(Foto: Agência Estado) |
Por Sérgio Spagnuolo
sex, 26 de set de 2014
Mais da metade dos eleitores
brasileiros deixaria de comparecer às urnas no dia 5 de outubro caso o voto no
Brasil não fosse obrigatório, ressaltando o desinteresse de grande parte da
população com o processo eleitoral, mostrou um estudo divulgado nesta semana.
A pesquisa, feita pela
brasileira Hello Research, também constatou que 62% das pessoas consultadas
tinham pouco ou nenhum interesse nas Eleições 2014. Foram entrevistados 1.000
eleitores em 70 cidades por todas as regiões do Brasil, e a margem de erro anunciada
é de 5%.
"Esse desinteresse é
formatado em função de um ciclo: os partidos acabam envolvidos em escândalos de
corrupção, não há índices de melhora efetivos em grande parte das questões
básicas reclamadas pelo povo e isso faz com que o eleitor vá perdendo a
expectativa de participar desse momento no Brasil”, afirmou ao Yahoo o
presidente da Hallo, Davi Bartoncello.
Segundo ele, não há pesquisas
comparativas em eleições passadas. A Hello Research, como se pode ver em seu
website, está focada principalmente em pesquisas de mercado, mas, segundo o
presidente, "a gente começou aqui uma ideia de adentrar temas pertinentes
para este momento”. A pesquisa foi feita por contra própria, segundo ele.
Sobre o comparecimento às
urnas, o estudo mostrou que 55% dos eleitores brasileiros não votariam caso o
voto fosse facultativo, ao passo que 42% iriam às urnas regularmente e 3% não
souberam responder.
Apesar de o voto ser
compulsório por lei para eleitores entre 18 e 70 anos, ainda é relativamente
simples e barato simplesmente deixar de comparecer às urnas, caso haja a
inclinação para tanto. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, a multa pode ser
de até R$3,51.
Mas, a depender da situação
econômica do infrator o juiz eleitoral pode decidir aumentar esse valor em até
dez vezes. Além disso, é preciso fazer todo o procedimento formal, o que pode
ser enfadonho. Caso não pague multa nem se regularize, o cidadão pode sofrer
várias punições, incluindo a impossibilidade de obter crédito bancário ou
passaporte, por exemplo.
Assim, a maioria dos que não
gostariam de votar prefere evitar o aborrecimento, e nas eleições presidenciais
de 2010, por exemplo, a taxa comparecimento no primeiro turno foi de quase 80%,
segundo o TSE.
Nos Estados Unidos, por
exemplo, a taxa de comparecimento nas eleições de foi de 59% nas majoritárias
de 2012, segundo a ONG Fair Vote, enquanto no Chile, no pleito de 2013, o dado
foi menor, de 49%. Em ambos os países o voto é facultativo.
Na vizinha Argentina e na
distante Austrália, países nos quais o voto também é compulsório, o
comparecimento fica, em média, em torno de 75% no primeiro caso e acima de 90%
no segundo, de acordo com o Instituto Internacional para Democracia e
Assistência Eleitoral (IDEA).
“Isso (o dado brasileiro) é
muito provavelmente um reflexo direto de uma falta de representatividade no
país”, avaliou Bartoncello.
Fonte: Br
Notícias
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