Começará pela própria casa? (Almoço das Horas)
Com a presença de José Dirceu e
de José Genoino, condenados no julgamento do mensalão, a cúpula do PT discutiu
ontem o formato de uma campanha publicitária pela reforma política, contra a
corrupção eleitoral.
A criação da campanha foi
objeto de discussão no comando do partidário, que busca uma saída para a crise
em que a sigla mergulhou após o mensalão. Para os petistas, levantando a
bandeira da reforma, o partido apresenta uma proposta concreta para sair da
defesa no caso.
Rui Falcão, presidente nacional do PT |
O PT partiu da constatação de
que não adianta insistir no argumento de que houve, na verdade, um esquema de
caixa dois. No julgamento do escândalo, em 2012, petistas defenderam a tese de
que o dinheiro pago a congressistas era doação eleitoral irregular, o que foi
rejeitado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
O principal mote da campanha
petista é a adoção do financiamento público exclusivo de campanhas, com o fim
das doações privadas. A medida foi classificada pelo presidente da sigla,
deputado Rui Falcão, como "a melhor maneira de combater a corrupção e o abuso
do poder econômico" nas eleições.
O partido começa hoje a coletar
assinaturas para apresentar ao Congresso o projeto de lei de iniciativa popular
sobre o assunto. Além do financiamento público, a proposta defende o voto em
lista nas eleições para deputado e vereador e a convocação de uma Assembleia
Constituinte exclusiva sobre o tema.
A primeira versão das peças
publicitárias, elaboradas pelo marqueteiro João Santana, foi apresentada ontem
ao Diretório do PT e reprovada pelos dirigentes. Em preto e branco e com imagem
de cédulas de reais, as peças tratavam como "dinheiro sujo" o
financiamento privado de campanhas eleitorais.
Foram consideradas
excessivamente agressivas e violentas pelos petistas, que as devolveram para a
equipe de marketing.
O partido pretende coletar, até
fevereiro, cerca de 1,5 milhão de assinaturas para apresentar o projeto.
Estão previstos, no dia 16,
quatro eventos, em Minas Gerais, no Distrito Federal, no Rio de Janeiro e em
São Paulo --este último com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, na comemoração do aniversário do Sindicato dos Bancários. (PAULO GAMA E
CATIA SEABRA)
Fonte: Folha
de S.Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário