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31 de janeiro de 2014
Nos quatro anos pós-crise, 1,3
trilhão doado à oligarquia financeira. Recursos são vinte vezes maiores que
“ajuda” destinada a Portugal
Na Esquerda.net
Um relatório do eurodeputado
belga Philippe Lamberts, dos Verdes, antecipado pela revista Visãoonline,
chegou à conclusão de que a política da União Europeia de conceder aos bancos
auxílios para impedir a sua falência, foi acompanhada de “ajudas implícitas” no
valor de 1,3 trilhão de euros, em quatro anos. Este valor representa nada menos
do que 10% de toda a riqueza produzida na Europa, ou quase 20 vezes mais que o
empréstimo da troika a Portugal.
O relatório explica como os
bancos se beneficiaram destas “ajudas implícitas” para obter enormes lucros, e
aponta para os bancos da Alemanha, da França e do Reino Unido como os
principais beneficiários.
Impedir
os bancos de falir, custasse o que custasse
Para explicar a origem destes
subsídios não contabilizados, o relatório lembra as ajudas dadas pela UE aos
bancos depois da falência do Lehman Brothers, com o objetivo de enviar aos
chamados “mercados” a mensagem de que a Europa não deixaria os bancos falirem.
Foram atribuídos auxílios à banca no valor de 634 mil milhões de euros (oito
vezes mais do que o valor do empréstimo da troika a Portugal), na forma de
ajudas à liquidez, de empréstimos para a recapitalização e compra de ativos
“tóxicos”, e ainda 492,2 mil milhões de euros em “garantias”.
Acontece que estes auxílios e
garantias fizeram com que os ratings dos bancos fossem melhores que os dos
próprios países, devidos a todos os auxílios e salvaguardas. Beneficiando-se
disso, os bancos obtiveram dinheiro a custo mais baixo, e puderam especular à
vontade com os títulos da dívida soberana dos Estados em maiores dificuldades,
que pagavam juros mais altos. Isto significou um ganho extra aos bancos, o tal
subsídio implícito que o eurodeputado belga contabiliza no valor de 1,3 bilião
de euros. Esses ganhos foram tanto maiores quanto era menor o risco do
respetivo país, o que fez com que os bancos alemães, franceses e britânicos se
beneficiassem mais.
Sem
esses subsídios, bancos teriam tido perdas
O relatório afirma, segundo a
Visão, que “sem estes subsídios as grandes instituições bancárias na União
Europeia estariam a declarar perdas substanciais.” Mas com este apoio estatal
os grandes bancos europeus declararam lucros de 16,2 mil milhões em 2012. Isto
é: os europeus, com os seus impostos, pagaram os auxílios aos bancos, e estes
lucraram apesar – e por causa – da crise.
Fica também implícito no
relatório que convem aos bancos que os Estados tenham os juros das suas dívidas
públicas o mais altos possível – e os juros sobem quanto mais alta for a
dificuldade de financiamento do país. Assim, os bancos, provocando dificuldades
ao financiamento dos Estados, sobretudo dos mais fracos, lucram mais.
Fonte: Outras
Palavras
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