTOS”, cujo processo ainda perdura na justiça.
O inexpressivo candidato Edigar
Mão Branca nunca decolou como artista e forrozeiro, apesar do esforço. Após
assumir uma vaga na câmara federal por um curto período de tempo, agora se
arvora a governar Vitória da Conquista (Bahia) pelo PV, um partido ideologicamente
débil e que nunca conseguiu sequer andar com suas próprias pernas.
Por último, o candidato e
ex-deputado Elquisson Soares que, de há muito afastado da política partidária, parece
não representar muita coisa sob o ponto de vista eleitoral, notadamente sob o
manto do PPS, um partido com pouca expressão nacional, estadual e local. Vale
lembrar que o seu presidente Roberto Freire defendeu com unhas e dentes, FHC e
ainda hoje permanecem aliados.
Diante do cenário descrito nos
fica a sensação de que a população não tem de fato uma opção real para o cargo
de prefeito municipal. O que fazer, então?
A minha resposta é a de que a
população reprove todos nas urnas e que cada vez mais procuremos fortalecer as entidades
da sociedade civil e que, independentemente de quem venha a ocupar o cargo de
prefeito, lhe sejam apresentadas e cobradas as demandas que hoje se apresentam
e se fazem urgente resolver.
* Professor do Departamento
de Ciências Exatas e Tecnológicas da UESB. Candidato a Prefeito de Vitória da
Conquista em 2004 pelo PSTU.
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