Baiana de acarajé Hilda Mendes recebe o Bolsa Família pelo filho Felipe Mendes. Mila Cordeiro | Ag. A TARDE |
Luan Santos
22/12/2012 às 21:00
A Bahia fecha 2012 como o
primeiro Estado do País, proporcionalmente à população, em número de pessoas
beneficiadas pelo Bolsa Família, programa do governo federal de combate à
pobreza. Ao todo, 1,8 milhão de famílias
receberam o benefício. Atrás da Bahia estão São Paulo, Minas Gerais e
Rio de Janeiro.
Elas foram incluídas no
programa, entre os 2,8 milhões inscritos, por terem renda mensal de até R$ 70,
isto é, estão na faixa de extrema pobreza, de acordo com o Ministério de
Desenvolvimento Social Combate à Fome (MDS).
A média de integrantes por
família, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Fome
(Sedes), é de três pessoas. Isso significa que pouco mais de um terço da
população do Estado (cerca de 5 milhões) é diretamente beneficiada pelo
programa. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a
Bahia conta com 14 milhões de habitantes.
O aumento médio de inscrições é
de 100 mil famílias por ano. Neste ano, até novembro, foi registrado um
crescimento de 300 mil. "O maior acesso a informação sobre o programa
facilitou o cadastro, contribuindo para o aumento. Outro fator é o enquadramento
de mais pessoas às exigências do MDS", explica a coordenadora regional do
Bolsa Família, Luciana Santos.
Oito milhões de pessoas estão
inscritas no cadastro único do governo federal, o que equivale a 58% da
população do Estado, segundo a coordenadora que também informa que a inscrição
não assegura o recebimento do benefício. Dados do MDS atestam que, em novembro
deste ano, o valor total transferido às famílias atendidas alcançou R$ 244
milhões.
A quantia, de acordo com a
Sedes, responde por 2,04% do Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia. "Cerca
de 122 municípios do Estado são dependentes do programa. Com o benefício, que
varia de R$ 32 a R$ 306, os inscritos podem ter acesso a bens que anteriormente
não eram possíveis", afirmou Luciana Santos.
Comércio - De acordo com o
economista Armando Avena, o Bolsa Família ajuda a injetar anualmente cerca de
30 bilhões de reais anuais na economia o que mobiliza diversos setores
econômicos. "As estatísticas apontam que, nos últimos três anos, o comércio vem crescendo 10% ao
mês. O Bolsa Família é um grande estímulo para isso", disse.
Avena lembra que esse
crescimento mostra, por outro lado, uma faceta negativa: o seu caráter
assistencialista e sem políticas que contribuam para os participantes se
tornarem autossuficientes.
Para o economista, o governo
federal ainda não conseguiu dimensioná-lo como um plano de caráter emergencial
e temporário, conforme a proposta inicial.
"O aumento do número de
pessoas cadastradas é a prova de que o programa não está funcionando. Se é
emergencial, deveria exibir, gradualmente, uma redução do número de famílias
inscritas".
Fonte: A Tarde
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