Enquanto isso, notícia
publicada em um site de notícias especializado em destacar as reportagens que
não aparecem na grande mídia estadunidense, o Political Blindspot, dá conta de
que a maior nação liberal do planeta, a terra das oportunidades, onde qualquer
um pode construir sua riqueza, tem 80% de sua população vivendo próximos a
pobreza ou abaixo da linha da miséria (só nessa última condição, são 49,7
milhões de pessoas).
A reportagem fala ainda do
aumento cada vez maior do abismo que separe ricos e pobres daquela nação e de
como o governo estadunidense, em vez de aumentar a rede de proteção social dos
80% da população que sofre com os efeitos da pobreza, está discutindo os cortes
dos poucos programas assistenciais que estão ajudando alguns estadunidenses a
se manterem pouco acima da linha da pobreza.
Parece que o paraíso dos
liberais não é tão maravilhoso assim. Enquanto isso, no Brasil
“assistencialista” pós-FHC, mais de 40 milhões de pessoas deixaram a condição
de miséria, fizeram girar a economia do país e, ainda por cima, chegaram até
mesmo a empreender novos negócios. Será que os Estados Unidos estão precisando
de um Bolsa Família, ou melhor, um Purse Family por lá? Será que seus
políticos, ou melhor, os Democratas teriam a coragem política necessária para
enfrentar essa dura realidade?
Abaixo, uma tradução livre que
fiz da reportagem de Simeon Ari para o Political Blindspot.
NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA,
49,7 MILHÕES DE PESSOAS AGORA SÃO POBRES, E 80% DE TODA A POPULAÇÃO DAQUELE
PAÍS ESTÁ BEM PRÓXIMO A ELA
por Simeon Ari | para o
Political Blindspot
Foto: Associated Press
Se você vive nos Estados Unidos, há uma boa
chance que você esteja agora vivendo na pobreza ou muito próximo a ela.
Aproximadamente 50 milhões de estadunidenses, (49,7 milhões), estão vivendo
abaixo da linha da pobreza com 80% de todos os habitantes dos Estados Unidos
vivendo próximo a linha da pobreza ou abaixo dela.
Essa estatística da “quase pobreza” é mais
surpreendente do que os 50 milhões de estadunidenses vivendo abaixo da linha da
pobreza, pois ela remete a um total de 80% da população lutando contra a falta
de emprego, a quase pobreza ou a dependência de programas assistenciais do
governo para ajudar a fazer face às despesas.
Em setembro, a Associated Press apontou
para o levantamento de dados que falavam de uma lacuna cada vez mais crescente
entre ricos e pobres, bem como a perda de empregos bem remunerados na área de
manufatura que costumavam fornecer as oportunidades para a “classe
trabalhadora” para explicar a crescente tendência em direção à pobreza nos EUA.
Mas os números daqueles que vivem abaixo da
linha da pobreza não refletem apenas o número de estadunidenses desempregados.
Ao contrário, de acordo com os números de um censo revisado lançado na última
quarta-feira, o número – 3 milhões acima daquele imaginado pelas estatísticas
oficiais do governo – também são devidos a despesas médicas imprevistas e
gastos relacionados com o trabalho.
O novo número é geralmente “considerado
mais confiável por cientistas sociais por que ele se baseia no custo de vida,
bem como nos efeitos dos auxílios do governo, tais como selos de comida e
créditos fiscais,” segundo o relatório da Hope Yen para a Associated Press.
Alguns outros resultados revelaram que os
selos de comida (distribuídos pelo governo a pessoas em situação de pobreza)
auxiliaram 5 milhões de pessoas para que essas mal pudessem atinger a linha da
pobreza. Isso significa que a taxa atual de pobreza é ainda maior do que a
anunciada, já que sem tal auxílio, a taxa de pobreza aumentaria de 16 a 17,6 porcento.
Estadunidenses de origens asiática e latina
viram um aumento no índice de pobreza, subindo para 27,8 porcento e 16,7
porcento respectivamente, superior aos 25,8 porcento e 11,8 porcento dos
números oficiais do governo. Afro-americanos, contudo, viram um decréscimo bem
pequeno, de 27,3 porcento para 25,8 porcento que, como documentado pelo estudo,
deve-se aos programas assistenciais do governo. O índice de pobreza também
aumentou entre os brancos não-hispânicos, de 9,8 porcento para 10,7 porcento.
“A principal razão para a pobreza
permanecer tão alta,” disse Sheldon Danziger, um economista da Universidade do
Michigan, “é que os benefícios de uma economia crescente não estão mais sendo
compartilhada por todos os trabalhadores como eram nos vinte e cinco anos que
se seguiram o final da Segunda Guerra Mundial.
“Dado as condições econômicas atuais,”
continua, “a pobreza não será substancialmente reduzida a menos que o governo
faça mais para auxiliar os trabalhadores pobres.”
Enquanto isso, o governo dos Estados Unidos
parece pensar que a resposta é cortar mais daqueles serviços que estão ajudando
a manter 80% da população minimamente acima da linha da pobreza, cortaram os
selos de comida desde o começo do mês. Democratas e Republicanos estão
negociando apenas quanto mais desses programas devem ser cortados, mas nenhum
dos partidos estão discutindo que eles sequer deveriam ser tocados.
(Artigo por Simeon Ari; Foto via AP Photo)
Fonte: Hum
Historiador
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