por Instituto
Humanitas Unisinos,
Carta aberta de
cientistas de todo o mundo a todos os governos sobre os organismos
geneticamente modificados (OGM).
– Os cientistas
estão extremamente preocupados com os perigos que os transgênicos representam
para a biodiversidade, a segurança alimentar, a saúde humana e animal, e,
portanto, exigem uma moratória imediata sobre este tipo de cultivo em
conformidade com o princípio da precaução.
– Eles se opõem
aos cultivos transgênicos que intensificam o monopólio corporativo, exacerbam
as desigualdades e impedem a mudança para uma agricultura sustentável que
garanta a segurança alimentar e a saúde em todo o mundo.
– Eles fazem um
apelo à proibição de qualquer tipo de patentes de formas de vida e processos
vivos que ameaçam a segurança alimentar e violam os direitos humanos básicos e
a dignidade.
– Eles querem
apoio maior à pesquisa e ao desenvolvimento de uma agricultura não corporativa,
sustentável, que possa beneficiar as famílias de agricultores em todo o mundo.
A carta aberta
está publicada no sítio Ecocosas, 07-06-2014. A tradução é de André Langer.
A carta é
assinada por 815 cientistas de 82 países.
Resumo
Nós, cientistas
abaixo-assinados, pedimos a suspensão imediata de todas as licenças ambientais
para cultivos transgênicos e produtos derivados dos mesmos, tanto
comercialmente como em testes em campo aberto, durante ao menos cinco anos; as
patentes dos organismos vivos, dos processos, das sementes, das linhas de
células e genes devem ser revogadas e proibidas; e exige-se uma pesquisa
pública exaustiva sobre o futuro da agricultura e a segurança alimentar para
todos.
As patentes de
formas de vida e processos vivos deveriam ser proibidas porque ameaçam a
segurança alimentar, promovem a biopirataria dos conhecimentos indígenas e dos
recursos genéticos, violam os direitos humanos básicos e a dignidade, o
compromisso da saúde, impedem a pesquisa médica e científica e são contra o
bem-estar dos animais.
Os cultivos
transgênicos não oferecem benefícios para os agricultores ou os consumidores.
Em vez disso, trazem consigo muitos problemas que foram identificados e que
incluem o aumento do uso de herbicidas, o desempenho errático e baixos
rendimentos econômicos para os agricultores. Os cultivos transgênicos também
intensificam o monopólio corporativo sobre os alimentos, o que está levando os
agricultores familiares à miséria e impedindo a passagem para uma agricultura
sustentável que garanta a segurança alimentar e a saúde no mundo.
Os perigos dos
transgênicos para a biodiversidade e a saúde humana e animal são agora
reconhecidos por várias fontes dentro dos Governos do Reino Unido e dos Estados
Unidos. Consequências especialmente graves se associam ao potencial de
transferência horizontal de genes. Estes incluem a difusão de genes marcadores
de resistência a antibióticos a ponto de tornarem doenças infecciosas
incuráveis, a criação de novos vírus e bactérias que causam doenças e mutações
danosas que podem provocar o câncer.
No Protocolo de
Biossegurança de Cartagena negociado em Montreal em janeiro de 2000, mais de
120 governos se comprometeram a aplicar o princípio da precaução e garantir que
as legislações de biossegurança em nível nacional e internacional tenham
prioridade sobre os acordos comerciais e financeiros da Organização Mundial do
Comércio.
Sucessivos
estudos documentaram a produtividade e os benefícios sociais e ambientais da
agricultura ecológica e familiar, de baixos insumos e completamente
sustentável. Ela oferece a única forma para restaurar as terras agrícolas
degradadas pelas práticas agronômicas convencionais e possibilita a autonomia
dos pequenos agricultores familiares para combater a pobreza e a fome.
Instamos o
Congresso dos Estados Unidos a proibir os cultivos transgênicos, já que são
perigosos e contrários aos interesses da agricultura familiar; e a apoiar a
pesquisa e o desenvolvimento de métodos de agricultura sustentável que podem
realmente beneficiar as famílias de agricultores em todo o mundo.
Para conhecer os
argumentos e os assinantes do manifesto, clicar na Fonte: Articulação
Nacional de Agroecologia
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