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sexta-feira, 5 de abril de 2013

A seca continua sendo política


















Rubens Mascarenhas

A seca, a mesma, talvez mais intensa. O descaso governamental, também o mesmo, secular. Sob a ditadura militar; sob os governos que a atual direita rotulava de direita; sob a atual direita que se autoproclama "dos trabalhadores" a prática é a mesma e não há discurso (retórica) que negue.
A seca é política. É política eleitoreira que garante a miséria de uma imensa maioria rural e a miséria à periferia urbana. Garante votos às oligarquias de todas as estirpes e de todos os “partidos” políticos, secularmente.
A foto não é do início do século XX – como poderia ser –, mas atual, sob o estigma da “globalização” e da “posmodernidade”. É da contemporaneidade brasileira cantada em verso, prosa e retórica eleitoreira dos urubus de plantão, na mídia, nas instituições, nas agremiações parlamentares que incautos de má fé insistem em defender da inércia que denuncia conluio. É da atual fase de acumulação capitalista capitaneada pela burguesia financeira, pelos abutres da especulação de bancos e bolsa, dos “políticos” ratos de congressos e câmaras, dos vendilhões de votos e posições políticas. De fato, como fariam para se manterem em suas atuais posições se não fosse a pobreza e a miséria que reproduzem?
A seca é política e é mantida pela cerca que separa a grande propriedade da pequena; o latifúndio da agricultura familiar, os “representantes do povo” deste último; os ricos dos pobres e mantém, historicamente, essa configuração de exploração social.
Malditas todas as cercas!
Malditos os exploradores burgueses e seus representantes!
Maldita a acumulação de riquezas que produz tanta miséria!



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