Nova classe média brasileira tem renda entre R$ 291 e R$ 1.019 familiar per capita
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SÃO PAULO - O governo
brasileiro já tem uma nova definição para a classe média brasileira.
Considerando a renda familiar como critério básico...
Agência Brasil
SÃO PAULO — O governo brasileiro
já tem uma nova definição para a classe média brasileira. Considerando a renda
familiar como critério básico, uma comissão de especialistas formada pela
Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República definiu
que a nova classe média é integrada pelos indivíduos que vivem em famílias com
renda per capita (somando-se a renda familiar e dividindo-a pelo número de
pessoas que compõem a família) entre R$ 291 e R$ 1.019.
“Quem tiver renda per capita
nesse intervalo será considerada classe média”, disse Ricardo Paes de Barros,
secretário de Ações Estratégicas da SAE, na noite desta terça-feira (29), em
São Paulo. Segundo ele, a definição de classe média foi finalizada após
análises de propostas com mais de 30 alternativas, feitas em quatro reuniões da
equipe técnica da secretaria e mais duas da equipe de avaliação.
Dentro dessa definição, a
comissão dividiu a classe média em três grupos: a baixa classe média, composta
por pessoas com renda familiar per capita entre R$ 291 e R$ 441, a média classe
média, com renda compreendida entre R$ 441 e R$ 641 e a alta classe média, com
renda superior a R$ 641 e inferior a R$ 1.019.
“Isso é um ativo para a
sociedade brasileira. A classe média do país representa mais da metade da
população. Tendo uma definição padrão, que seja aceita por todo mundo, isso vai
facilitar muito toda a discussão sobre o que pensa, o que quer, o que espera, o
que faz e qual o padrão de consumo dessa nova classe média”, disse Barros.
Segundo a comissão, para chegar
a essa definição a secretaria levou em consideração o padrão de despesa das
famílias e os gastos com bens essenciais e supérfluos. Também foi usado como
critério o grau de vulnerabilidade, ou seja, da probabilidade de retorno à
condição de pobreza.
Após a definição, a comissão
estuda agora aplicar políticas públicas voltadas para essa classe média. A
ideia é fazer com que se diminua a rotatividade de emprego entre os
trabalhadores formais, aumentando a capacitação profissional. “Queremos
estimular relações de trabalho de mais longa duração”, explicou.
Segundo Barros, além da
qualificação dos trabalhadores, o governo também estuda promover políticas
públicas que estimulem, por exemplo, a poupança. “Já estamos trabalhando em
políticas de qualificação continuada para trabalhadores ocupados, expansão das
possibilidades de microsseguros, educação financeira e outras políticas
voltadas para os diferentes segmentos da classe média”, disse.
De acordo com o ministro da SAE, Moreira Franco, a próxima etapa do
trabalho da comissão será a de criar ferramentas que possam interagir e
estimular o debate e a reflexão sobre essa definição. Uma das primeiras ferramentas
será a criação de uma pesquisa chamada Vozes da Classe Média, que pretende
fazer um levantamento sobre as aspirações e o comportamento das pessoas que
fazem parte desse grupo social.
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