Os lucros do agronegócio são garantidos, que é o que realmente importa ao Estado burguês. Já a saúde da população... (Almoço das Horas).
Mesmo com dois pareceres técnicos contrários, o Ministério da
Agricultura (Mapa) liberou o uso de um agrotóxico não registrado no País para
combater emergencialmente uma praga nas lavouras de algodão e soja. A decisão,
publicada anteontem no Diário Oficial, permite o uso de defensivos agrícolas
que tenham em sua composição o benzoato de emamectina, substância que, por ser
considerada tóxica para o sistema neurológico, teve seu registro negado pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2007.
O uso de agrotóxicos no País é norteado por pareceres do
Comitê Técnico de Assessoramento para Agrotóxicos (CTA), formado por membros
dos Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente e da Anvisa - os dois últimos
são encarregados de avaliar os riscos do uso de defensivo para o meio ambiente
e a saúde pública.Em março, diante da praga da lagarta quarentenária A-1
Helicoverpa armigera em lavouras do oeste da Bahia, representantes do Mapa solicitaram
uma reunião extraordinária do CTA para a liberação do benzoato. A proposta era
que o produto fosse usado emergencialmente até a safra 2014/2015.
No primeiro encontro, representantes do Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e da Anvisa foram contrários à liberação. De acordo com a ata
da reunião, a maioria do grupo afirmava que os documentos apresentados não
permitiam tal liberação.Diante da negativa, o Mapa solicitou uma nova reunião,
realizada cinco dias depois. Nesse encontro, tanto a Anvisa quanto o Ibama
mantiveram sua posição: não havia elementos suficientes para que a liberação
fosse realizada.
O Mapa, no entanto, decidiu liberar o uso do benzoato. De
acordo com o ministério, não é a primeira vez que a Agricultura adota uma
decisão unilateral. Em 1986, de acordo com a assessoria, também houve liberação
de agrotóxicos para combater uma praga de gafanhoto.
Além do benzoato, outros cinco tiveram seu uso liberado para
o combate à praga: dois produtos biológicos (Vírus VPN HzSNPV e Bacillus Thuringiensis)
e três químicos (Clorantraniliprole, Clorfenapyr e Indoxacarbe). A diferença,
no entanto, é que os cinco já têm registro no País para uso em outras
lavouras.O uso do benzoato será regulamentado numa instrução normativa,
seguindo as observações dos Ministérios do Meio Ambiente e da Saúde.
Fonte: Br.notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário