Marxismo21 publicou, no dia 6 de Setembro de
2013, em sua página
um conjunto de matérias alusivas ao golpe de Estado que, 40 anos atrás no
Chile, derrubou o governo democrático e popular de Salvador Allende. Artigos,
entrevistas, depoimentos, dissertações/teses,
vídeos e filmes aqui divulgados buscam contribuir para o conhecimento do
contexto político e social que precedeu aquele dramático e trágico evento para
os socialistas do todo o mundo e, em particular, para o povo chileno que – sob
a ditadura militar (1973-1990) comandada pelo general Augusto Pinochet – foi
vítima de brutais violências (prisões. desparecimentos, torturas e mortes).
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Chile: 40 anos do golpe militar
Mário Maestri/ c. consultivo
marxismo21
Há 40 anos, em 11 de setembro
de 1973, alguns milhares de soldados iniciavam o golpe que poria fim ao governo
constitucional e à chamada via chilena ao socialismo.
No palácio presidencial de La
Moneda, no centro de Santiago, Salvador Allende morria lutando, cercado por
alguns poucos fiéis, após conclamar, pateticamente, a população a não resistir.
Diante da escassa resistência popular, as tropas do Exército, da Marinha, da
Aeronáutica e do Corpo de Carabineiros aderiram ao golpismo, maciçamente.
Apesar de alguns importantes
estudos, não temos ainda uma história geral do golpe chileno. Não possuíamos
informação precisas da resistência popular armada que ocorreu, a partir do dia
11, por longas semanas, nos bairros populares e industriais de Santiago e no
resto do país, em forma atomizada e desorganizada. Não conhecemos em detalhes
as deliberações e confrontos no interior das unidades militares, entre oficiais
e sub-oficiais golpistas e não golpistas.
Mesmo avançando
significativamente nosso conhecimento, não existe uma apresentação geral da
terrível repressão que se abateu sobre a população. Nas periferias de Santiago,
alucinados pela ingestão de anfetaminas, jovens conscritos comportaram-se como
tropas de ocupação, com direito ao estupro e ao saque. A legalização da
barbárie foi a estratégia da oficialidade para vergar, pelo medo, o movimento
popular e transformar sub-oficias e soldados honestos em verdugos do novo
regime.
Quarenta anos após 1973,
sobretudo dificuldades políticas impedem uma real análise da experiência
chilena. Por razões diversas, da esquerda reformista à revolucionária, nenhum
grupo político-ideológico envolvido nos fatos encontra-se em condição de apoiar
fortemente esforço para lançar luz sobre eles – e sair indene do balanço.
Quanto à direita conservadora e fascista, tudo faz para manter e expandir o
desconhecimento sobre os fatos.
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