Sérgio Costa
29
jul 2012
Criado no coração do
sindicalismo, o Partido dos Trabalhadores já deu aula de greve. Hoje, do outro
lado do balcão, leva bomba em matéria de negociação. Os mais de 100 dias de
paralisação dos professores trouxeram prejuízo às avaliações do governo do estado
e do governador. Para os soteropolitanos, segundo pesquisa do Instituto Futura
em parceria com o CORREIO, o índice dos que consideram ruim ou péssima a gestão
Jaques Wagner (PT) pulou de 36,1% em abril, quando começou o movimento
grevista, para 69,1% em julho.
O efeito greve também respingou
nas barbas da popularidade do governador, que viu cair sua avaliação positiva
de 23,6% (bom/ótimo) em abril para 9,3% neste mês. A reprovação cresceu de
35,9% para 65,9% no mesmo período.
A pesquisa CORREIO/Futura revela
que para 87,7% dos entrevistados, a qualidade do ensino público é hoje o pior
problema do estado, acima da saúde (ruim e péssima para 83,2%) e da segurança
(73,9%), entre as atribuições estaduais com avaliações mais críticas.
A condução do governo estadual
na greve da Polícia Militar no início do ano é melhor avaliada (49,9% de
aprovação x 46,1% de reprovação) do que
na paralisação dos professores (51,6% desaprovaram) . Para 86,7% dos
entrevistados, o governo deveria atender às reivindicações dos professores.
O apoio ao movimento,
entretanto, também não é unânime em Salvador. A população está dividida: 52,9%
são a favor e 44,6% são contra. No universo pesquisado, 66,2% ou estudam ou têm
alguém da família na rede pública estadual. Neste público, a greve também
dividiu os entrevistados: 50% a favor e 49,2% são contra.
A má avaliação do governo
baiano em julho é equilibrada entre os sexos : homens (70% ruim/péssimo) e as
mulheres (68,5%) e mais crítica nas maiores faixas etárias, com reprovações de
74,7% entre quem tem de 40 a 49 anos e 73,4% de 50 a 59 anos. O desgaste após
os três meses de greve foi um pouco menor entre os mais jovens: 59,4% entre 16
a 19 anos.
Na divisão por classes sociais,
a avaliação negativa da gestão estadual em julho cresce nas classes A/B, com
80,7% de ruim e péssimo contra 67,4% nas D/E. A nova classe média é um pouco
mais generosa: 64,9% de reprovação. É ali que o governo estadual tem seu melhor
desempenho com 13,8% de aprovação. Nas classes A/B, este índice cai para 5,3%
de ótimo/bom, com 8,7% de aprovação nas faixas D e E.
A pesquisa CORREIO/Instituto
Futura foi realizada entre os dias 16 e 19 deste mês, com 399 entrevistas em
Salvador. A margem de erro é de 4,9%.
Fonte: Blog
da Resenha Geral
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