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domingo, 1 de junho de 2014

A serviço da Fifa... PMs admitem retirar moradores de rua na Copa

30 de maio de 2014

 
Polícia Militar promete que, se for preciso, usará a força para remover pessoas em situação de rua do perímetro isolado da Fifa.

Moradores de rua têm 900 vagas em abrigos

Emmanuel Pinheiro | Metro BH
MetroBH leitor.bh@metrojornal.com.br

A Polícia Militar anunciou nesta quinta-feira que fará remoções de pessoas em situação de rua durante a Copa do Mundo, entre junho e julho, mesmo se for preciso o uso da força. A intervenção ocorrerá se o morador de rua se recusar a sair do perímetro isolado da Fifa e dos territórios adjacentes da Pampulha. Entidades de proteção a esse público ameaçam até a apelar a organizações internacionais para evitar a decisão.

 “Se a permanência não for permitida, ele [pessoa em situação de rua] será convidado a se retirar nos limites que a lei determina. Se ele se recusar com força, a PM usará da força proporcional, conveniente, oportuna e necessária para restabelecer a lei”, explicou o porta-voz da Polícia Militar mineira, major Gilmar Luciano.

O Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População de Rua e Catadores de Materiais Recicláveis encaminhou uma orientação de como deve ser o trato com o morador de rua ao policiamento especializado e da capital. “A retirada das pessoas é completamente vedada. Vamos tomar todas as providências, até fora do território brasileiro, para evitar que isso aconteça”, afirma a advogada da entidade, Maria do Rosário de Oliveira.

Segundo o censo realizado pela prefeitura, 1.827 pessoas vivem ao relento hoje em Belo Horizonte.


Reforço


A Secretaria Municipal de Políticas Sociais anunciou nesta quinta-feira que aumentará em 30% o número de agentes para atender as pessoas em situação de rua. No entanto, a administração pública garante que não realizará recolhimento compulsório.

 “Não acreditamos que essa seja a melhor medida e não temos esse tipo de conduta. Portanto, as pessoas vão ficar na cidade participando da festa como quiserem, orientadas a estar no espaço público de maneira regular. Isso significa que elas não podem fazer desse espaço uma condição de moradia”, diz a coordenadora do Comitê de População de Rua, Soraya Romina.

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