O ensaísta estadunidense Marshall Berman, autor do livro "Tudo Que é Sólido se Desmancha no Ar", em imagem de 1987. Silvestre P. Silva - 26.ago.87/Folhapress. |
O autor, filósofo e educador Marshall Berman, cujos escritos humanistas e otimistas sobre economia, arte e cultura foram moldados pela influência de Karl Marx, morreu na quarta-feira (11) aos 72 anos.
De acordo com seu colega, o autor Todd
Gitlin, Berman morreu em Nova York devido a um ataque cardíaco.
"Um mestre na análise de Marx,
sábio, ativista, cronista desafiador de cidades, querido amigo" foi como
Gitlin se referiu a Berman no Facebook, ao dar a notícia de sua morte.
Dono de uma grande barba e de um porte
largo, Berman, que poderia ser confundido com um descendente de Marx, teve uma
longa e prolífica vida. Ele escreveu diversos livros, entre eles "Tudo que
é Sólido Desmancha no Ar", de 1982, além de ter escrito ensaios para o
"New York Times", "Nation" e outras publicações e de ter
sido professor de política na City University of New York e na City College of
New York.
Sua vida de acadêmico ficou marcada
pela descoberta, no final dos anos 1950, da obra de Karl Marx. Muito após o
final da Guerra Fria, ele continuou sendo abertamente influenciado por Marx e
interpretou os escritos de seu herói de maneiras que deliciava os críticos e,
ao mesmo tempo, os enfurecia.
O estilo de sua prosa era reconhecido
como exuberante e lírico, e seus temas iam de "Fausto", de Goethe, à arquitetura
brasileira.
Seu principal assunto era a vida no
mundo moderno, definida por Berman como um confronto e uma tentativa de
superação das "imensas organizações burocráticas que têm o poder para
controlar e, frequentemente, para destruir todas as comunidades, valores e
vidas".
Os detratores de Marshall Berman também
o definiam como original e estimulante, embora considerassem equivocadas suas
visões de história e de Marx.
O autor lutava por uma nova maneira de
interpretar a obra de Marx --não como uma escritura para burocratas soviéticos,
mas como algo dinâmico e disruptor, um guia para os pensadores livres, escritos
que eram "tão resistentes e longevos quanto o próprio sistema
capitalista".
Berman deixa a mulher, Shellie, e dois
filhos.
Fonte: Folha
de S.Paulo
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