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sábado, 14 de setembro de 2013

Morre o autor marxista Marshall Berman, aos 72 anos

 O ensaísta estadunidense Marshall Berman, autor do livro "Tudo Que é Sólido se Desmancha
 no Ar", em imagem de 1987
. Silvestre P. Silva - 26.ago.87/Folhapress. 
 

O autor, filósofo e educador Marshall Berman, cujos escritos humanistas e otimistas sobre economia, arte e cultura foram moldados pela influência de Karl Marx, morreu na quarta-feira (11) aos 72 anos.


DA ASSOCIATED PRESS 

De acordo com seu colega, o autor Todd Gitlin, Berman morreu em Nova York devido a um ataque cardíaco.

"Um mestre na análise de Marx, sábio, ativista, cronista desafiador de cidades, querido amigo" foi como Gitlin se referiu a Berman no Facebook, ao dar a notícia de sua morte.
            
Dono de uma grande barba e de um porte largo, Berman, que poderia ser confundido com um descendente de Marx, teve uma longa e prolífica vida. Ele escreveu diversos livros, entre eles "Tudo que é Sólido Desmancha no Ar", de 1982, além de ter escrito ensaios para o "New York Times", "Nation" e outras publicações e de ter sido professor de política na City University of New York e na City College of New York.

Sua vida de acadêmico ficou marcada pela descoberta, no final dos anos 1950, da obra de Karl Marx. Muito após o final da Guerra Fria, ele continuou sendo abertamente influenciado por Marx e interpretou os escritos de seu herói de maneiras que deliciava os críticos e, ao mesmo tempo, os enfurecia.

O estilo de sua prosa era reconhecido como exuberante e lírico, e seus temas iam de "Fausto", de Goethe, à arquitetura brasileira.

Seu principal assunto era a vida no mundo moderno, definida por Berman como um confronto e uma tentativa de superação das "imensas organizações burocráticas que têm o poder para controlar e, frequentemente, para destruir todas as comunidades, valores e vidas".

Os detratores de Marshall Berman também o definiam como original e estimulante, embora considerassem equivocadas suas visões de história e de Marx.

O autor lutava por uma nova maneira de interpretar a obra de Marx --não como uma escritura para burocratas soviéticos, mas como algo dinâmico e disruptor, um guia para os pensadores livres, escritos que eram "tão resistentes e longevos quanto o próprio sistema capitalista".

Berman deixa a mulher, Shellie, e dois filhos.

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