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Wagner!
Crime é não cumprir com a Lei federal do piso.
(Exigimos
a abertura das contas dos recursos da educação Já!).
Abra as
contas do FUNDEB governador!
Algumas
informações indispensáveis para entendermos nossa luta:
1. A
lei federal n° 11738[1] de 16 de julho de 2008 (a lei do piso) foi sancionada
como todos nos sabemos para garantir o fomento da valorização do magistério.
2. O
Supremo Tribunal Federal decidiu que o piso não deve ser entendido como salário
mínimo do professor e sim como mecanismo de fomento a valorização do
magistério[2].
3. A
lei do piso destaca alguns aspectos importantes para nossa luta: No art. 2° da
lei o piso é claramente definido para professores com formação em nível médio
na medida em que essa formação está na base da carreira do magistério. Os
governadores e prefeitos que alegam não existir na lei uma exigência sobre a
aplicação do piso para a as outras carreiras do magistério se apegam a esse
artigo. No entanto a própria lei em seu artigo 1° define a regulamentação do
piso para todos os profissionais do magistério público da educação básica e não
apenas para os profissionais de formação em nível médio, e o artigo 6° aponta
que o piso nacional estende-se para todos os profissionais do magistério que
compõe a educação básica.
4.
“Art. 6°: União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão
elaborar ou adequar seus Planos de Carreira e Remuneração do Magistério até 31
de dezembro de 2009, tendo em vista o cumprimento do piso salarial do profissional
nacional para os professores do magistério público da educação básica,...”.
5. O
Governo do Estado da Bahia vem mentindo para a população quando diz que o
projeto de lei encaminhado para a Assembléia Legislativa vai garantir a
aplicação do Piso, pois esse projeto de lei retira direitos dos trabalhadores
em educação criando um subsídio (soma de todas as vantagens em valores totais)
que será adicionado ao vencimento, além de ser uma imoralidade política por se
tratar do seqüestro de direitos conquistados com sangue e suor o Governo do
Estado mais uma vez comete um “crime federal”, pois no inciso 2° do Art. 3° a
lei é bastante clara quando diz que “até 31 de dezembro de 2009, admitir-se-á
que o piso salarial profissional compreenda vantagens pecuniárias, pagas a
qualquer título, nos casos em que a aplicação do disposto neste artigo resulte
em valor inferior ao de que trata o art. 2° desta Lei, sendo resguardadas as
vantagens daqueles que percebam valores acima do referido nesta Lei.” Ou seja,
o Governo Wagner só poderia utilizar vantagens de qualquer natureza dos
professores como forma de alcançar o piso até dezembro de 2009, depois dessa
data o índice de aumento do piso definido pelo MEC deve ser concedido
integralmente aos vencimentos dos profissionais de educação.
6. O
Governo do Estado alega que não tem recursos para aplicação do Piso nacional,
outra grande mentira: Primeiro porque o orçamento do ano seguinte é aprovado no
exercício anterior (ou seja, o orçamento de 2012 é aprovado no exercício de
2011 e assim respectivamente), assim o Governo Wagner deveria ter previsto uma
reserva para aplicação do Piso Nacional já que a Lei foi aprovada em 2008.
Segundo, que existe um fundo criado para manutenção e desenvolvimento da
educação básica e valorização dos profissionais da educação no exercício da
função, o FUNDEB[3], regulamentado a partir da Lei 11.494 de 20 de junho de
2007. O FUNDEB versa que no mínimo 60% dos recursos do fundo devem ser
aplicados na recomposição salarial do profissional de educação da educação
básica, ou seja, o Governo Wagner deve utilizar no mínimo 60% mais pode
utilizar os 100% para recomposição salarial do profissional de educação da
educação básica no exercício da sua função, pois as unidades da federação
(estados e municípios) que cumprem o piso utilizam mais de 80% dos recursos do
FUNDEB para esse fim. Outra questão importante, é que o FUNDEB corresponde a
uma parte dos 25% dos recursos destinados a educação assim a utilização dos
recursos do FUNDEB para valorização do magistério deve ser encarada como
recomposição e não como substituição do que sempre foi investido,
desresponsabilizando o estado do seu dever histórico de garantir condições
ideais de trabalho e valorização do magistério. Nesse sentido, é preciso
questionar: Quanto dos outros 40% restante do FUNDEB está sendo utilizado para
pagamento de temporário precarizando ainda mais as condições de trabalho?
7.
Outro elemento é que na Lei do Piso, no seu artigo 4° e respectivos incisos 1°
e 2° define que o ente federativo que admitir a partir da consideração dos
recursos vinculados a educação não ter condições orçamentárias de que cumprir
com o valor fixado do piso pode solicitar da União sua complementação. Então
porque o Governo Wagner (do PT) ainda não solicitou complementação do Governo
Dilma (que também é do PT) já que ele mesmo alegou não ter condições
orçamentárias? Será que a negativa em dar os 22,22% de aumento do Piso é mesmo
um problema orçamentário ou uma decisão política de não valorização do
magistério? Acredito que um governo que tem a educação como prioridade não
reduz ano após ano os investimentos em educação como fez o Governo do PT aqui
na Bahia: 30,44% em 2005 para 25,89% em 2011[4].
8. O
Governador Wagner argumenta que os limites orçamentários da Lei de Responsabilidade
Fiscal como impeditivo para garantir o aumento de 22,22% do Piso. Entretanto, o
que o governador “esquece” de dizer é que o limite de gastos do poder executivo
dentro da LRF é de 48,60% (limite máximo) e 46,17% (limite prudencial), e em 2011
os gastos totais do executivo foram de 44,01%, ou seja, 4,59%[5] a menos do
limite máximo representando uma contenção de investimentos de mais de um bilhão
e duzentos e quarenta milhões de reais. Nesse sentindo está o impacto do
aumento no orçamento do estado este ano segundo o então deputado estadual pelo
PT Zé Neto, na ordem dos 520 milhões de reais, assim só com o que o governo
deixou de investir no ano passado dava para dobrar esse aumento. E quanto é que
o Governo Wagner está deixando (ou pretende deixar) de investir na educação
pública em 2012?
9. O
Relatório de Gestão Fiscal, Demonstrativo da Disponibilidade de Caixa, e
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social de Janeiro/2011 a dezembro/2011[6]
publicado no site da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia aponta que no
final do ano passado o Governo Wagner gastou além do que deveria dos Recursos
Ordinários não Vinculados do Tesouro (recursos que podem ser gastos ao bel
prazer do governante), o saldo ficou negativo em mais de 2,442 bilhões. Assim o
governo deve explicar porque gastou além do devido e que recursos foram
utilizados para cobrir esse rombo, pois no mesmo demonstrativo o Total (III) =
(I+II), está com uma sobra de caixa mais de 1,076 bilhão e quando observamos a
diferença entre a disponibilidade bruta (recursos disponíveis para
investimento) e as obrigações financeiras, percebemos que só da educação o
Governo Wagner deixou de investir mais de 870 milhões, desse total retido pela
política de educação do nosso governador mais de 643 milhões são recursos
vinculados ao FUNDEB. Assim não custa perguntar: Por que não usar esses
recursos para garantir o aumento se segundo o próprio dep. do PT José Neto o
impacto no orçamento estadual seria de 520 milhões? Por que não garantir uma
das missões históricas do FUNDEB de valorização do magistério? Como estão sendo
gastos os recursos do FUNDEB? Como estão sendo utilizados os recursos gerais da
educação no estado da Bahia? Será que parte dos recursos do FUNDEB está sendo
utilizados para cobrir “rombos” de outras áreas? Precisamos exigir do
Ministério Público Estadual a abertura das contas da educação (principalmente
do FUNDEB), a sociedade baiana quer saber como o Governo Wagner vem utilizando
os recursos da Educação (principalmente do FUNDEB).
Pela
aplicação integral da Lei do piso salarial profissional nacional para os
profissionais do magistério público da educação básica.
Pela
abertura das contas da Educação do Estado!
Pela
abertura das contas do FUNDEB!
Contra
a diminuição dos investimentos na Educação Pública!
INTERSINDICAL - Instrumento
de luta e organização da classe trabalhadora.
Destaca-se que os documentos que a Intersindical usou como base para a construção do texto destaca as páginas 616 e 617 do Relatório Fiscal dos Gastos do Governo Wagner em 2011.
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