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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Saudável (e invisível) desconfiança diante das PMs

 

São Paulo, 19/9: população pinta protesto no asfalto,
depois do assassinato frio de um ambulante pela Polícia Militar

Dado ocultado pela velha mídia indica: 70% da população não confia nas polícias. Violência — constante nas periferias, agora visível no centro — pode ser causa principal



Por Maiara Barbosa
Publicado em 20 de setembro de 2014


Desde as manifestações populares que varreram o país em junho de 2013, ficaram evidenciados os abusos cometidos pelas Polícias Militares. A repressão policial, antes vista com maior frequência em bairros periféricos, ganhou repercussão ao ser flagrada nos centros das grandes cidades brasileiras.

Os protestos, com uma ampla agenda de reivindicações, deixaram vários feridos e presos arbitrariamente. Apenas no dia 13 de junho, 240 pessoas foram encaminhadas à delegacia para esclarecimentos. Nem mesmo os profissionais da imprensa foram poupados.

A atuação policial nas ruas reflete-se na baixa confiabilidade das Polícias Militares perante a sociedade civil. Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), do fim do ano passado, aponta que mais de 70% da população brasileira não confia nas polícias.

Para André Vianna, coronel reserva da Polícia Militar de São Paulo e consultor do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para o Programa para Forças Policiais e de Segurança, as manifestações são novidade para a PM. “A mudança de comportamento leva tempo. De forma otimista, no mínimo cinco anos, num processo cada vez mais rápido de mudança da sociedade”, afirma. Para ele, situações de desacato, por exemplo, devem ser relevadas durante manifestações para não aumentar a crise.

Para orientar os policiais sobre o uso da força, o CICV estabeleceu um Guia para o Comportamento e Conduta dos Policiais. Entre outras disposições, afirma que o uso da força deve ser empregado somente quando necessário, obedecendo aos princípios de legalidade, proporcionalidade e necessidade. “Esses poderes não são ilimitados. Existem normas nacionais e internacionais que tratam dessa questão. Os Estados têm limites estabelecidos pelos Direitos Humanos”, assegura Vianna.

Para combater o corporativismo policial, muitas vezes responsável pelo desvio de conduta do policial, o CICV desenvolveu um programa para difundir as normas dos direitos humanos entre as polícias militares no Brasil. “Se essas pessoas começam a ter (…) comportamentos desviantes por conta de uma identidade funcional, esse é pior que o criminoso, tem que ser expurgado.”


Armas de fogo


Além da repressão, surpreende o número de pessoas mortas por policiais. Somente em São Paulo, policiais em serviço foram responsáveis por 5.591 mortes na primeira década deste século (2001-2010), uma média de 508 por ano. Os números são do Núcleo de Estudos de Violência Urbana da Universidade de São Paulo (NEV-USP) no 5º Relatório Nacional sobre Direitos Humanos no Brasil.

O artigo 9º do Princípio Básico do Uso da Força e Arma de Fogo estabelece que as armas de fogo só devem ser empregadas em casos de legítima defesa própria, contra terceiros ou contra perigo eminente de morte ou lesão grave. “Abuso há, não tenho a menor dúvida. Está errado, tem que se apurar, responsabilizar e corrigir”, diz Vianna.

domingo, 28 de setembro de 2014

Os donos da água



Peter Brabeck, presidente da Nestlé.



Nos países periféricos do capitalismo, empresas como Nestlé se instalam e exploram a água em quantidades astronômicas, impedindo o acesso dos mais pobres a esse bem natural, impondo-lhes forma inumana de vida.
 

sábado, 27 de setembro de 2014

Obrigados por lei, mais da metade dos brasileiros deixaria de votar se pudesse

(Foto: Agência Estado)
Por Sérgio Spagnuolo

sex, 26 de set de 2014

Mais da metade dos eleitores brasileiros deixaria de comparecer às urnas no dia 5 de outubro caso o voto no Brasil não fosse obrigatório, ressaltando o desinteresse de grande parte da população com o processo eleitoral, mostrou um estudo divulgado nesta semana.

A pesquisa, feita pela brasileira Hello Research, também constatou que 62% das pessoas consultadas tinham pouco ou nenhum interesse nas Eleições 2014. Foram entrevistados 1.000 eleitores em 70 cidades por todas as regiões do Brasil, e a margem de erro anunciada é de 5%.

"Esse desinteresse é formatado em função de um ciclo: os partidos acabam envolvidos em escândalos de corrupção, não há índices de melhora efetivos em grande parte das questões básicas reclamadas pelo povo e isso faz com que o eleitor vá perdendo a expectativa de participar desse momento no Brasil”, afirmou ao Yahoo o presidente da Hallo, Davi Bartoncello.

Segundo ele, não há pesquisas comparativas em eleições passadas. A Hello Research, como se pode ver em seu website, está focada principalmente em pesquisas de mercado, mas, segundo o presidente, "a gente começou aqui uma ideia de adentrar temas pertinentes para este momento”. A pesquisa foi feita por contra própria, segundo ele.

Sobre o comparecimento às urnas, o estudo mostrou que 55% dos eleitores brasileiros não votariam caso o voto fosse facultativo, ao passo que 42% iriam às urnas regularmente e 3% não souberam responder.

Apesar de o voto ser compulsório por lei para eleitores entre 18 e 70 anos, ainda é relativamente simples e barato simplesmente deixar de comparecer às urnas, caso haja a inclinação para tanto. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, a multa pode ser de até R$3,51.

Mas, a depender da situação econômica do infrator o juiz eleitoral pode decidir aumentar esse valor em até dez vezes. Além disso, é preciso fazer todo o procedimento formal, o que pode ser enfadonho. Caso não pague multa nem se regularize, o cidadão pode sofrer várias punições, incluindo a impossibilidade de obter crédito bancário ou passaporte, por exemplo.

Assim, a maioria dos que não gostariam de votar prefere evitar o aborrecimento, e nas eleições presidenciais de 2010, por exemplo, a taxa comparecimento no primeiro turno foi de quase 80%, segundo o TSE.

Nos Estados Unidos, por exemplo, a taxa de comparecimento nas eleições de foi de 59% nas majoritárias de 2012, segundo a ONG Fair Vote, enquanto no Chile, no pleito de 2013, o dado foi menor, de 49%. Em ambos os países o voto é facultativo.

Na vizinha Argentina e na distante Austrália, países nos quais o voto também é compulsório, o comparecimento fica, em média, em torno de 75% no primeiro caso e acima de 90% no segundo, de acordo com o Instituto Internacional para Democracia e Assistência Eleitoral (IDEA).

“Isso (o dado brasileiro) é muito provavelmente um reflexo direto de uma falta de representatividade no país”, avaliou Bartoncello.

Fonte: Br Notícias

Mijaíl Gorbachov: A principal praga mundial é os EUA

Título original: Mijaíl Gorbachov: La plaga principal en el mundo es EE.UU.

Publicado: 26 sep 2014 | 23:23 GMT Última actualización: 27 sep 2014 | 1:04
El primer y último presidente de la URSS, Mijaíl Gorbachov, comentó las declaraciones de Barack Obama en la ONU y dijo que Estados Unidos es la plaga principal en el mundo actual.
En una entrevista a la emisora rusa 'Rússkaia Sluzhba Novostéi', Mijaíl Gorbachov señaló: "Tenemos una plaga principal y es Estados Unidos y sus pretensiones de liderazgo".
Lo dijo refiriéndose a las declaraciones recientes del mandatario estadounidense en las que señalaba que Rusia es una de las principales amenazas del mundo junto con el virus del Ébola.
Tenemos una plaga principal y es Estados Unidos y sus pretensiones de liderazgo
"Ni siquiera es un diálogo político, sino un regaño. Es para ofender, provocar y, lo más importante, para que no disminuyan las discordias en Europa. Porque ellos reivindican un monopolio. Ucrania y otras cosas son solo excusas", añadió.
Entre tanto, a pesar del empeoramiento de las relaciones entre Rusia y Estados Unidos, entre ambos países no hay guerra fría, opina Gorbachov. "No hay guerra fría, pero hay señales de ello. No la necesitamos, dura décadas y es difícil para nuestros ciudadanos", señaló el primer y último presidente de la URSS.
 En esta situación, el Gobierno ruso ha tomado la posición correcta, enfatizó Gorbachov. "Somos una nación fuerte, tenemos en qué confiar, tenemos algo que decir", agregó.
 Fonte: Actualidad.RT

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Rota Irlandesa, a crítica de Ken Loach ao imperialismo contemporâneo


Henrique WELLEN*

O diretor inglês Ken Loach tornou-se famoso pelos seus filmes que apresentam críticas sociais e conduzem o expectador a reflexões políticas sobre acontecimentos históricos e suas implicações na vivência cotidiana. Realizando uma mistura, nem sempre fácil de produzir, entre uma narrativa dramática e a exposição de temas socialmente relevantes, mais comuns no gênero documentário, ele consegue, ao mesmo tempo, distanciar-se de dois extremos: dos filmes estruturados por posturas naturalistas, assim como daqueles marcados pelo subjetivismo exacerbado. Contudo, pelo seu constante posicionamento crítico, que não apenas apresenta o problema, mas instiga à sua superação, alguns críticos de cinema costumam menosprezar sua obra a partir de termos como “esquemáticos”, “panfletários” ou até mesmo “didáticos”.

Nesse sentido, alguns de seus grandes filmes, como “Terra e Liberdade”, “Pão e Rosas” ou “Ventos de Liberdade”, no lugar de terem seu elevado mérito artístico e histórico reconhecido, foram tratados por adjetivações pejorativas. O problema é que, em certa medida, de forma consciente ou não, essas admoestações são motivadas por uma apologética da ordem social estabelecida, que utiliza a pecha de “ideológica” para qualquer obra que não se enquadre na suposta neutralidade estética. Todavia, essas recriminações não produzem impactos negativos na produção artística de Loach (assim como de Paul Laverty, roteirista que costuma acompanhá-lo em projetos conjuntos), que permanecem distantes dessa falsa imparcialidade e que serve funcionalmente na manutenção do status quo.

Em Rota Irlandesa, ao lado de Mark Womack (protagonista do filme), os dois (diretor e roteirista) são os principais responsáveis pelo desenvolvimento de uma trama trágica e de grande relevância social. O filme narra a história de Fergus (Womack), um soldado que, depois de se aposentar das forças especiais do Reino Unido, vai prestar serviços para uma empresa de segurança privada no Iraque. Depois retornar a Inglaterra, o mercenário fica abalado com a morte de Frankie (John Bishop), seu melhor amigo, que foi por ele convencido a realizar esses mesmos serviços. No funeral de Frankie, Walker (Geoff Bell), seu ex-patrão, após discursar sobre a bravura desse soldado, que teria doado a vida para ajudar o povo sofrido de Bagdá, explica a Fergus que sua morte aconteceu em ataque terrorista na “Rota Irlandesa”, codinome da estrada mais perigosa do mundo, com 12 km de extensão, que vai do aeroporto de Bagdá até a Zona Verde, área mais protegida dessa cidade.
Fergus fica revoltado com a morte do amigo, que se amplia quando vê Walker, durante o funeral, tentando recrutar jovens soldados para servir na sua empresa. Esse sentimento de revolta se transforma, gradativamente, em sede de vingança; e amplia-se quando Fergus assiste a um vídeo de um celular que ele recebeu de uma amiga estrangeira durante o velório. Como o celular está em curdo, idioma iraquiano, ele procura um nativo desse país para ajudá-lo a examinar o aparelho. É assim que ele descobre que o celular, que lhe foi enviado pelo amigo morto, pertencia a um taxista iraquiano, que aparece no vídeo sendo assassinado, juntamente com seus filhos, pela equipe de Frankie. Esse também consta na filmagem guardando o aparelho, logo depois de reclamar com seu colega Nelson (Trevor Williams) que atirou covardemente na família inocente.

Se, à primeira vista, observa-se uma razão para os passos da investigação e da vingança de Fergus, as imagens desse vídeo funcionam mais como denúncias de uma prática usual do imperialismo contemporâneo. A existência desse vídeo conduz menos a um enigma a ser desvendado sobre a morte de Frankie, e funciona mais como exposição das atrocidades cometidas contra o povo iraquiano. Como os maiores culpados desse crime já aparecem nas primeiras cenas do filme, inclusive determinando a cumplicidade do amigo na morte de civis iraquianos, a investigação dos fatos que conduziram à morte de Frankie serve para demonstrar a ideologia do personagem principal, que não consegue aceitar que o assassinato do amigo é resultado de uma operação sistemática, e a encara como uma vingança pessoal de algum mercenário invejoso ou psicótico.

Diferentemente do padrão de Hollywood, com a sua produção massificada de filmes de justiceiros, heróis de tramas individualistas ou de teorias da conspiração que, com seus desfechos felizes, buscam tranqüilizar os expectadores, no filme de Loach não existe possibilidade de final feliz. A trama de revanche de Fergus não se encerra em si, mas serve como fio condutor para o problema central exposto em Rota Irlandesa: as barbaridades cometidas por soldados e mercenários de países imperialistas contra povos conquistados. O diretor chama a atenção do público para esse fato de extrema relevância atual.

Segundo os dados da ONU, em 2007 havia cerca de 130 mil mercenários no Iraque, sendo parte significativa proveniente de países latino-americanos, com destaque para Chile, Peru, Honduras e Colômbia. Em vários casos, mesmo depois de deixarem de ser soldados, esses mercenários são recrutados e treinados por integrantes das forças armadas nacionais, com o uso das armas dessas instituições. Já nessa época, o problema tinha contornos tão expressivos que a quantidade desses milicianos se equiparava à tropa oficial, tendo, ainda, alguns diferenciais: recebem um salário mais elevado e são mais bem equipados belicamente. Em alguns casos, um dia de pagamento de um mercenário pode chegar ao salário anual de um soldado regular.

Em cifras nacionais, essa nova guarda pretoriana, abocanha quase a metade dos recursos financeiros que o governo dos EUA gastam no Iraque. E, também no caso dos EUA, existe outra diferença entre os mercenários e os soldados: se esses precisam responder a códigos de condutas das forças armadas, aqueles são imunes a processos legais iraquianos enquanto estiverem a serviço de empresas estadunidenses. Ou seja, se forem subordinados às empresas que exploram as riquezas do Iraque, esses milicianos, paradoxalmente, não precisam obedecer às leis desse país. Como aparece no filme de Loach, a “ordem 17”, sancionada pelo governo Bush, dá liberdade para os mercenários, que possuem imunidade total. Por isso, nas palavras do personagem iraquiano: “Eles varrem o país, matando quem quiserem”. E ainda: “Nós detestamos eles mais que o exército”.

O lucro da partilha do Iraque também é utilizado para financiar a difusão de elementos culturais e ideológicos, explícitos ou implícitos, que servem para legitimar essas práticas brutais e engrossar as fileiras dessas empresas de segurança. Os recursos utilizados vão desde campanhas publicitárias, palestras e recrutamentos em escolas (especialmente em bairros mais pobres), até a criação de jogos eletrônicos para jovens e crianças. Para se ter um exemplo da força de cooptação dessas artimanhas, basta acessar alguns blogs brasileiros em que, mesmo após reportagens críticas contra essas práticas, várias pessoas, que, em sua maioria, se dizem ex-integrantes das forças armadas brasileiras, se oferecem para ingressar nessas empresas.

Apresentando o comportamento de Fergus como um caso típico de pessoa que comete essas atrocidades, Rota Irlandesa serve para problematizar a desmedida do valor da vida. Diante das práticas que foi adestrado a realizar, Fergus sofre as implicações negativas da morte apenas quando essa ocorre com colegas, amigos ou alguém de vivência próxima. Os vários assassinatos cometidos contra povos de países dominados não produzem impactos semelhantes aos sentimentos de tristeza e, principalmente, de revolta, que ele tem com o assassinato do amigo.

Na sua perspectiva, o problema não está no fato de soldados e mercenários matarem ilegitimamente os iraquianos, mas sim de cometerem atos análogos com seus próprios pares e conterrâneos. Além dos laços de afetividade com o amigo, a sede de vingança encontra-se assentada numa hierarquia moral de vidas humanas. Por isso, ao se referir à família iraquiana morta, pôde afirmar que se trata de “política padrão de uma empresa estrangeira que achou que vidas estavam em perigo. Tiveram morte instantânea e foram deixadas na beira da estrada”.

Contudo, como a vida não é estanque, mas dinâmica, aos poucos o personagem vai se dando conta das suas limitações. Como uma síntese de determinações entre a sua trajetória individual e as instituições que ingressou, Fergus é apresentado pela marca do seu tempo histórico, expressando essa essência histórica nas suas mais íntimas contradições. Ainda que busque sempre a conotação política, mesmo em filmes com roteiros menos dramáticos (como em “À procura de Eric”), Loach não produz uma figuração superficial da realidade. Desta forma, se distancia diretamente de estilos panfletários ou com vieses deterministas e naturalistas. Se a contradição existe na realidade social que o envolve, ela também está posta nos seus personagens, por mais extremo que possa parecer o seu comportamento. Subjetividade com historicidade, a medida da particularidade como foco para seus filmes.

Nesse caso, além da revolta, o sentimento de culpa é despertado, passando a ser também uma fiel companheira. Dois personagens operam como elemento catalisador dessa dinâmica: Rachel, a viúva de Frankie, e Harim, o músico iraquiano. Se Rachel representa o contraponto de humanidade, dentro da sociedade inglesa, Harim conduz personagens e público para uma realidade pouco vista e sentida, a do povo iraquiano. Encontra-se em Harim não apenas a crítica humanista contra a barbárie, mas também a base para o momento de maior catarse estética do filme.

A cena de apresentação do músico iraquiano, que tem na plateia Fergus e Rachel, é uma mistura de beleza e sofrimento. Têm início com a explicação da origem de uma música: “Essa canção é da Mesopotâmia que significa ‘A terra entre os dois rios’ O Tigres e o Eufrates onde o homo sapiens aprendeu a escrever, contar e nomear as estrelas. Que antropologistas chama de ‘O berço das civilizações’”, sendo acompanhada por imagens terríveis no Iraque: adultos e crianças mortos, corpos destroçados sendo carregados, familiares e amigos em lamento e soldados agredindo publicamente jovens iraquianos rendidos. Na parte final da cena, sob o foco de uma mira noturna, ocorrem ordens para tiros e pessoas sendo mortas (inclusive uma que parece balançar uma bandeira branca). O símbolo de um vídeo game operado por soldados imperialistas, que destroem vidas humanas como se fossem alvos virtuais.

Tais situações produzem efeitos em Fergus que, se de um lado, recrudesce suas práticas de vingança contra os reais assassinos de seu amigo, por outro lado, começa a pressentir uma revolta interna contra o absurdo dos seus atos cometidos. Ainda que em escopos limitados e singulares, seu comportamento transita da culpa à compaixão, e serve de denúncia do processo vivenciado: “Criminosos filhos da mãe sendo criados, isso é o que temos sido”. E, ao comentar sobre as torturas cometidas contra os iraquianos, chega a sentenciar: “É irônico, mas se eles não apoiavam a Al Qaeda antes, passaram a apoiar depois. Isso eu garanto”.

Seu desfecho trágico cumpre com os requisitos do realismo. O fato de torturar até a morte um ex-colega de profissão, praticando o mesmo lema “sem sangue, sem sujeira”, que lhe foi ensinado pelos soldados dos EUA quando torturam iraquianos, não representa uma violência gratuita, mas uma conduta verossímil de quem responde a violência com atos mais violentos. Dominado pela ânsia de uma confissão pessoal para a morte do amigo, Fergus usa a barbárie como resposta à própria barbárie. E, diante dos fatos que demonstraram claramente que esse assassinato foi planejado coletivamente para evitar problemas nos contratos com as grandes empresas, sua mente entra em colapso, potencializando a brutalidade dos seus atos. A truculência da vingança animalesca não serve de conforto para Fergus que, estando num ponto sem retorno, se depara com a sua própria bestialidade. Por isso, antes do seu final,  confidencia para Rachel que “é melhor abater um cachorro louco antes que ele ataque alguém”.

Por fim, acreditamos que, se Rota Irlandesa apresenta alguns limites em termos de historicidade da trama, isso não o impede de apresentar nuances essenciais do imperialismo contemporâneo, seja na violência contra os povos reprimidos ou nas implicações subjetivas nos seus operadores. A obra cumpre, assim, um importante papel da arte como autoconsciência da humanidade. Para além da precisão artística na construção da trajetória de seu personagem principal, a relevância estética desse filme pode ser medida também pelas reflexões que ele é capaz de produzir. Se Harim, o músico iraquiano, depois de ser torturado pelos mercenários, se queixa que “eles sempre, sempre escapam”, e que teve “a chance de mostrar como eles são”, mas não conseguiu, esse papel foi alcançado por Ken Loach.

É um filme que precisa ser visto, divulgado e debatido, até porque, como afirmou Walter, o grande empresário dos serviços de segurança privada, o “Iraque é poeira. É hora de partir para novos pastos”.

Ficha Técnica
Título: Rota Irlandesa
Título original: Route Irish
País:  Reino Unido, França, Itália, Bélgica, Espanha
Ano: 2010
Duração: 109 minutos
Direção: Ken Loach


* HENRIQUE WELLEN é professor da Escola de Serviço Social da UFRJ.

Fonte: Espaço Acadêmico, 17/04/2013.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Estados Unidos podem estar envolvido em 134 guerra


Título original: EE.UU. podría estar involucrado en 134 guerras
Publicado: 23 sept 2014

EE.UU. estaría involucrado actualmente en hasta 134 guerras o conflictos armados, un número que de la terminología y el sentido de los propios conceptos.

Podría considerarse que EE.UU. no participa en ningún conflicto bélico, ya que, de hecho, desde 1942 el Congreso no ha declarado la guerra a nadie. También se puede defender que el número se eleva hasta cinco (Irak, Afganistán, Pakistán, Somalia, Yemen), si nos atenemos a la definición de guerra como "conflictos en los que EE.UU. lanza extensas incursiones militares, incluso ataques con drones, pero que no están oficialmente 'declarados".

El editor del portal Mint Press News Timothy McGrath sitúa el número de guerras en 134, considerando todas las operaciones del SOCOM (Mando de Operaciones Especiales de EE.UU.), que a menudo son clandestinas, además de entrenar y asesorar a ejércitos locales. Para sus afirmaciones el periodista se basa en los artículos de su colega del portal de noticias TomDispatch.com, Nick Turse, quien se hace eco, a su vez, de las afirmaciones del portavoz del Mando de Operaciones Especiales de EE.UU. (SOCOM, por sus siglas en ingles), Robert Bockholt. 

"Este aumento del 123% durante los años de Obama demuestra cómo, además de las guerras convencionales y una campaña de drones llevada a cabo por la CIA, la diplomacia pública y extenso espionaje electrónico, EE.UU. ha participado en otra forma más significativa y creciente de la proyección del poder extranjero", escribe Turse subrayado que a menudo la mayoría de estas operaciones se hacen de forma encubierta, lejos de los ojos de los medios de comunicación y los estadounidenses. Ello "aumenta las posibilidades de sufrir retrocesos imprevistos y consecuencias catastróficas", afirma Turse.  

Citando al coronel retirado del Ejército estadounidense y profesor de Historia y Relaciones Internacionales en la Universidad de Boston Andrew Bacevich Turse indica que "el uso de las fuerzas especiales durante los gobiernos de Obama ha disminuido la responsabilidad militar, fortalecido la 'presidencia imperial', y ha preparado el escenario de una guerra sin fin".

"Mientras que la Administración de Obama supervisó la retirada de las tropas de EE.UU. de Irak [negociada por su predecesor], y además la reducción de las tropas estadounidenses en Afganistán, el presidente ha presidido el aumento gradual de la presencia de los militares de EE.UU. en África, una revitalización de los esfuerzos estadounidenses en América Latina, y es protagonista de un duro discurso sobre el reequilibrio o cambio de estrategia en Asia", escribe. 

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Stephen Hawking: "Não há nenhum deus. Sou ateu"

Título original: Stephen Hawking: ‘No hay ningún dios. Soy ateo’


Stephen Hawking por Pablo Jáuregui

22 septiembre 2014

Stephen Hawking (Oxford, 1942) ya no puede mover ni un dedo. La devastadora enfermedad que empezó a corroer su sistema nervioso, cuando sólo tenía 21 años, ni siquiera le permite manejar el ratón que usaba antes para seleccionar palabras en su ordenador y transmitirlas a través de un sintetizador de voz. Los músculos de su rostro se han convertido en las últimas herramientas corporales que le quedan para comunicarse, activando con la mejilla derecha un sensor acoplado sobre sus gafas.

Gracias a esta impresionante tecnología diseñada especialmente para él, Hawking logra mover un cursor en una pantalla y activar así la legendaria voz robótica que habla en su nombre con acento americano. Pero pese al esfuerzo titánico que debe afrontar para compartir sus ideas, ha concedido una entrevista exclusiva a EL MUNDO.

Cuando aparece sobre su silla de ruedas en el hotel de Tenerife donde tiene lugar nuestro encuentro, nos conquista nada más llegar, esbozando una entrañable sonrisa con esos pocos músculos de la cara que todavía le sirven para expresar pensamientos y emociones. Como los médicos ya no le permiten volar, Hawking ha viajado hasta la isla canaria en un crucero de seis días para presentar esta semana su visión del cosmos en el Festival Starmus, un congreso concebido para divulgar los hallazgos de la astronomía a toda la sociedad.

De repente, me encuentro ante uno de los cerebros más brillantes del último siglo, a punto de realizar la entrevista con la que siempre he soñado. Pero cuando llega el momento de la verdad, me quedo tan impactado que no sé muy bien ni cómo debo saludarlo. Una de sus cinco enfermeras, Nikky O’Brien, se da cuenta de mis titubeos y resuelve mis dudas de inmediato, cogiendo la mano de Hawking y acercándola a la mía, para que pueda estrechársela.

Un ‘gourmet’ en Canarias


Tras agradecerle al científico más famoso y admirado del planeta el inmenso privilegio de habernos concedido una entrevista exclusiva, le enseño el maravilloso retrato de Ricardo Martínez que le hemos traído como regalo, y también el espectacular set que hemos preparado para hacerle fotos, ante un lienzo de constelaciones y galaxias pintado por otro de nuestros dibujantes, Ulises Culebro.

«Espero que le guste. Si le parece bien, nos gustaría en primer lugar fotografiarle con este fondo cósmico», le explico. Su respuesta afirmativa, que tarda aproximadamente medio minuto llegar, es la primera palabra que nos transmite a través de los movimientos de sus mejillas: «Yes». La enfermera O’Brien, permanentemente pendiente de cada mínimo gesto de Hawking, empieza a peinarle con ímpetu y nos confirma la aprobación del astrofísico: «Adelante, no hay problema, le gustó mucho todo lo que han montado».

Mientras Hawking posa como un profesional para la sesión de fotos, levantando los ojos para mirar a la cámara y regalándonos sus mejores sonrisas, le pregunto a Nikky O’ Brien si el profesor está disfrutando de su visita a Canarias. «¡Desde luego! Incluso ya ha probado las papas con mojo picón y le encantan», me asegura. A pesar de que su movilidad es cada vez más reducida, Hawking todavía puede masticar bien la comida y es un auténtico gourmet.

Teniendo en cuenta la importancia crucial del sofisticado sistema informático que utiliza el astrofísico para comunicarse, le pregunto a la enfermera de Hawking si entre su equipo de cuidadores hay alguien con conocimientos de informática, por si surge algún problema con su ordenador o el sintetizador de voz. «Pues la verdad es que no, y el ordenador se queda colgado de vez en cuando», me confiesa O’Brien. Sin embargo, si se produce una incidencia importante, la enfermera nos explica que un informático de Cambridge siempre puede entrar en el ordenador de Hawking mediante una conexión remota y resolver cualquier problema.

Tres palabras por minuto


Con el sofisticado mecanismo que activa mediante el movimiento de sus mejillas, Hawking logra escribir una media de tres palabras por minuto. Por eso, para entrevistar al astrofísico británico, es una condición imprescindible enviarle las preguntas con antelación. De lo contrario, el diálogo se extendería durante muchas horas, e incluso días. En nuestro caso, le enviamos por correo electrónico un cuestionario de 10 preguntas a finales de agosto, tres semanas antes de que nos reuniéramos con él en Tenerife el pasado jueves.

Cuando termina la sesión de fotos, que Hawking ha soportado sin una sola queja, me acerco a él y le pregunto si podemos empezar nuestro diálogo. De inmediato, empieza a mover el cursor en la pantalla de su ordenador a través del sensor acoplado a sus gafas, y veo que lo coloca sobre un documento de Word en su escritorio que ha llamado «EL MONDO». Me hace gracia la pequeña errata en el nombre de nuestro periódico, y sobre todo me emociona la idea de que el infatigable explorador del cosmos haya dedicado unas cuantas horas de su tiempo a contestar a las preguntas que le hicimos llegar por e-mail.

Le pregunto en primer lugar si sigue creyendo, como dijo en el libro que le hizo mundialmente famoso, Historia del Tiempo, que algún día lograremos una «Teoría del Todo» para comprender las leyes que gobiernan el Universo, o si hay aspectos de la realidad en las que nunca podrá penetrar la mente humana. Su respuesta refleja una inquebrantable fe en el poder de la ciencia para desentrañar los misterios del cosmos: «Creo que sí conseguiremos entender el origen y la estructura del Universo. De hecho, ahora mismo ya estamos cerca de lograr este objetivo. En mi opinión, no hay ningún aspecto de la realidad fuera del alcance de la mente humana».

Ciencia ‘versus’ religión


En mi segunda pregunta, le pido que me aclare su postura sobre Dios y la religión, que ha generado un intenso debate entre sus lectores. Por un lado, al final de Historia del Tiempo, escribió que si algún día lográramos esa «Teoría del Todo», conoceríamos «la mente de Dios». Pero posteriormente en su polémico libro El gran diseño, afirmó que el Universo puede crearse «de la nada, por generación espontánea», y que la idea de de Dios «no es necesaria» para explicar su origen. Le pregunto, ante esta aparente contradicción, si cambió su opinión en este terreno, y si se considera agnóstico o ateo.

Su rotunda respuesta deja muy claro que aunque muchos han llegado a calificar como «un milagro» el hecho de que Hawking siga vivo, medio siglo después de que se le diagnosticara una enfermedad cuya esperanza de vida suele ser de un par de años, el astrofísico rechaza de plano todas las creencias religiosas: «En el pasado, antes de que entendiéramos la ciencia, era lógico creer que Dios creó el Universo. Pero ahora la ciencia ofrece una explicación más convincente. Lo que quise decir cuando dije que conoceríamos ‘la mente de Dios’ era que comprenderíamos todo lo que Dios sería capaz de comprender si acaso existiera. Pero no hay ningún Dios. Soy ateo. La religión cree en los milagros, pero éstos no son compatibles con la ciencia».

Antes de poder responder a cada pregunta, Hawking va seleccionando frases del archivo donde ha dejado preparadas sus respuestas y las vuelca en un programa llamado Speaker, que convierte textos escritos en frases que emite su sintetizador. El software que produce la famosa voz de Hawking es de los años 80, la época de la traqueotomía a la que tuvo que someterse le dejó definitivamente sin habla. En realidad, hoy existen programas más avanzados que suenan mucho menos robóticos, pero Hawking lleva ya tantos años utilizando esta voz, que se identifica plenamente con ella y no tiene ninguna intención de cambiarla.

En una ocasión incluso le preguntaron si no preferiría instalarse un sintetizador con un acento british, que se parecería mucho más a la voz original de un nativo de Oxford como él. Pero Hawking respondió con su inconfundible sentido del humor, que sin duda le ha ayudado a soportar tantos años una enfermedad tan cruel: «con el acento americano, tengo mucho más éxito con las mujeres».

La conquista de otros planetas


Tras dialogar sobre la religión, pasamos de lo divino a lo humano y le pregunto si cree que sigue mereciendo la pena invertir millones en enviar misiones con astronautas al espacio, o si le parece un despilfarro, como opinan muchos de sus colegas científicos. El astrofísico tiene muy claro que la conquista del cosmos debe continuar, no solo porque «la exploración espacial ha impulsado y continuará impulsando grandes avances científicos y tecnológicos», sino porque puede representar un seguro de vida para la futura supervivencia de nuestra especie: «Podría evitar la desaparición de la Humanidad gracias a la colonización de otros planetas».

Tampoco puedo desaprovechar la incomparable oportunidad de poder dialogar en España con Hawking, para preguntarle sobre los recortes que ha sufrido el campo de la investigación científica en nuestro país en los últimos años. «¿Qué mensaje le mandaría al presidente del Gobierno español si lo tuviera delante, sobre la importancia de invertir en ciencia?». El astrofísico, una vez más, demuestra que no se anda con medias tintas. Este es su recado para Mariano Rajoy y toda la clase política de nuestro país: «España necesita licenciados con formación científica para garantizar su desarrollo económico. No se puede animar a los jóvenes a estudiar carreras científicas con recortes en el campo de la investigación».

El tiempo se nos acaba y la enfermera O’Brien empieza a hacerme la señal de la guillotina, pero veo en la pantalla de Hawking que aún tiene una respuesta más a una pregunta que le hice sobre cómo le gustaría que lo recordaran las futuras generaciones. «Espero que se me recuerde por mi trabajo en el campo de la cosmología y los agujeros negros», me contesta antes de que empiecen a llevárselo sus enfermeras.

Me llama la atención que no dice absolutamente nada sobre el extraordinario ejemplo que ha dado con su vida, al demostrar hasta dónde puede llegar la capacidad de superación del ser humano ante la adversidad más cruel. Y mientras desaparece por los pasillos del hotel, me acuerdo de una de sus sentencias más inolvidables: «La Humanidad es tan insignificante si la comparamos con el Universo, que el hecho de ser un minusválido no tiene mucha importancia cósmica».

Fonte:  El Mundo

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Taxar os Ricos (um conto de fadas animado)


Oportuno e pedagógica a abordagem deste vídeo, que se refere à relação Estado capitalista e capital financeiro, principalmente por estarmos testemunhando discursos e discursos em defesa do indefensável Estado burguês.

Taxar os ricos: Um conto de fadas animado é narrado por Ed Asner, com animação de Mike Konopacki. Escrito e dirigido por Fred Glass para a Federação de Professores da Califórnia. Um vídeo de 8 minutos sobre como chegámos a este momento de serviços públicos mal financiados e ampliando a desigualdade econômica. As coisas vão para baixo numa terra feliz e próspera após os ricos decidirem que não querem pagar mais impostos. Dizem às pessoas que não há alternativa, mas as pessoas não têm assim tanta certeza. Esta terra tem uma semelhança surpreendente com a nossa terra.

Fonte: Youtube

domingo, 21 de setembro de 2014

Guerra, com outro nome

Título original: Guerra, con otro nombre


Mumía Abú-Jamal

8-9-2014

 

Con los rápidos ataques y la ocupación de territorio de Irak por el Estado Islámico (comunmente conocido como ISIS), el Occidente, dado el espléndido pretexto de las horribles decapitaciones de dos periodistas, está montando un contra-ataque... si solo le llamaran, guerra.

Hasta el momento, ningún país de Occidente ha anunciado el despliegue de ejércitos de tierra.

¿Porqué están allá?

Ellos dicen que ISIS es una “amenaza”  a sus territorios nacionales, en verdad una gran exageración si vemos honestamente el asunto.

Porque ISIS, en el mejor de los casos, tiene, según la mayoría de los cálculos, una tropa de 20,000.  Otras fuentes publicadas, sin embargo, dicen que son solo, 10,000.

Según el Instituto Internacional para Estudios Estratégicos, (International Institute for Strategic Studies), Irak tiene 246-mil tropas activas -- más de veinte veces más que las fuerzas de ISIS.

ISIS no tiene una fuerza aérea, no tiene fuerzas navales, ni tanques (excepto aquellos tanques abandonados en las bases de Irak cuando huían los ejércitos irakíes.)

¿Cómo es entonces ISIS una “amenaza inminente” para los Estados Unidos; y, sin mencionarlo, para el Occidente?

Ellos tienen una buena y agresiva fuerza armada.  Pero, ¿cómo pudieron tán fácilmente eliminar a las tropas irakíes, a menos que, para empezar, los soldados irakíes tenían poco o nada porque pelear?

La verdad es que es difícil pelear por un títere.

Y aún cuando el ex-Primer Ministro, Nouri Kamel al-Maliki ya no está en el poder, un títere de los Estados Unidos todavía gobierna Irak.

La verdadera razón por la que las tropas de los Estados Unidos fueron retiradas de Irak no tiene nada que ver con el pueblo irakí. Las tropas norteamericanas fueron retiradas porque el Primer Ministro al-Maliki firmemente se negó a firmar el acuerdo llamado, Estado del Ejército; un pacto que daba a las tropas norteamericanas inmunidad absoluta por cualquier acto que las tropas norteamericanas cometieran en territorio Irakí.

¿Cualquier acto?  La mera idea es pasmosa. Ni siquiera un títere la podría tolerar.

Y ahora, para proteger su país títere, los Estados Unidos bombardea blancos irakíes descritos como centros donde domina ISIS.

Pero las bombas son armas de guerra -- no son instrumentos de paz.

Llámelo como Usted quiera; ésta es guerra.

 
Traducción libre del inglés enviado por

Fatirah Aziz, Litestar01@aol.com, hecha en Refugio del Río Grande, Texas, EE.UU.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Povo do Equador foi às ruas neste 17 de Setembro

O 17 de Setembro ficou marcado no processo de luta de classes que ocorre no Equador. Após a eleição do governo de Rafael Correa a partir de uma corrente progressista e popular; após a aprovação de uma constituição avançada e que garante direitos fundamentais; Após a traição do governo que passou a perseguir os movimentos sociais e um certo recuo do processo de mobilização, a luta popular retomou a ofensiva.

A Frente Unitária dos Trabalhadores – FUT, que reúne as principais centrais sindicais, juntamente ao movimento estudantil, entidades de camponeses e indígenas realizaram uma marcha multitudinária nas principais províncias do país.

Rafael Correa procurou  responder organizando uma contra-marcha que se concentrou em frente ao palácio do governo, no mesmo horário em que mais de 30 mil pessoas marchavam em repúdio às medidas governistas pelas principais ruas de Quito. Várias foram as denúncias de que militantes pagos e funcionários do governo compunham a maioria da concentração oficialista.

Além de perseguir fortemente todos os setores do movimento popular que estão na oposição, o governo de Correa ainda quer implantar várias medidas de corte neoliberal, como realizar uma reforma sindical que ataca a livre organização dos trabalhadores; abrir espaço para os monopólios capitalistas na exploração da água, petróleo e mineiros através de Parcerias público-privadas; e retirar o direito ao livre acesso à universidade, implantando um vestibular.

A repressão policial também foi um método usado pelo governo para enfraquecer a marcha. Ao chegar na praça de São Francisco, no centro de Quito, estudantes foram atacados pela polícia de choque deixando um saldo de vários feridos e quase uma centena de presos.

Segundo o repórter Guido Proaño, “o problema para o governo está se estendendo para todo o país, evidenciando que o descontentamento é generalizado e que o discurso do medo e da chantagem não dá mais resultados. Esta jornada do 17S pode marcar um antes e um depois no comportamento do movimento sindical e popular organizado, mas também na capacidade de manobra política e de controle social por parte do governo. Correa sofreu uma nova derrota política e o mais grave é que isso ocorreu com o povo nas ruas e com o movimento sindical sendo o protagonista principal”.

Fonte: A Verdade

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Idiocracia

Alex Conceição
 

O assunto que ecoa na panela é o da novela

A vela acesa é a chama que reza pra não morrer se faz promessa e não protesto ou reivindicação, ação!

Polícia mata em vários pontos e quem dorme no ponto é a população

Do rap ao “cleck” do gatilho a violência é nua

Da fila cortada até o governo corrupção continua

E os corpos mortos na rua são gado humano passando pela vida sem vivê-la só tumultuando

Sofrendo e se calando sorrindo sem por que

Se embebedando com o “refrí” que passa na TV

E as crianças já não nascem se inserem no mercado

Mershandise, paradise, império programado.

Programa reprisado alívio imediato hiato entre o que se faz e o seu resultado

Rotação e translação não deixa ninguém parado

Volta o cão arrependido um novo candidato

A resistência é dissidência da vivencia e convivência

Com propostas não cumpridas de benevolência

Triste decadência regresso ao invés do oposto

Truste traste do consumo nos transforma em contingente morto, aborto,

Pro mundo natural, ctrl/C ctrl/V um pensamento igual

Que nada é original eu tô seguindo a moda

Me dirigindo à idiocracia ordem de idiotas..."

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

O dia em que Marcuse encarou a PM

Retrato da selvageria policial no centro de São Paulo, com um lembrete: não seremos derrotados, enquanto “conseguirmos ficar juntos”

Por Deni Rubbo
Fotos Ponte
16/09/2014

Nas explosões do ano de 1968, o filósofo Hebert Marcuse foi perguntado em uma palestra se se poderia combater o medo com a violência. O autor de O homem unidimensional respondeu que a violência é algo muito perigoso aos mais frágeis. E acrescentou que existem diferentes aspectos de violência com funções igualmente diferentes. Assim, existiriam dois modus operandi que regulam a violência: a violência da agressão e a violência da defesa. Ou seja, existe a violência da polícia, do Exército, da Ku Klux Klan e uma violência de oposição que responde a essas manifestações agressivas de violência.

Hoje em São Paulo, mais de 45 anos depois das palavras de Marcuse o cruzamento da violência da agressão com a violência de oposição cruzaram-se no cruzamento da Ipiranga com a Avenida São João. Trabalhadores, moradores do centro, negros, mulheres, grávidas, crianças e sem teto enfrentaram a violência da sociedade, a violência legal, a violência institucional. Sua violência, a violência dos moradores (sem moradia) foi defensiva. Eles têm razão.

Por volta das dez horas, no cruzamento, aglomeraram-se uma multidão de pessoas e alguns ocupantes da Frente de Luta por Moradia (FLM) que haviam saído do prédio logo após a liminar de reintegração de posse em um hotel abandonado na São João, para observar os próximos movimentos da ação policial. Havia muita indignação. A polícia fez um cordão e não deixou ninguém passar. Depois de alguns minutos, um policial chamou uma das pessoas que ali se encontrava e disse:

– Não queremos entrar em conflito. Só entraremos em ação caso sejamos provocados. Prometemos.

A moradora concordou com o policial, virou-se para o restante do grupo e anunciou:

– Nós não vamos arremessar nada neles, nem pedras, nem paus. Nós nunca damos o primeiro tapa, ouviram? Por favor, vamos permanecer aqui de maneira pacífica.

Todos concordaram, aplaudiram e cumpriram com o prometido.

Quinze minutos depois, a mesma polícia, descumpriu sua promessa e executou a violência da agressão, explicada por Marcuse. Balas de borracha e gás lacrimogênio espalharam-se pelas ruas tão rapidamente que quanto mais se corria, mais elas apareciam. A ardência dos olhos só era um detalhe. Nesse mesmo momento, a televisão transmitia que “vândalos” haviam iniciado a violência e a polícia simplesmente estava retaliando. Curiosamente, graças ao manejo de habilidade linguística da sociedade estabelecida, nunca se chama a violência policial de violência. Por outro lado, com toda facilidade, se nomeia violência à ação dos moradores que se defendem da polícia. Nesse mesmo momento uma mulher grávida caiu na rua, bem ao meu lado. Rapidamente a socorri e então ela me disse.

– Precisamos resistir, eu e ele (o bebê). Precisamos de futuro. Precisamos estar juntos.

Desnorteado, apavorado, em frações de milésimos de segundos, consegui não sei como nem porque lembrar de Eles não usam Black-Tie (Leon Hirzman, 1981) e da cena em que Maria (Bete Mendes), grávida, levava chutes na barriga da polícia. E aquelas palavras, tão fortes, intensas, também me recordaram outra cena de um outro filme, Segunda Feira ao sol (Fernando León de Aranoa, 2002) em que o personagem Sanca (Javier Bardem) é questionado sobre o fracasso da greve que desencadearam e, posteriormente, foi pretexto para sua demissão. “De que adianta? Não conseguiram nada e, além disso, ninguém mais se lembra”. Ele responde: “fizemos que as pessoas soubessem e conseguimos ficar juntos”. Nem ela, nem eu, nem quem estava lá vai esquecer.

Para mim, de agora em diante a música de Caetano Veloso, “Sampa”, inspirada no cruzamento da Ipiranga e a avenida São João ganha uma triste paródia: a “dura poesia concreta das tuas esquinas” tornou-se repressão concreta de tuas armas; a “deselegância discreta de tuas meninas” transmutou-se para estupidez indiscreta das autoridades, do povo oprimido pela falta de moradia, da propriedade sagrada que expulsa ocupantes, da feia fumaça que circula as ruas, intoxica, arde. Eu vejo surgir policia por todos os cantos, mas vejo, em meio às nuvens de gás pimenta, o “possível novo quilombo de Zumbi”.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Como são criados os ricos mais ricos: 10 dados impactantes sobre a desigualdade social

Título original: ¿Cómo se hacen los ricos más ricos? 10 datos impactantes sobre la desigualdad

Publicado: 16 sep 2014

La brecha entre los superricos y el resto de la sociedad se ha disparado en los últimos años, siendo ello más notorio en el Reino Unido, donde el 1% más rico obtiene más ingresos que en el resto de ciudadanos de Europa.

Según el articulista Danny Dorling del diario 'The Guardian', el 1% de la población más adinerada ha amasado su fortuna a expensas del resto de la sociedad.

Entre el 1% de los más ricos no hay médicos ni profesores

En el Reino Unido para ingresar al privilegiado club del 1% de las mayores rentas se necesitaría un ingreso anual mínimo de 160.000 libras esterlinas (unos 258.000 dólares).

Según Dorling, hasta hace poco los profesores y médicos contaban con algunos de los mejores salarios en el país. Sin embargo, en los últimos años sus ingresos han sido superados con creces por los de financieros, administradores, contables y abogados. Ahora incluso los mejores maestros y médicos son parte de la mayoría de la población que tiene que endeudarse para pagar las tasas universitarias de sus hijos.

Londres acoge al 1% más rico del mundo

En la capital británica reside la mayor cantidad de multimillonarios del mundo, que cuentan, al menos, con un patrimonio de 30 millones de dólares en activos, además de sus lujosas residencias. Según datos recientes de la consultora inmobiliaria Knight Frank, en Londres residen 4.224 familias multimillonarias, que se ven atraídas no solo por la historia de la ciudad sino también por el laxo régimen fiscal del Reino Unido.

Los superricos ven a los pobres como una especie inferior

Según un estudio realizado por investigadores de la Universidad de Princeton, EE.UU., las personas menos afortunadas son vistas como una especie inferior por los millonarios. En este trabajo participaron varios estudiantes, en su mayoría de familias acomodadas, a quienes se les mostró fotografías de personas sin hogar, y al ver las imágenes la reacción de los universitarios ricos fue como si se hubieran "tropezado con un cúmulo de basura".

Cuanto más grande es la brecha social, menor es la compasión que se manifiesta por los demás, indicaron los investigadores.

En los últimos años la desigualdad ha aumentado vertiginosamente


Uno de los tópicos repetidos por las élites es que los empleados peor remunerados de una empresa tienen suerte de contar con un trabajo gracias a la benevolencia del 1% más rico. Se dice que, al obtener más ganancias, la élite adinerada crea más puestos de trabajo, pero esto no ocurre en la realidad.

Más impuestos reducirían la codicia


Para reducir la desigualdad en términos de riqueza se debería introducir mayores impuestos al patrimonio y a los ingresos. Estas medidas ayudarían a contener la codicia de un pequeño grupo de personas que exigen mayor remuneración. El autor del artículo insta también a las empresas a abstenerse de contratar o pagar salarios astronómicos a una o pocas personas solo por el hecho de ser reconocidas. "Una distribución más equitativa de pago permitiría, por el salario de una o dos celebridades, un grupo mayor de personas generaría una mayor productividad para la empresa", agrega.

Mantener la desigualdad es un castigo para los pobres


El Gobierno británico redujo el tipo máximo de gravamen del 50 al 45%, y ahora estudia otras medidas que afectarían a los pobres. Según el articulista, estas disposiciones incentivarán los ingresos solo de un 1% de la sociedad británica. Otro 20% verá un ligero aumento de sus ingresos netos en los próximos años, mientras que todos los demás se empobrecerán.

Los niños son los que más sufren por la reducción de gastos


De acuerdo con la información de Dorling, con el conjunto de medidas y recortes económicos en el Reino Unido, los hogares con niños serán los más damnificados. Como promedio, las parejas sin hijos perderán un 4% de sus ingresos netos; las parejas con niños los verán bajar un 9% y los padres solos se quedarán sin un 14% de sus ingresos netos.

En algunos países del mundo la desigualdad 'se contrae'


A partir de 2005 la brecha de la desigualdad mundial se ha reducido, según algunas estadísticas. No obstante, Dorling sostiene que en estas estadísticas no se tomaron en cuenta la riqueza y los ingresos de los más ricos. A inicios de este año, un reporte de Oxfam reveló que únicamente las 85 personas más ricas del mundo tienen tanta riqueza como la mitad más pobre de la población mundial.

La concentración de la riqueza es insostenible

Para un sistema económico es dañina la concentración de la riqueza en unas pocas manos, asegura el autor del artículo. Anteriormente economistas de Harvard y otras universidades estudiaron las tendencias desde 1961 en nueve países con altos ingresos y notaron que, debido a la concentración de la riqueza en pocos sectores, su crecimiento económico fue lento.

Nadie sabe cuándo llegará la verdadera equidad social

Podemos notar un creciente desacuerdo, ira y cambio de actitud moral hacia los más ricos, pero el punto de inflexión hacia el fin de la inequidad aún está lejos, lamenta Dorling. De acuerdo con el articulista, la desigualdad económica es tan vil como el racismo; tan perjudicial en sus efectos para la sociedad y tan beneficiosa para un pequeño grupo de personas que creen que solo ellos deben tener más porque valen más.

Fonte:  Actualidad RT