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sábado, 8 de março de 2014

CRIME SEM CASTIGO: Itaú sonegou R$18,7bilhões de impostos, mas ninguém é preso

Itaú sonegou R$18,7bilhões de impostos, mas ninguém é preso

A sonegação fiscal é crime contra a ordem tributária definido pela Lei nº. 8.137/90. No Brasil, todos os anos, pequenos empresários, comerciantes e cidadãos comuns são processados e presos por não declarar rendimentos. Mas quando o assunto é banqueiro aí ninguém vai preso. O Itaú Unibanco, maior instituição financeira privada do país, foi autuado pela Receita Federal a pagar R$18,7 bilhões referentes a impostos, contribuições e multas que a empresa deixou de recolher na operação de fusão do Itaú com o Unibanco, em 2008. Não satisfeito com o flagrante, o banco entrou com recurso na Delegacia Regional da Receita Federal, em São Paulo, contestando a infração.

O suposto crime cometido pelos donos do Itaú não é apenas de caráter tributário, mas principalmente social, pois o dinheiro que deveria ir para os cofres públicos deixa de ser utilizado em saúde, saneamento básico e educação para ir para o bolso dos sonegadores. Muitos brasileiros de baixa renda morrem nas filas dos hospitais por falta de atendimento digno causados pela corrupção e pela sonegação fiscal no país.


Brasil tem alíquota injusta que privilegia ricos



Além de pagar uma pesada carga tributária, o trabalhador médio brasileiro paga a mesma alíquota de um empresário ou banqueiro bilionário sem receber contrapartidas sociais e serviços públicos de qualidade condizente com os altos tributos.

Enquanto pessoa física, um trabalhador médio desconta no IR a mesma alíquota de um grande banqueiro ou do Eike Batista, ou seja, os mesmos 27%. Na Europa, os ricos pagam bem mais imposto, desafogando os mais pobres. Além disso, nos países desenvolvidos a população vê a aplicação dos impostos com educação, saúde e serviços públicos de qualidade, o que não ocorre em nosso país.

"Não é justo que um gerente de banco pague a mesma alíquota do Imposto de Renda do que é pago pelos donos do Itaú. O governo precisa ter em sua agenda uma reforma tributária que corrija esta distorção e não para apenas desonerar empresas sem contrapartidas sociais, como querem os empresários", afirma o diretor do Sindicato Ronald Carvalhosa.


Alíquotas máximas pagas no mundo*


País                       Alíquota máxima


Suécia                                 58,2%

Alemanha                         51,2%

Espanha                           48%

EUA                                 46,1%

Japão                              45,5%

Chile                               45%

Argentina                      35%

Brasil                             27,5%

 
* Na Europa são os mais ricos que pagam a alíquota máxima. Já no Brasil, a alíquota paga pelos empresários e milionários é a mesma do trabalhador médio: 27,5%.

Fonte: Bancário on line, publicado em 26 Agosto 2013

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