O
17 de Setembro ficou marcado no processo de luta de classes que ocorre no Equador. Após a
eleição do governo de Rafael Correa a partir de uma corrente progressista e
popular; após a aprovação de uma constituição avançada e que garante direitos
fundamentais; Após a traição do governo que passou a perseguir os movimentos
sociais e um certo recuo do processo de mobilização, a luta popular retomou a
ofensiva.
A
Frente Unitária dos Trabalhadores – FUT, que reúne as principais centrais
sindicais, juntamente ao movimento estudantil, entidades de camponeses e
indígenas realizaram uma marcha multitudinária nas principais províncias do
país.
Rafael
Correa procurou responder organizando
uma contra-marcha que se concentrou em frente ao palácio do governo, no mesmo
horário em que mais de 30 mil pessoas marchavam em repúdio às medidas
governistas pelas principais ruas de Quito. Várias foram as denúncias de que
militantes pagos e funcionários do governo compunham a maioria da concentração
oficialista.
Além de
perseguir fortemente todos os setores do movimento popular que estão na
oposição, o governo de Correa ainda quer implantar várias medidas de corte
neoliberal, como realizar uma reforma sindical que ataca a livre organização
dos trabalhadores; abrir espaço para os monopólios capitalistas na exploração
da água, petróleo e mineiros através de Parcerias público-privadas; e retirar o
direito ao livre acesso à universidade, implantando um vestibular.
A
repressão policial também foi um método usado pelo governo para enfraquecer a
marcha. Ao chegar na praça de São Francisco, no centro de Quito, estudantes
foram atacados pela polícia de choque deixando um saldo de vários feridos e
quase uma centena de presos.
Segundo
o repórter Guido Proaño, “o problema para o governo está se estendendo para
todo o país, evidenciando que o descontentamento é generalizado e que o
discurso do medo e da chantagem não dá mais resultados. Esta jornada do 17S
pode marcar um antes e um depois no comportamento do movimento sindical e
popular organizado, mas também na capacidade de manobra política e de controle
social por parte do governo. Correa sofreu uma nova derrota política e o mais
grave é que isso ocorreu com o povo nas ruas e com o movimento sindical sendo o
protagonista principal”.
Fonte: A
Verdade
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