Pesquisar este blog

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Primeiro turno: PT deve perder terreno para aliados e rivais


Por Bruno Huberman
O senador Humberto Costa está em queda livre nas eleições no Recife (Foto: divulgação)
O PT deve sair com menor do que entrou nas eleições municipais deste ano. É o que mostram, até o momento, as pesquisas de intenção de voto. Das 26 capitais do país, o partido comanda atualmente seis – mais do que qualquer outra sigla. PDT, PSB, PMDB e PTB tem três capitais cada. No atual pleito, o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, que concorre à reeleição, é o único petista franco favorito, podendo, inclusive, ganhar no primeiro turno. As amostras dos institutos de pesquisa denotam, por outro lado, um crescimento do rival PSDB e do aliado PSB em cidades-chave do país.
O PT e o PSB romperam em duas das principais capitais do Brasil, Belo Horizonte e Recife, e em ambas o concorrente petista aparece preterido pelo adversário socialista nas pesquisas. Apesar dos investimentos milionários e da onipresença do ex-presidente Lula em comícios e propagandas eleitorais, o partido não tem conseguido reverter as situações desfavoráveis de seus pleiteantes. As candidaturas de Patrus Ananias, em BH, e de Humberto Costa, em Recife, tornaram-se vitais para o partido por diferentes motivos, mas mostram as mesmas dificuldades em decolar.
O prefeito de BH, Marcio Lacerda
manteve a força após romper o PT. (Foto: divulgação)
Em BH, os petistas quebraram uma aliança feita em 2008 com o PSB e o PSDB que elegeu Marcio Lacerda (PSB), líder folgado nas amostras de intenção de voto na capital mineira neste ano. A candidatura de Patrus não tem conseguido sequer encostar em Lacerda nas pesquisas, que tem o apoio do senador Aécio Neves (PSDB). O atual prefeito conta com uma aprovação recorde e demonstra grande chance de sair vitorioso ainda no primeiro turno.
Em Recife, o partido enfrentou problemas nas prévias no início de ano. O prefeito João da Costa (PT), que queria concorrer à reeleição, foi barrado pela direção nacional do partido por causa de sua rejeição. O nome do senador Humberto Costa foi imposto pelo próprio Lula como uma solução para as intrigas internas. De franco favorito, Costa despencou para terceiro colocado nas pesquisas, sendo ultrapassado pelo candidato do governador Eduardo Campos (PSB), Geraldo Júlio (PSB), e pelo concorrente do PSDB, Daniel Coelho.
Na maior cidade do país, São Paulo, PT e PSB quase sairam separados, pois os socialistas paulistas são próximos dos tucanos no estado, mas por pressão de Lula a aliança foi firmada em torno de Fernando Haddad (PT). A polarização na cidade entre PT e PSDB, representado pelo ex-governador José Serra, contudo, foi furada pelo candidato do PRB, Celso Russomanno, que lidera com folga as pesquisas. Agora, petistas e tucanos disputam um lugar no segundo turno ponto a ponto, com leve vantagem para Haddad segundo o último levantamento do instituto Ibope.
A eleição para prefeito de Fortaleza é uma das mais imprevisíveis do país. Em recente pesquisa Vox Populi, Roberto Cláudio (PSB) e Elmano de Freitas (PT) apareceram empatados na liderança. Moroni Torgan (DEM), que encabeçava todas as consultas até então, agora aparece em terceiro. Os dois cresceram nas amostras graças ao apoio de figuras proeminentes no município: Cláudio é apoiado pela prefeita Luizianne Lins (PT) e Elmano é o candidato do governador Cid Gomes (PSB), irmão do ex-ministro Ciro Gomes (PSB).
Em Curitiba, onde PSB e PSDB estão juntos pela reeleição de Luciano Ducci (PSB), quem surpreende é Ratinho Junior (PSC). O filho do apresentador do SBT aparece em primeiro em todos os levantamentos dos institutos de pesquisa. O PT, neste caso, preferiu sustentar um apoio a Gustavo Fruet (PDT), que tem ficado para trás nas amostras e não demonstra forças de conseguir uma vaga no segundo turno.
Em Salvador, Nelson Pelegrino (PT), candidato do governador Jaques Wagner (PT), conta com uma coligação formada por 15 partidos, mas poder de fogo insuficiente para superar a tradição do favorito ACM Neto (DEM), herdeiro político de Antônio Carlos Magalhães. O democrata vem dando sinais de ser capaz de levar a disputa ainda no primeiro turno. Pelegrino e Neto, por sinal, protagonizam uma das disputadas mais rasteiras do país, com acusações descabidas e ações na Justiça vindas de ambos os lados.
Na capital do Rio Grande do Sul, tradicional reduto petista, Manuela D’Avila (PCdoB), que de início aparecia como favorita sobre o prefeito José Fortunati (PDT), que tenta a reeleição, vem decaindo a cada rodada e já há grandes chances da disputa ser resolvida ainda no primeiro turno. O petista Adão Villaverde, apoiado pelo governador Tarso Genro (PT), que vem crescendo nas pesquisas, dá sinais de que pode surpreender.
Já a capital fluminense tem o quadro mais bem definido. O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), encabeça a chapa com a maior coligação do país, formada por 20 siglas – entre elas o PT –, e detentor de uma aprovação recorde, tenta evitar uma ida ao segundo turno com o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL).
Um declínio do PT no número de prefeituras pode significar uma mudança do cenário para 2014. Além de servirem de palanques para candidatos a presidente e a governador, as prefeituras influenciam de maneira determinante na formação do Congresso. O apoio de um prefeito pode ser decisivo para a eleição de um deputado ou de um senador – esta influência pode aumentar ainda mais caso a reforma política aprove o voto distrital. O bom desempenho do PT em 2008 foi determinante para a formação da maior bancada da Câmara e a segunda maior do Senado em 2010.
Fonte: Br.notícias

Nenhum comentário: