O Jogo da "morte"
entre Alemanha e Brasil: uma seleção "fria" e
outra em fase "terminal".
Uma Tri e outra Penta.
Convertendo seus títulos, em
gols, dá um total de 8.
Sendo 7 de um lado e 1 do
outro.
Faltaram dedos na mão, para
contar os gols da trágica eliminação, tanto na direita, quanto na esquerda, do
país que agarrou a realização do Mundial com todas as unhas, a todo custo e o
trouxe para cá. Quando terminou o primeiro tempo (Cinco a Zero), já estava de
bom tamanho, fazendo com que cada brasileiro colocasse a outra mão no bolso,
não para recuperar o valor do ingresso, e sim com receio de abri-la. Mas, não
teve jeito: lá se foram mais dois dedos no segundo tempo. Pelo menos, deu para
salvar os dos pés, tanto do esquerdo, quanto do direito.
E para quem pensou que a Copa
de 2014 estaria comprada... Talvez, por causa da corrupção, nossa pior
adversária, faltou o dinheiro suficiente para
pagar essa conta. Estouramos o limite do cartão de crédito! Não sobrou,
nem mesmo, cartão vermelho ou amarelo para expulsar o juiz que não puniu o
"matador" do nosso principal jogador. A joelhada de um colombiano,
nas costas de um artilheiro, "quebrou" o país e deixou todos de
joelhos dobrados, humilhados, como quem pede esmola. Se foi calote, sofremos um
golpe mortal, não na vértebra; fomos atingidos na medula... O tiro de
misericórdia veio no gol que os alemães "permitiram", para não
"arredondar" a conta, feito uma "bola de neve"; para deixar
alguns "quebrados". O único e último gol da nossa penúltima partida,
foi mais triste do que aquele primeiro, quando marcamos contra, no primeiro
jogo, aumentando o nosso "saldo", a favor da derrotada Croácia.
O "patriotismo",
porém, esteve em alta e em bom som! As mesmas bocas que, antes de começar o
confronto, cantaram o Hino Nacional, antes mesmo de terminar o primeiro tempo,
vaiaram, vaiaram, vaiaram, vaiaram, vaiaram...
Qual a cor das nossas vaias?
Verdes? Amarelas? Azuis? Brancas? Pretas? Pálidas?
Qual a cor das nossas lágrimas?!
O mundo inteiro assistiu, em
alta definição, a imagem colorida de uma espécie de "funeral", ao
vivo... Câmeras posicionadas em pontos estratégicos. No entanto, no meio de
tantas, 2 delas, escondidas pelo imenso Brasil, merecem destaque:
01 - O Senhor Amorim*, do
interior da Bahia (Estado Sede da Copa) - contador, casado há 52 anos, faleceu
na UTI de um hospital particular, no dia 8 de julho de 2014, pela manhã, porém
seu corpo só seria liberado depois das 17 horas (horário de Brasília e do
início da partida). A viúva, cuidadora inseparável, "receberia" seu
companheiro só depois do jogo da morte.
O número 17, no marcador do relógio, era um "placar",
invertido, da goleada de Sete a Um, mostrando o quanto estamos em atraso para
sérios e "inadiáveis" compromissos, até mesmo para com aqueles que já
cumpriram seus compromissos perante uma nação que vive pela hora do morte. Uma
família de luto, tendo que esperar o verde, o amarelo, o azul e o branco se
desbotar...
02 - A Senhora Moura*, de
Fortaleza - Ceará (Sede da Copa), aos 92 anos, teve sua cirurgia, tanto tempo
marcada e aguardada, adiada por causa do jogo da morte.
Assim na terra, no gramado
cemitério, como no céu, valei-nos Deus!
Já que não podemos mais
levantar a taça, ao céu, levantemos a cabeça! E fiquemos de pé! Não precisamos
pedir perdão, dobrando os "joelhos" nas "costas" do
salvador Neymar, nem condenar seu agressor, Zuñiga, dobrando e apontando-lhe o
cotovelo. Se um não é santo, o outro não é culpado. Se é um "jogo da
morte", quem estiver vivo, aguardando uma cirurgia, precisa ser atendido,
na cidade ou no "campo"... E quem já estiver morto, aguardando a
saída e a despedida, também precisa terminar sua última "partida".
* Em respeito aos familiares,
apenas o sobrenome dos seus entes foram divulgados.
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