PM invade acampamento sem permissão das famílias ou autorização judicial
12/09/2011 - 15:30 hs
MST - Regional Campinas
A Polícia Militar tem atormentado o cotidiano das cerca de 300 famílias acampadas na região de Americana - SP. Durante todo o sábado (10/09) a PM interditou as vias de acesso ao acampamento, revistou carros e interrogou acampados e assentados. Impediu inclusive o acesso às próprias casas de famílias assentadas e sitiantes da região. No dia de hoje, segunda-feira (12-09) a PM entrou na ocupação à força desrespeitando a portaria e as manifestações dos acampados. A polícia não possuía qualquer mandato judicial de reintegração e entrou no acampamento assustando às famílias que protestavam temendo qualquer represália por parte da polícia. Após uma manifestação coletiva a PM se retirou do local, contudo, ameaçou voltar todas as manhãs e realizar atos desse tipo. Consideramos que o único objetivo da PM com esse tipo de atitude é atemorizar as famílias acampadas que não tem para onde ir.
O acampamento organizado pelo MST é parte de uma luta que existe desde de 2004. Já foram realizadas 5 ocupações na região que denunciam a utilização ilegal de terras públicas pela Usina Ester. Há um mês essas famílias ocuparam a área remanescente do Sítio Boa Vista, ao lado do Assentamento Milton Santos. Esse sítio já devia ter sido destinado à Reforma Agrária em 2006 quando o assentamento foi regularizado. Após 24 dias na área foi realizada uma também aterrorizante reintegração de posse. Ainda assim, as famílias se reorganizaram, continuaram lutando e ocuparam no último sábado (10-09) uma outra área desse mesmo sítio Bia Vista, que é propriedade do Governo Federal. O INCRA ainda não foi até o local e o poder público nada fez para buscar uma solução para o problema das famílias que não tem para onde ir e lutam por um pedaço de terra para plantar.
Pedimos aos apoiadores da nossa luta que visitem a ocupação e emitam declarações de solidariedade à ocupação e contra qualquer tipo de violência policial, seja física ou psicológica.
Mesmo com toda a repressão policial, não nos intimidaremos e continuaremos lutando pelo fim das injustiças e realização da reforma agrária na região.
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