Em breve entrará em vigor a Lei Geral da Copa, um conjunto de
leis de exceção exigido pela FIFA ao Estado brasileiro como condição para a
realização da copa no Brasil. Tal lei atende a interesses de entidades
privadas, e não ao interesse público. Envolve ameaças à liberdade de expressão,
de imprensa e de informação, ao direito de ir e vir, ao trabalho e ao
patrimônio público e cultural.
A segunda sessão desse ciclo do CINE OCUPA exibirá uma
compilação de vídeos que incitem discussões e esclarecimentos sobre a Lei, seu
caráter e suas consequências.
A Lei Geral da Copa que entra em vigor no próximo dia
01/12/2012, no dia do sorteio das chaves para a Copa das Confederações que irá
ocorrer na metade do ano que vem, constitui o documento central de um conjunto
de leis de exceção que vem sendo editadas nos três níveis federativos do país,
de forma a garantir que a Copa do Mundo maximize o lucro da FIFA, de seus
patrocinadores e de um conjunto de corporações nacionais, ampliando o canal de
repasse de verbas públicas a particulares e fortalecendo um modelo de cidade
excludente, que reproduz a lógica da especulação imobiliária e do cerceamento
ao espaço público.
Fonte: Youtube
Fifa veta nome de Mané Garrincha no estádio de Brasília na Copa
Foto: Funcionários trabalham nas obras do estádio |
Quem manda no Brasil... é a FIFA! (Almoço das Horas)
Breno Costa
Filipe Coutinho
De Brasília
Bicampeão
do mundo pela seleção brasileira em 1958 e 1962, Garrincha está proibido pela
Fifa de ter seu nome associado ao estádio de Brasília durante a Copa das
Confederações e a Copa-2014.
Eraldo Peres-1.abr.2013/Associated Press
A Fifa, no entanto, decidiu
que, durante as competições que organiza, o complemento "Mané
Garrincha" não será permitido. E isso terá de ser respeitado em
propagandas e divulgações dos eventos.
A entidade argumenta que as
competições são de "interesse internacional" e que deve "manter
a consistência dos nomes dos estádios".
Contudo, outros estádios que
também possuem nomes tradicionais, e, em tese, de difícil compreensão semântica
para o público internacional, como Maracanã e Mineirão, não sofrerão mudança.
No que depender do governo do
Distrito Federal, a Fifa não terá problemas legais em mudar temporariamente o
nome do estádio --que sediará a abertura da Copa das Confederações e sete
partidas do Mundial em 2014.
Embora o governo tenha
afirmado, em nota enviada à Folha, "estar certo de que não haverá
necessidade de mudança na arena da capital federal", projeto de lei
enviado semana passada pelo governador Agnelo Queiroz (PT) aos deputados
distritais inclui artigo prevendo a troca.
Na prática, é uma manobra para
atender a Fifa após derrota política em 2012. Já ciente do desejo da federação
de não ter Mané Garrincha vinculado ao nome da arena, Agnelo vetou projeto de
lei que assim o batizava. O veto foi derrubado pelos deputados.
Caso o texto agora proposto por
Agnelo seja aprovado, abre-se também a brecha para que a Fifa associe o estádio
a um determinado patrocinador. A entidade afirma que isso não irá acontecer.
Diz tratar-se de procedimento
comum. Cita como exemplo os dois últimos mundiais, na África do Sul (2010) e na
Alemanha (2006).
Neste último caso, o exemplo
mais específico é a Allianz Arena, moderno estádio do Bayern de Munique, que
durante a Copa de 2006 perdeu o nome da seguradora e recebeu um genérico: Arena
de Munique.
Fonte: Folha de S.Paulo
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