Por Bruno Huberman
O senador Humberto Costa está
em queda livre nas eleições no Recife (Foto: divulgação)
O PT deve sair com menor do que
entrou nas eleições municipais deste ano. É o que mostram, até o momento, as
pesquisas de intenção de voto. Das 26 capitais do país, o partido comanda
atualmente seis – mais do que qualquer outra sigla. PDT, PSB, PMDB e PTB tem
três capitais cada. No atual pleito, o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, que
concorre à reeleição, é o único petista franco favorito, podendo, inclusive,
ganhar no primeiro turno. As amostras dos institutos de pesquisa denotam, por
outro lado, um crescimento do rival PSDB e do aliado PSB em cidades-chave do
país.
O PT e o PSB romperam em duas
das principais capitais do Brasil, Belo Horizonte e Recife, e em ambas o
concorrente petista aparece preterido pelo adversário socialista nas pesquisas.
Apesar dos investimentos milionários e da onipresença do ex-presidente Lula em
comícios e propagandas eleitorais, o partido não tem conseguido reverter as
situações desfavoráveis de seus pleiteantes. As candidaturas de Patrus Ananias,
em BH, e de Humberto Costa, em Recife, tornaram-se vitais para o partido por
diferentes motivos, mas mostram as mesmas dificuldades em decolar.
O prefeito de BH, Marcio Lacerda manteve a força após romper o PT. (Foto: divulgação) |
Em BH, os petistas quebraram
uma aliança feita em 2008 com o PSB e o PSDB que elegeu Marcio Lacerda (PSB),
líder folgado nas amostras de intenção de voto na capital mineira neste ano. A
candidatura de Patrus não tem conseguido sequer encostar em Lacerda nas
pesquisas, que tem o apoio do senador Aécio Neves (PSDB). O atual prefeito
conta com uma aprovação recorde e demonstra grande chance de sair vitorioso
ainda no primeiro turno.
Em Recife, o partido enfrentou
problemas nas prévias no início de ano. O prefeito João da Costa (PT), que
queria concorrer à reeleição, foi barrado pela direção nacional do partido por
causa de sua rejeição. O nome do senador Humberto Costa foi imposto pelo
próprio Lula como uma solução para as intrigas internas. De franco favorito,
Costa despencou para terceiro colocado nas pesquisas, sendo ultrapassado pelo
candidato do governador Eduardo Campos (PSB), Geraldo Júlio (PSB), e pelo
concorrente do PSDB, Daniel Coelho.
Na maior cidade do país, São
Paulo, PT e PSB quase sairam separados, pois os socialistas paulistas são
próximos dos tucanos no estado, mas por pressão de Lula a aliança foi firmada
em torno de Fernando Haddad (PT). A polarização na cidade entre PT e PSDB,
representado pelo ex-governador José Serra, contudo, foi furada pelo candidato
do PRB, Celso Russomanno, que lidera com folga as pesquisas. Agora, petistas e
tucanos disputam um lugar no segundo turno ponto a ponto, com leve vantagem
para Haddad segundo o último levantamento do instituto Ibope.
A eleição para prefeito de
Fortaleza é uma das mais imprevisíveis do país. Em recente pesquisa Vox Populi,
Roberto Cláudio (PSB) e Elmano de Freitas (PT) apareceram empatados na
liderança. Moroni Torgan (DEM), que encabeçava todas as consultas até então,
agora aparece em terceiro. Os dois cresceram nas amostras graças ao apoio de
figuras proeminentes no município: Cláudio é apoiado pela prefeita Luizianne
Lins (PT) e Elmano é o candidato do governador Cid Gomes (PSB), irmão do
ex-ministro Ciro Gomes (PSB).
Em Curitiba, onde PSB e PSDB
estão juntos pela reeleição de Luciano Ducci (PSB), quem surpreende é Ratinho
Junior (PSC). O filho do apresentador do SBT aparece em primeiro em todos os
levantamentos dos institutos de pesquisa. O PT, neste caso, preferiu sustentar
um apoio a Gustavo Fruet (PDT), que tem ficado para trás nas amostras e não
demonstra forças de conseguir uma vaga no segundo turno.
Em Salvador, Nelson Pelegrino
(PT), candidato do governador Jaques Wagner (PT), conta com uma coligação
formada por 15 partidos, mas poder de fogo insuficiente para superar a tradição
do favorito ACM Neto (DEM), herdeiro político de Antônio Carlos Magalhães. O
democrata vem dando sinais de ser capaz de levar a disputa ainda no primeiro
turno. Pelegrino e Neto, por sinal, protagonizam uma das disputadas mais
rasteiras do país, com acusações descabidas e ações na Justiça vindas de ambos
os lados.
Na capital do Rio Grande do
Sul, tradicional reduto petista, Manuela D’Avila (PCdoB), que de início
aparecia como favorita sobre o prefeito José Fortunati (PDT), que tenta a
reeleição, vem decaindo a cada rodada e já há grandes chances da disputa ser
resolvida ainda no primeiro turno. O petista Adão Villaverde, apoiado pelo
governador Tarso Genro (PT), que vem crescendo nas pesquisas, dá sinais de que
pode surpreender.
Já a capital fluminense tem o
quadro mais bem definido. O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), encabeça a
chapa com a maior coligação do país, formada por 20 siglas – entre elas o PT –,
e detentor de uma aprovação recorde, tenta evitar uma ida ao segundo turno com
o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL).
Um declínio do PT no número de
prefeituras pode significar uma mudança do cenário para 2014. Além de servirem
de palanques para candidatos a presidente e a governador, as prefeituras
influenciam de maneira determinante na formação do Congresso. O apoio de um
prefeito pode ser decisivo para a eleição de um deputado ou de um senador –
esta influência pode aumentar ainda mais caso a reforma política aprove o voto
distrital. O bom desempenho do PT em 2008 foi determinante para a formação da
maior bancada da Câmara e a segunda maior do Senado em 2010.
Fonte: Br.notícias
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