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Nivaldo Cesar Restivo não foi
acusado de ter praticado homicídio, mas de lesão corporal grave
Bruno Paes Manso,
Diego Zanchetta
e Marcelo Godoy
SÃO PAULO - O novo comandante
da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), Nivaldo Cesar Restivo, foi
denunciado por participação no espancamento de 87 presos na operação de
rescaldo, logo após o Massacre na Casa de Detenção do Carandiru. Restivo
aparece ao lado de outros 119 PMs que foram denunciados pela morte de 111
presos na Casa de Detenção, no dia 2 de outubro de 1992.
Ele era 1º tenente do 2º
Batalhão de Choque. O 2° Batalhão de Choque não participou da invasão do
Carandiru. Atuou em um segundo momento, no chamado rescaldo, quando policiais
fizeram um corredor polonês para espancar os presos que estavam rendidos.
Segundo o Ministério Público, os oficiais tinham o dever de conter o
espancamento causado pelos praças. Foram usados golpes de cassetetes, canos de
ferro, coronhadas de revólver e pontapés. Alguns foram feridos por
facas,estiletes e baionetas e por mordidas de cachorro. Como os oficiais, de
acordo com o MPE, foram omissos, eles foram denunciados.
Os promotores apuraram ainda
que os oficiais tiraram as insígnias e a identificação dos uniformes,
demonstrando "a prévia intenção criminosa".
Segundo a denúncia, durante a
invasão, Restivo usava um revólver da marca Taurus, calibre 38, e uma
metralhadora Beretta. O novo comandante da Rota, contudo, não foi acusado de
ter praticado homicídio, mas foi acusado de lesão corporal grave. Entre os integrantes
do 2º Batalhão de Choque, segundo a denúncia, os revólveres foram usados para
dar coronhadas nos presos. Restivo é homem de confiança do secretário de
segurança do Estado, Antonio Ferreira Pinto.
Restino substituiu o
tenente-coronel Salvador Madia, que também foi denunciado na ação penal do
massacre do Carandiru, que completa 20 anos no dia 2 de outubro. Madia é
acusado de estar presente no 3º Pavimento do Pavilhão 9, onde foram
assassinados 73 presos. Ele deixou a função depois de o número de mortos pela
Rota ter crescido 45% nos primeiros cinco meses deste ano em relação a igual
período de 2011.
No último dia 12, suposto
confronto entre policiais da Rota e suspeitos de integrarem a facção criminosa
PCC resultou em nove mortes numa ação em Várzea Paulista.
Fonte: O
Estado de S. Paulo
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