Senador pede a Obama que deixe de censurar relatório sobre práticas da CIA. E acusa agência de chantagear próprio Legislativo
Por Conor Friedersdorf,
no The
Atlantic
Tradução: Cibelih Hespanhol
Publicado em 7 de março de 2014
O presidente dos EUA, Barack
Obama tem se empenhado a manter sigilo sobre tortura cometida pela CIA contra
prisioneiros. Isto está evidente no fato de um relatório de 6 mil páginas do Comitê
de Inteligência do Senado sobre o tema, segue suprimido, mesmo passados quinze
meses desde produzido, a custo de 40 milhões de dólares. E fica ainda mais
evidente se analisarmos uma carta escrita por um membro do comitê, Senador Mark
Udall, tendo como destinatária a Casa Branca. Suas afirmações são chocantes.
Udall reivindica a liberação do
relatório para o público, da forma mais completa e rápida possível. E também
mostra-se interessado em um específico relatório da CIA, que trate do caso de
tortura de prisioneiros. Sua carta sustenta os seguintes pontos:
Muitas das informações já dadas ao público
sobre o programa de tortura da CIA, assim como sua gestão e eficácia, são
“enganosas e imprecisas”
O próprio governo Obama retirou de sigilo e
permitiu a circulação de informações sobre tortura que “contêm caracterizações
imprecisas sobre os programas da CIA”.
A revisão interna da CIA sobre seu programa
de tortura contradiz o que foi dito ao comitê de supervisão.
Finalmente, e talvez mais
alarmante, Udall assim escreve de forma enigmática a Obama: “como vocês sabem,
a CIA tomou recentes medidas sem precedentes contra o Comitê, em relação à sua
revisão interna, e eu considero essas ações extremamente preocupantes, para o
controle de segurança do Comitê e para nossa democracia”.
O que significa para a CIA
tomar “medidas sem precedentes” sobre os órgãos parlamentares que deveriam
supervisioná-la?
Quando Udall diz ao presidente
que está ciente de que compartilham “um compromisso com a transparência e o
Estado de direito”, claramente dá muito crédito a Obama. Nos casos de tortura,
Obama violou a lei. E seu compromisso com a transparência é ilusório – na
verdade, ele acumulou um péssimo histórico neste quesito.
Mas Udall está certo ao dizer
que “o povo americano merece uma adequada e precisa contabilidade sobre a
história, gestão, operação e eficácia do programa de detenção e interrogatório
da CIA”. Continua sendo absurdo, no entanto, que Obama mantenha a permissão de
que a agência exposta no relatório possa continuar a suprimi-lo.
Fonte: Outras
Palavras
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