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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A ilusória emancipação por meio da tecnologia

Ilustração: Bennet

Recentemente, máquinas eletrônicas capazes de produzir objetos, tornaram-se acessíveis ao grande público. Elas suscitam paixões no seio de uma vanguarda, que enxerga na nova tecnologia o fermento de uma nova revolução industrial. Porém, essas ferramentas raramente são apresentadas no contexto que as viu nascer.

por Johan Soderberg*
07 de Janeiro de 2013

Esta seria a revolução industrial do século XXI: ferramentas permitem a partir de agora fazer em casa objetos que anteriormente tinham de ser comprados em lojas.1 Corte a laser, impressoras 3-D, máquinas de fresar com comando digital... essas máquinas seguem o mesmo princípio tecnológico: guiar os movimentos de um dispositivo mecânico com o auxílio de um software. As mais famosas entre elas funcionam como impressora, mas em três dimensões: passagem após passagem, um bocal se desloca em três eixos e sobrepõe camadas de material (geralmente uma resina sintética), seguindo um modelo digitalizado até obter o volume desejado. Do puxador da porta à bicicleta, os objetos assim produzidos se multiplicam.

Apesar de essa tecnologia dar ensejo a uma abundância de pequenas empresas inovadoras, seu desenvolvimento é essencialmente trabalho de amadores, que se definem como makers[fazedores]. Enraizados no mundo do software livre, eles aplicam seus valores e práticas aos mecanismos de produção. Para os mais radicais, a reapropriação das ferramentas pela população abriria caminho para uma “democratização” da produção industrial, tendo em mira a abolição da sociedade de consumo. Outros esperam reduzir os custos do trabalho e, assim, tornar obsoleto o movimento de deslocalização [outsourcing] da produção industrial para os países do Terceiro Mundo.2 Esse ponto de vista, mais próximo dos círculos de negócios, é particularmente expresso pela revista especializada Make[Fabrique], que, entre outras atividades, organiza a cada ano a “feira do maker”, em várias cidades importantes dos Estados Unidos.

No entanto, é suficiente andar pelos corredores desse salão para constatar uma certa dissonância no seio da revolução anunciada. Entre as numerosas atrações propostas em sua edição de 2011, em Nova York, era possível visitar a Print-Village [Vila da Impressão]: cerca de vinte estandes dedicados à impressora 3-D Rep-Rap e a seus muitos derivados (emblema desse movimento, a Rep-Rap é capaz de imprimir a maior parte de seus componentes, e pode assim se “autorreplicar”).



Detectar trabalhadores preguiçosos

Não muito longe dali, um pavilhão bem mais imponente propunha várias exposições em torno de máquinas de controle digital (CNC) sofisticadas. Orgulhosamente ostentando as três cores da bandeira norte-americana, um estande se destacava: o da aliança de artesãos americanos (AAM), membro do sindicato de trabalhadores do aço United Steelworkers (USW). Ali, os visitantes eram estimulados a defender os empregos, comprando produtos nacionais. Uma recepcionista, que distribuía broches com os dizeres “Fabrique-os nos Estados Unidos”, teve de admitir a ironia que havia no fato de ela estar naquele pavilhão. Na verdade, as máquinas expostas no estande vizinho eram as descendentes diretas de uma tecnologia que permitira a destruição dos empregos industriais.

Foi no contexto da Guerra Fria que surgiram as máquinas CNC. Seu desenvolvimento, explica o historiador David Noble,3 foi financiado em parte por contratos militares. Essencial na rivalidade com o sistema soviético, essa tecnologia também tinha por objetivo desarmar um inimigo interno: os sindicatos militantes, que tiravam sua força do conhecimento detido pelos trabalhadores. Conforme descrito sem rodeios por Frederick W. Taylor em seu Princípios da gestão científica de empresas, publicado em 1911, “o gestor assume [...] a tarefa de compilar todo o conhecimento e as habilidades tradicionais, que no passado pertenceram aos trabalhadores; classificar, indexar e reduzir esse conhecimento a um conjunto de regras, leis e fórmulas que vão constituir uma grande contribuição para os trabalhadores na realização diária de suas tarefas”. As páginas anteriores a essa passagem descrevem diferentes métodos pelos quais os trabalhadores poderiam enganar os empregadores, fazendo-os acreditar que estavam trabalhando a toda velocidade.

Para detectar os funcionários preguiçosos e desonestos, Taylor propunha a criação de um índice de desempenho médio, que serviria de ponto de comparação. Mas os engenheiros necessários para medir a produtividade eram caros, e os trabalhadores rapidamente aprenderam a enganá-los também... No entanto, a conformidade prometida pela reorganização do trabalho poderia ser obtida de outra forma: incorporando o controle à maquinaria. No início do século XIX, o matemático britânico Charles Babbage tinha preparado – depois de observar numerosas áreas da indústria – um catálogo de mecanismos engenhosamente concebidos para garantir a honestidade dos empregados domésticos e trabalhadores, na ausência de seu mestre, e ostentava “uma vantagem notável das máquinas”: a “supervisão que elas exercem sobre a desatenção, a negligência e a preguiça do homem”.4 Esse é o mesmo Babbage que mais tarde seria chamado de “pai do computador”, porque imaginou as primeiras máquinas de calcular, aí incluída a “máquina analítica”, que usava os mesmos cartões perfurados que iríamos encontrar um século depois nas máquinas CNC.

“Toda a dificuldade da automação”, assinala Noble, “é tornar a máquina-ferramenta autônoma – isto é, capaz de seguir as instruções especificadas pela gestão sem a intervenção de operários – sem comprometer sua indispensável versatilidade. [...] Daí o papel da programação, que permitia, pelo uso de softwares variáveis, modificar um produto sem depender de operadores para transformar a ferramenta ou ajustar sua configuração.” Os engenheiros viram chegar mais perto seu sonho quimérico de uma fábrica totalmente automatizada. Motivações adicionais impulsionavam o desenvolvimento de máquinas de comando digital: a necessidade de fabricar peças que não poderiam ser facilmente construídas à mão, o desejo de aumentar a produtividade e as perspectivas de se abrir à realização de visões tecno-utópicas dos pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), principais desenvolvedores de softwares e hardwares. No entanto, argumenta Noble, havia outras pistas, cujas consequências para os trabalhadores poderiam se mostrar muito diferentes, mas que foram descartadas de propósito.5

É preciso uma ocultação da história industrial dessas ferramentas para autorizar as divagações que rodeiam a promoção comercial da impressora 3-D MakerBot, e segundo as quais essa “revolução” permitirá aos trabalhadores norte-americanos demitidos reencontrar um emprego criativo e inovador convertendo-se de novo em makers independentes. Talvez a fabricação individual lhes permita, de fato, retomar o contato com o know-how e a criatividade. Mas isso é esquecer que os empregos nas fábricas nem sempre foram embrutecedores. E, paradoxalmente, foi essa mesma tecnologia – que, segundo alguns, contribuiria para reintroduzir profissões na competência da economia – que tornou o trabalho nas fábricas tão desmoralizante.

Os makersnão são os herdeiros do movimento operário – são antes o resultado histórico danegaçãodesse movimento. Assim, uma série de figuras bem conhecidas do movimento maker vem do MIT, o instituto que desempenhou papel fundamental na criação das máquinas CNC. Essa raiz histórica aparece como uma “repressão” do movimento: uma memória que ressurgiu em diferentes formas discordantes, desarticuladas, traumatizadas. Uma prova é o investimento estético do qual são encarregadas, de maneira quase obsessiva, as paisagens de ruínas e os terrenos industriais. Detroit, a antiga capital norte-americana do automóvel, transformou-se a contragosto em símbolo da desindustrialização. Esse lugar aparece o tempo todo na revista Makee nos blogs desse movimento.6

Essa digressão na história da produção é uma reminiscência daquela da propriedade intelectual nas grandes empresas. Depois de ter descascado muitos relatórios de processos envolvendo empregadores e empregados sobre a questão da propriedade das ideias, a jurista Catherine Fisk foi capaz de colocar em evidência um mesmo tipo de deslocamento do conhecimento. Até o início do século XIX, não havia nenhuma dúvida de que todas as invenções que emanavam do trabalho dos operários pertenciam a estes últimos. O conhecimento adquirido no local de trabalho estava à disposição deles quando postulavam outro emprego. As tentativas dos patrões de se tornarem proprietários das faculdades mentais dos trabalhadores livres, competentes e, sobretudo, brancos eram frequentemente rejeitadas pelos tribunais: essa exigência era semelhante à escravidão. Mas, quando o conhecimento se tornou codificado, a relação de forças começou a se inverter em favor das empresas, que, nos tribunais, conseguiram se apropriar completamente das ideias dos funcionários.7

O movimento atual de experimentação de abordagens alternativas ao direito autoral – um software livre para o compartilhamento das obras artísticas em “creative commons” – se inscreve nesse contexto da história do trabalho. Alguns pesquisadores estão preocupados com os efeitos potencialmente desastrosos das plataformas de trabalho abertas que poderiam, em alguns casos, levar os trabalhadores à autoexploração − uma profecia que se realiza, por exemplo, em certas empresas que se baseiam no modelo do “apelo à multidão” (crowdsourcing) para analisar ou constituir dados.8 O rendimento médio de um “empregado” do site de crowdsourcing da Amazon, por exemplo, que consiste em identificar objetos ou pessoas em fotografias, se elevaria a US$ 1,25 por hora!9

Redução dos salários

A importância das impressoras 3-D deve ser considerada nesse contexto, em especial na medida em que seus promotores pretendem mudar o mundo do trabalho. Os makersestão realmente planejando “linhas de produção”, formadas pela colocação em rede de um parque de máquinas individuais apoiadas na mesa da cozinha de trabalhadores informais. Não haveria aí o risco de desencadear uma queda maciça dos salários na indústria? O instigador do projeto “Rep-Rap”, Adrian Bowyer, que impulsionou o boomdas impressoras 3-D, teoriza que “não seria uma má notícia para os trabalhadores, pois eles não precisariam mais comprar tantos produtos nas lojas”.10 Essa é a questão de uma luta social para a redistribuição da riqueza em um futuro no qual a fabricação digital será distribuída entre a população. A contestação da distribuição da riqueza se desloca, indo da produção para os consumidores, e para as ferramentas colocadas à sua disposição. Mas o design dessas ferramentas é tema do mesmo tipo de confronto que a CNC enfrentou nas fábricas em sua época.

Enquanto alguns makersabraçam os ideais de uma produção solidária, empresários, investidores e advogados de propriedade intelectual colocam todo seu peso no desenvolvimento de máquinas que correspondem a uma visão diametralmente oposta. Eles planejam produtos “prontos para imprimir”, que serão comprados como bens de consumo; a própria máquina só poderá fabricar objetos previstos no catálogo. Mais uma vez, a propriedade intelectual se encontra intimamente ligada à questão da remuneração, mesmo que sua história de conflitos tenha sido reprimida tanto no movimento makerquanto nas reflexões sobre software livre. Será preciso voltar à declaração dos direitos tecnológicos dos trabalhadores, proposta em 1981 pela Associação Internacional de Maquinistas (IAM)? Escrita em um contexto no qual máquinas controladas por computador estavam sendo introduzidas na indústria, ela afirmava que “as novas tecnologias de automação e as ciências nas quais elas se baseiam são o produto de uma acumulação global de conhecimento ao longo de vários séculos. Portanto, os trabalhadores e suas comunidades têm o direito de participar das decisões e dos benefícios relacionados a esses avanços”.

*Sociólogo do Instituto Île-de-France de Pesquisa, Inovação e Sociedade (Ifris) e do Laboratório Técnicas, Territórios e Sociedades (Latts) da Universidade de Paris-Est.

1 The Economist, Londres, 21 abr. 2012. Ler também Sabine Blanc, “Demain, des usines dans nos salons” [Amanhã, fábricas em nossas salas], Le Monde Diplomatique, jun. 2012.
2 Laurent Carroué, “Industrie, socle de la puissance” [Indústria, base do poder], Le Monde Diplomatique, mar. 2012.
3 David Noble, Forces of production. A social history of industrial automation [Forças de produção. Uma história social da automação industrial], Oxford University Press, 1986.
4 Charles Babbage, Traité sur l’économie des machines et des manufactures [Tratado sobre a economia das máquinas e das manufaturas], Bachelier, Paris, 1833.
5 Philip Scranton, “The shows and the flows: materials, markets, and innovation in the US machine tool industry, 1945-1965” [As mostras e os fluxos: materiais, mercados e inovação na indústria de maquinaria nos EUA, 1945-1965], History and Technology, vol.25, n.3, 2009.
6 Sara Tocchetti, “DIYbiologists as ‘makers’ of personal biologies: how MAKE magazine and maker faires contribute in constituting biology as a personal technology” [Biólogos DIY como makers de biologias pessoais: como a revista Make e as feiras de makers contribuíram para constituir a biologia como uma tecnologia pessoal], Journal of Peer Production, n.2, 2012; Steven C. High e David W. Lewis, Corporate wasteland: the landscape and memory of deindustrialization [A terra devastada corporativa: a paisagem e a memória da desindustrialização], ILR Press, Ithaca, 2007.
7 Catherine Fisk, Working knowledge: employee innovation and the rise of corporate intellectual property, 1800-1930 [Conhecimento do trabalho: inovação dos empregados e o surgimento de uma propriedade intelectual corporativa, 1800-1930], University of North Carolina Press, Chapel Hill, 2009.
8 Ler Pierre Lazuly, “Télétravail à prix bradés sur Internet” [Teletrabalho a preços baixos na internet], Le Monde Diplomatique, ago. 2006.
9 Lilly Irani, “Microworking the crowd” [Microtrabalho na multidão], Limn 2, 2012. Disponível em: .10 Entrevista com o autor.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Igreja admite que a teoria de Darwin é verdadeira


Após todas as pressões impostas pelo acúmulo de evidências (distribuição geográfica dos animais, DNA, seleção artificial, fósseis e mais fósseis, idade real da Terra - 4,5 Bilhões de Anos - etc.), a  Igreja teve que admitir que as espécies evoluíram de um ancestral comum. No entanto, a Igreja ainda se defende dizendo que, todavia, Deus criou a origem de tudo.....

Resgate da História e memória não oficiais das Ligas Camponeses


O Memorial


Fundada em 2006, e com sede no Povoado de Barra de Antas, município de Sapé – PB, a ONG MEMORIAL DAS LIGAS CAMPONESAS nasce do empenho de um coletivo formado por Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo, com a efetiva colaboração de agentes pastorais (principalmente da CPT), de militantes de movimentos sociais populares do campo, de professores e estudantes extensionistas ligados à UFPB e de outros profissionais comprometidos com a causa camponesa, tendo como objetivos, entre outros:

* Preservar a memória histórica das Ligas Camponesas – seus fundadores, seus protagonistas, sua trajetória de lutas, seu legado de combatividade e de esperança.
* Pesquisar, registrar, socializar e debater percursos biográficos de lideranças das Ligas Camponesas, bem como das lutas e conquistas coletivas, na região.
* Sensibilizar os Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo, em especial as novas gerações dos Acampamentos e Assentamentos da Reforma Agrária, a partir dos trabalhos de Educação Popular e de Extensão Popular, realizados em dezenas de Assentamentos da região, a começar pelo Acampamento de Barra de Antas, no município de Sape – PB, em vista do efetivo compromisso com a promoção e solidariedade com a causa camponesa.
* Priorizar o processo de formação contínua dos Trabalhadores e Trabalhadoras, tanto do ponto de vista formal (por ex.: por meio da criação, em Barra de Antas, de uma unidade Escola Família Agrícola) e não-formal, sempre no horizonte da integralidade e da construção de uma nova sociedade, de modo contínuo e alternativo aos valores dominantes.
* Firmar parcerias com coletivos nordestinos envolvidos com pesquisas e estudos que priorizem saberes e práticas camponesas de convivência com o semiárido;
* Promover, apoiar e subsidiar as iniciativas de lutas das Trabalhadoras e dos Trabalhadores do Campo, das Águas e das Florestas, em defesa de seus direitos e do respeito à dignidade da Mãe-Terra.

Sobretudo nos últimos anos, a ONG MEMORIAL DAS LIGAS CAMPONESAS vem se empenhando mais diretamente em assegurar as seguintes atividades:

* Gravação de dezenas de entrevistas com Trabalhadores e Trabalhadoras que participaram ou que conheceram, de algum modo, a trajetória de João Pedro Teixeira e as lutas camponesas das Ligas, na Paraíba. Gravações feitas, em sua quase totalidade, por Irmã Tonny (Antônia Van Ham), posteriormente convertidas em livro, organizado pela Irmã Tonny e outras pessoas, intitulado Memórias do Povo: João Pedro Teixeira e as Ligas Camponesas da Paraíba – deixem o povo falar. João Pessoa: Ideia, 2005.
As comemorações anuais, a cada dia 2 de abril (data do assassinato de sua figura de maior referência – JOÃO PEDRO TEIXEIRA -), oportunidade em que também se faz memória e se presta homenagem, não apenas a João Pedro, como também a outras figuras emblemáticas das Ligas (João Alfredo, Pedro Fazendeiro, Elizabeth Teixeira), bem como a tantos outros lutadores e lutadoras do Povo que contribuíram – não poucos, com sua própria vida! – para a defesa e promoção da causa camponesa, na Paraíba, no Nordeste, no Brasil e no mundo.
* Luta e conquista (ainda com pendência jurídica) da desapropriação de 7 hectares, no Povoado Barra de Antas, área em que se encontra a casa em que moraram João Pedro Teixeira e Elizabeth Teixeira e seus onze filhos e filhas;
A luta e solidariedade aos Trabalhadores e Trabalhadoras do Acampamento de Barra de Antas (próximo à casa em que moraram João Pedro e família), que vivem acampados há 14 longos anos, em função do extremamente moroso processo de desapropriação da área ocupada;
* Luta pelo tombamento da referida casa de João Pedro e família;
* Organização e divulgação do acervo sobre as Ligas Camponesas e seus protagonistas;
* Sequência de passos visando à criação, no local desapropriado, de uma unidade da conhecida proposta “Escola Família Agrícola” (EFA), com a participação ativa do conjunto dos Trabalhadores e Trabalhadoras da região;
* Esforço de dotar a referida área da necessária infraestrutura, inclusive de acesso ao local;
* Exercitar o debate contínuo e estimular o intercâmbio com outras organizações camponesas da região e do país, também por meio da internet.
Contato (e-mail) e site da Ligas Camponesas.org

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Hoje na História


28/01/1942
Morre, na URSS, a revolucionária carioca Laura Brandão. Ela foi deportada do Brasil por Vargas em 1931 por ser comunista. No Rio, era presença diária nas portas de fábricas e na formação de trabalhadores. Na URSS, trabalhou na Rádio Moscou e lutou até o fim contra os nazistas que cercavam a cidade.
(Fonte: AGENDA NPC 2011 - MULHERES)

Cuba cria quatro vacinas contra o cancer: uma lição aos laboratórios farmaceuticos


Que Cuba haya desarrollado ya cuatro vacunas contra diferentes tipos de cáncer es sin duda una noticia importante para la Humanidad (1), si tenemos en cuenta que, según la Organización Mundial de la Salud, cada año mueren en el mundo, por esta enfermedad, cerca de 8 millones de personas (2).

José Manzaneda*
27-01-2013

Sin embargo, los grandes medios internacionales la han ignorado casi por completo.

En 2012 Cuba patentaba la primera vacuna terapéutica contra el cáncer de pulmón avanzado a nivel mundial, la CIMAVAX-EGF (3). Y en enero de 2013 se anunciaba la segunda, la llamada Racotumomab (4). Ensayos clínicos en 86 países demuestran que estas vacunas, aunque no curan la enfermedad, consiguen la reducción de los tumores y permiten una etapa estable de la enfermedad, aumentando esperanza y calidad de vida.

El Centro de Inmunología Molecular de La Habana, perteneciente al Estado cubano, es el creador de todas estas vacunas. Ya en 1985 desarrolló la vacuna de la meningitis B (5), única en el mundo, y más tarde otras, como las que combaten la hepatitis B o el dengue (6). Además, investiga desde hace años para desarrollar una vacuna contra el VIH-SIDA (7). Otro centro estatal cubano, los laboratorios LABIOFAM, desarrolla medicamentos homeopáticos también contra el cáncer: es el caso del VIDATOX, elaborado a partir del veneno del alacrán azul (8).

Cuba exporta estos fármacos a 26 países, y participa en empresas mixtas en China, Canadá y España (9). Todo esto rompe completamente un estereotipo muy extendido, reforzado por el silencio mediático acerca de los avances de Cuba y otros países del Sur: que la investigación médico-farmacéutica de vanguardia se produce solo en los países llamados “desarrollados”.

Indudablemente, el Estado cubano obtiene un rendimiento económico de la venta internacional de estos productos farmacéuticos (10). Sin embargo, su filosofía de investigación y comercialización está en las antípodas de la práctica empresarial de la gran industria farmacéutica.

El Premio Nobel de Medicina Richard J. Roberts denunciaba recientemente que las farmacéuticas orientan sus investigaciones no a la cura de las enfermedades, sino al desarrollo de fármacos para dolencias crónicas, mucho más rentables económicamente (11). Y señalaba que las enfermedades propias de los países más pobres –por su baja rentabilidad- sencillamente no se investigan. Por ello, el 90% del presupuesto para investigación está destinado a las enfermedades del 10% de la población mundial.

La industria pública médico-farmacéutica de Cuba, aún siendo una de las principales fuentes de divisas para el país, se rige por principios radicalmente opuestos.

En primer lugar, sus investigaciones van dirigidas, en buena parte, a desarrollar vacunas que evitan enfermedades y, en consecuencia, aminoran el gasto en medicamentos de la población. En un artículo en la prestigiosa revista Science, los investigadores de Universidad de Stanford (California) Paul Drain y Michele Barry aseguraban que Cuba obtiene mejores indicadores de salud que EEUU gastando hasta veinte veces menos (12). La razón: la ausencia –en el modelo cubano- de presiones y estímulos comerciales por parte de las farmacéuticas, y una exitosa estrategia de educación de la población en prevención de salud.

Además, las terapias naturales y tradicionales –como la medicina herbolaria, la acupuntura, la hipnosis y muchas otras-, prácticas poco rentables para los fabricantes de medicamentos, están integradas desde hace años en el sistema de salud pública gratuita de la Isla (13).

Por otro lado, en Cuba los fármacos son distribuidos, en primer lugar, en la red hospitalaria pública nacional, de forma gratuita o altamente subsidiada -precisamente- gracias a los ingresos en moneda fuerte por sus exportaciones (14).

La industria farmacéutica cubana, además, apenas destina presupuesto al gasto publicitario que, en el caso de la multinacionales, es superior incluso al invertido en la propia investigación (15).

Por último, Cuba impulsa la producción de fármacos genéricos que pone a disposición de otros países pobres y de la Organización Mundial de la Salud, a un precio muy inferior al de la gran industria mundial (16).

Pero estos acuerdos, ajenos a las reglas del mercado, generan fuertes presiones desde la industria farmacéutica. Recientemente, el Gobierno de Ecuador anunciaba la compra a Cuba de un número importante de medicamentos, en “reciprocidad” por la becas a estudiantes ecuatorianos en la Isla y por el apoyo de especialistas cubanos en el programa “Manuela Espejo” para personas discapacitadas (17). Las protestas de la Asociación de Laboratorios Farmacéuticos Ecuatorianos se convirtieron de inmediato en campaña mediática, difundiendo el mensaje de la supuesta mala calidad de los fármacos cubanos (18).

Por otro lado, numerosos analistas ven detrás del golpe de estado de Honduras, en 2009, a la gran industria farmacéutica internacional, ya que el gobierno del depuesto Manuel Zelaya, en el marco del acuerdo ALBA, pretendía sustituir la importación de medicamentos de las multinacionales por los genéricos cubanos (19).

El bloqueo de EEUU a Cuba impone importantes obstáculos para la comercialización internacional de los productos farmacéuticos cubanos, pero también perjudica directamente a la ciudadanía de EEUU. Por ejemplo, las 80.000 personas diabéticas que sufren en este país, cada año, la amputación de los dedos de sus pies, no pueden acceder a la vacuna cubana Heperprot P, que precisamente las evita (20).

El Premio Nobel de Química Peter Agre afirmaba recientemente que "Cuba es un magnífico ejemplo de cómo se pueden integrar el conocimiento y la investigación científica" (21). Irina Bokova, directora general de la UNESCO, decía sentirse “muy impresionada” con los logros científicos de Cuba y mostraba la voluntad de esta organización de Naciones Unidas en promoverlos en el resto del mundo (22). La pregunta es inevitable: ¿contará con la colaboración imprescindible de los grandes medios internacionales para difundirlos?
*Coordinador de Cubainformación.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Líder do MST é assassinado a tiros no norte fluminense


26 de Janeiro de 2013

O agricultor Cícero Guedes dos Santos, um dos principais dirigentes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em Campos dos Goytacazes, no Estado do Rio de Janeiro, foi encontrado morto a tiros na manhã deste sábado, informou a organização.
O corpo de Guedes, com marcas de tiro na cabeça e nas costas, foi achado em uma estrada rural de Campos, no norte fluminense, em um local próximo ao Assentamento Oziel Alvez, acampamento do MST onde era o principal coordenador.
O dirigente rural, de 43 anos e que tinha cinco filhos, foi visto pela última vez na tarde de ontem, quando saiu de bicicleta do assentamento, onde estão concentradas as famílias do MST que ocuparam a Usina Cambahyba, um engenho de açúcar desativado composto por sete fazendas e com 3,5 mil hectares de extensão.
A organização ocupou a propriedade rural depois de ser improdutiva para pressionar o governo a expropiá-la e incluí-la nos programas de reforma agrária.
Apesar de ter sido beneficiado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em 2002 com um lote de terra no assentamento Zumbi dos Palmares, também em Campos de Goytacazes e onde cultivava banana e legumes, Guedes se manteve ativo como militante dos sem-terra e liderava as famílias que aguardam a desapropriação da Usina Cambahyba.
Segundo o MST, pelas técnicas agrícolas sustentáveis que utilizava em seu lote, Guedes era considerado uma referência em conhecimento agroecológico tanto pelos militantes da organização como por estudantes e professores da Universidade do Norte Fluminense (Uenf) com os quais colaborava.
De acordo com o Movimento, o Incra já se comprometeu a criar um assentamento para beneficiados da reforma agrária na Usina mas até agora não iniciou o processo de desapropriação das terras.
"A morte da companheiro Cícero é resultado da violência do latifúndio, da impunidade das mortes dos Sem Terra e da lentidão do Incra para assentar as famílias e fazer a Reforma Agrária", criticou o Movimento em comunicado.  "O MST exige que os culpados sejam julgados, condenados e presos", acrescenta o texto.
Segundo as estatísticas da Comissão Pastoral da Terra (CPT), apesar do número de mortes por disputas de terra no Brasil terem caído das 73 registradas em 2003 para 29 em 2011, o número de conflitos aumentou.
De acordo com a última edição do relatório "Conflitos no Campo no Brasil" da CPT, o número de conflitos por terra, pelo acesso à água ou pelo trabalho forçado rural passou de 1.186 em 2010 a 1.363 em 2011 e o número de camponeses ameaçados de morte subiu de 125 a 347 no mesmo período.
Em 2011, depois do assassinato seguido de seis líderes ambientais e camponeses em diferentes estados amazônicos, a presidente Dilma Rousseff anunciou o envio de uma força conjunta de militares e policiais às zonas consideradas de risco, assim como proteção para os ameaçados de morte.

UMA HOMENAGEM TARDIA PARA O COMPANHEIRO CÍCERO

Escrevo como uma homenagem tardia, mas também como forma de apaziguar o meu espírito que se remoi por não estar nesse momento cercada pelos muitos companheiros e companheiras diante da tristeza e dor pelo assassinato do companheiro Cícero. Nunca vivenciei de forma tão opressiva o distanciamento entre corpo e coração: se meu corpo permanece no Rio de Janeiro meu coração encontra-se em campos, dolorido e solidário à família de Cicero. Peço então aos que puderem que encaminhem para a família de Cícero esta homenagem como um pedido de desculpas meu...envergonhado pela minha ausência, na esperança de que o desejo de estar presente supere distâncias...

Não cheguei a tempo de me deslocar para Campos, assim escrevo marcada por profunda tristeza de não poder prestar essa homenagem ao Cícero e com o opressivo sentimento de impotência diante da certeza de que um gesto como esse, tão ignóbil, tão torpe como o assassinato de um homem, cuja vida se voltava para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna, mesmos as palavras silenciam por vergonha!

Conheci Cícero na luta por conquistarmos a Usina improdutiva Cambahyba e já se passaram um pouco mais de 1 década em que as muitas famílias de sem terra esperam essa desapropriação, o que demonstra que o tempo é uma estrada com muitos caminhos e o nosso judiciário, no que se refere em garantir justiça para os deserdados da terra, escolhe sempre o caminho mais longo, quando não resolve parar no meio do caminho.

Uma das características mais marcantes de Cícero, pelo menos para mim, era justamente sua voz. Grossa e potente. É que habitualmente falo alto e assim sempre me alegra encontrar irmãos e irmãs que compartilham dessa incontinência vocal. Mas Cícero, com certeza, me ganhava.

Muitas marchas foram embaladas por palavras de ordem entoadas pelo Cícero e nós, caminhantes da terra, sabemos o quão bem faz ter ao lado um companheiro que seja capaz de levantar, mais do que a poeira da terra, os nossos ânimos. E era isso que Cícero fazia com grande maestria. Embalava como ninguém as nossas caminhadas.

Mas é preciso que se diga: o fantástico na potência da voz de Cícero não era um produto de um dom particular do seu timbre, mas sim a certeza de que Cícero trazia dentro de si muitas vozes. Cícero era nosso caleidoscópio vocal!

Não falava por si e sim por muitos, milhares. Sua força derivava disso, de uma generosidade que o fazia emprestar sua voz para todos os que pela opressão da miséria, da injustiça acabam silenciando no desespero, restando-lhes apenas um sopro de vida. Cícero sabia a importância do falar, do gritar na vida dos injustiçados, pois seja narrando nossas histórias, seja gritando palavras de ordem espantamos os inimigos da vida, da esperança, da justiça.

Cícero foi silenciado, mas de forma diversa do que esperam seus assassinos - e não se iludam nós sabemos quem são: os mesmos vermes da história que por séculos mantêm para si enormes extensões de terra cujo único fim está em especular, parasitas cuja única atividade de exploração não é a da terra, mas sim dos homens e mulheres que sobre ela estão -, o silêncio de Cícero será temporário.

As muitas vozes que seu corpo carinhosamente guardava estão agora soltas levadas pelo vento e como sementes pousarão na terra, tão amada por Cícero, e germinarão em muitas outras vozes e um grito se ouvirá saindo da terra, ensurdecedor, fazendo estremecer em qualquer parte do mundo um latifundiário, que pense ser possível ignorar os deserdados da terra, os milhares de sem terra, de quilombolas, de indígenas e tantas identidades, que como diz a canção “põe com carinho a semente pra alimentar a nação”, que ouse se esconder no argumento da legalidade:

CICERO VIVE...ETERNAMENTE!

Fernanda Maria Vieira
Mariana Criola

Assentamento Milton Santos: uma aula de política aos lutadores do Brasil


Discurso de solidariedade do Prof. Lúcio Flavio Rodrigues de Almeida, sociólogo e professor da PUC-SP, para com a luta dos assentados do Milton Santos ameaçados de despejo.

Brasil: recordes de arrecadação...

E miserê na Educação, na Saúde, na Segurança....

Estados Unidos planejam ataque cirúrgico contra o Irã, afirma Israel

Ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, em declarações
 ao portal de noticias estadunidense The Daily Beast.

Publicado em 26/01/13

RIA Novosti – EEUU podría realizar una operación de precisión “quirúrgica” contra Irán, si las sanciones internacionales no frenan el avance de los iraníes hacia las armas nucleares, dijo el ministro de Defensa israelí, Ehud Barak, en declaraciones al portal de noticias estadounidense The Daily Beast.

A petición de la Casa Blanca, “el Pentágono preparó bisturíes bastante sofisticados y finos, extremadamente finos, así que no es la disyuntiva entre una guerra a gran escala o el fracaso en los intentos de parar a Irán; es posible a fin de cuentas realizar una operación quirúrgica si lo malo deriva en lo  peor”, afirmó Barak, entrevistado en los pasillos del Foro Económico Mundial en Davos, Suiza.

El ministro opina que una operación así retrasaría a los iraníes por mucho tiempo y, tal vez, les convencería de que el mundo está resuelto a pararles.

“Preferiríamos, por supuesto, que la diplomacia fuera suficiente para lograrlo, para despertar un día y ver que la Primavera Árabe ya habla el idioma persa e invadió las calles de Teherán pero no podemos construir un plan sobre ello”, dijo.

En su entrevista, Barak defendió la necesidad de endurecer las sanciones internacionales contra Irán, incluida la introducción de una especie de “cuarentena” sobre importaciones y exportaciones. Al propio tiempo, reconoció que tales medidas difícilmente doblegarían a los iraníes ni pasarían en el Consejo de Seguridad de la ONU debido al rechazo de Rusia y China.

Israel, EEUU y varias naciones de Occidente sospechan que Irán enriquece uranio al 20% con el objetivo de fabricar armas nucleares. Irán sostiene que su programa de energía atómica persigue fines exclusivamente civiles.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

POR EL RESPETO A LA VERDAD Y A LA DIGNIDAD DE LAS PERSONAS

Diante da montagem falseadora e manipuladora de informações pelo jornal espanhol El Pais, exibindo a imagem de um  enfermo desconhecido como se fosse a do Presidente da Venezuela Hugo Chávez, a Red de Intelectuales y Artistas en Defensa de la Humanidad publica, em escala internacional, nota denunciando a postura irresponsável e desrespeitosa contra a opinião pública e em relação ao enfermo que ela expõe. Segue a nota com a assinatura de alguns subscreventes.

DECLARACION DE LA RED DE INTELECTUALES Y ARTISTAS EN DEFENSA DE LA HUMANIDAD


La Red de Intelectuales y Artistas en Defensa de la Humanidad repudia de la manera más enfática la conducta irresponsable e irrespetuosa del periódico “El País” de España, al publicar en primera página una fotografía de un paciente en situación delicada como correspondiente al Presidente de Venezuela, Hugo Chávez Frías. Con esta nueva acción, que se suma a las constantes agresiones mediáticas que vienen produciéndose desde España y Estados Unidos, con réplicas sincronizadas y multi-presentes en Latinoamérica, “El País” se coloca en franca y deliberada posición desestabilizadora contra la revolución bolivariana y su líder el Presidente Chávez.

La Red de Intelectuales y Artistas en Defensa de la Humanidad alerta una vez más sobre la amenaza que representa para las democracias, el papel de “partido político embozado” que están jugando hoy muchas empresas de comunicación social. La libertad de información no puede estar por encima del respeto a la dignidad y autodeterminación de los pueblos, y mucho menos por encima del respeto a la propia condición humana. En el uso -y abuso- que estos medios hacen de los permisos y concesiones dadas por los pueblos respecto a los espacios radio-eléctrico y editorial de cada país, son ya muchos los casos tipificables como “instigación a la violencia”, al magnicidio, y hasta de “traición a la patria”; escondidos estos perversos intereses tras la llamada libertad de expresión. Es preciso mantenerse muy alertas ante incursiones nuevas de una guerra psicológica y desestabilizadora que viene cobrando fuerza y ampliándose, con la clara intención de revertir los procesos liberadores que están dándose en América Latina y otras regiones del mundo. A esta pretensión de dominio y de impunidad que se disfraza de libertad de expresión, jamás debemos acostumbrarnos. Es nuestro deber desenmascararla y ponerla en su justo lugar.

La Red de Intelectuales y Artistas en Defensa de la Humanidad llama a todos los ciudadanos de buena fe, a los trabajadores, a los estudiantes, a los obreros, a los campesinos y a los movimientos sociales que anhelan la paz, la justicia, la democracia y la soberanía, a  manifestarse y repudiar en, todos los foros posibles, las agresiones contra los pueblos y la dignidad de las personas que vienen desarrollando, a través de los llamados “medios de comunicación”, los centros imperiales de poder y los sectores más radicalizados de las oligarquías nacionales.

Hacemos un llamado para que los Presidentes de los países miembros de la CELAC emitan una condena firme contra toda forma de agresión mediática contra los pueblos y contra sus gobiernos democráticos. Pedimos que se llame, de manera inmediata, a la actualización y consolidación jurídica, política, educativa y cultural de un Nuevo Orden Emancipador para la Comunicación en Latinoamérica y el Caribe.

István Meszáros, Hungría;  Miguel Barnet, Cuba; Alfonso Sastre, España; Padre Miguel d'Escoto, Nicaragua; Ignacio Ramonet, España/Francia, Luis Britto García, Venezuela; Fernando Martínez Heredia, Cuba; Rafael Cancel Miranda, Puerto Rico; Atilio Borón, Argentina; Rev. Raúl Suárez, Cuba; Daniel Viglietti, Uruguay; Andy Montañez, Puerto Rico; Andrés Sorel, España; Eduardo Torres Cuevas, Cuba; François Houtart, Bélgica; Pablo Armando Fernández, Cuba; Osvaldo Martínez, Cuba; Stella Calloni, Argentina; Luciano Vasapollo, Italia; Luis Carbonell, Cuba; Carmen Bohórquez, Venezuela; Héctor  Díaz-Polanco, México; Sergio Arria, Venezuela; Franz Hinkelammert, Alemania/C.Rica;  Martín Almada, Paraguay; Carlos Fernández Liria, España; Carlos Molina, El Salvador; Ricardo Flecha, Paraguay; Luis Alegre Zahonero, España;  Ana María Pellón, Cuba; Félix Valdéz, Cuba; Yohanka León, Cuba; Adalberto Álvarez, Cuba; Fernando Buen Abad, México; Gilberto López y Rivas, México; Hugo Moldiz, Bolivia; Marilia Guimaraes, Brasil; Ana Esther Ceceña, México; Hildebrando Pérez Granda, Perú; Carlo Frabetti, Italia/España; Salim Lamrani, Francia; Fernando Rendón, Colombia; Hernando Calvo Ospina, Colombia/Francia; Fidel Barbarito, Venezuela; Francisco Sesto, Venezuela; Martín Guédez, Venezuela. Siguen más firmas.

Haiti: a recolonização

Foto: ponteeuropa.blogspot.com

Aznar comienza a ejercer como asesor de Haití

17.01.13 - 10:52
PUERTO PRÍNCIPE

Martelly ha fichado al expresidente para temas relacionados con el fortalecimiento institucional
Forma parte de un consejo en el que están otros exmandatarios como Clinton o Uribe
El expresidente del Gobierno de España José María Aznar inició su labor como asesor de Haití en materia de fortalecimiento institucional con una reunión con el presidente de ese país, Michel Martelly. Una fuente del servicio de comunicación internacional de la Presidencia de Haití dijo que el encuentro tuvo lugar ayer y resaltó que el objetivo de la visita de Aznar al país antillano es "aportar su experiencia" en el campo institucional.
Aznar forma parte del Consejo Consultivo Presidencial para el Desarrollo Económico y las Inversiones, al que también pertenecen el expresidente de Estados Unidos Bill Clinton y exmandatarios latinoamericanos como el colombiano Álvaro Uribe y el boliviano Jorge Quiroga, indicó en un comunicado la Fundación para el Análisis y los Estudios Sociales (FAES), que preside el expresidente español.
Clinton, en el acto de lanzamiento de este órgano en septiembre, consideró esencial para Haití establecer condiciones que favorezcan las inversiones extranjeras en el país y permitan crear empleos sostenibles por medio del consejo, cuya labor está previsto que finalice en febrero de 2016, al término del mandato de Martelly. El reforzamiento de las instituciones forma parte de la consolidación del Estado de Derecho, una de las primeras prioridades que se ha marcado el mandatario haitiano para el futuro inmediato.
Fonte: Ideal

Brasil de Fato: dez anos de teimosia!


Até agora resistimos teimosamente. Porém estamos longe de nosso sonho, de atuar de maneira mais incisiva na formação da classe trabalhadora e na luta ideológica da sociedade brasileira

Editoral de comemoração dos 10 anos do Brasil de Fato, edição do dia 23/01/2013

O nosso jornal está completando – dia 25 de janeiro – dez anos de atividades ininterruptas. Todas as semanas, disciplinadamente, sem nenhuma falha, o jornal foi para as bancas, para os nossos assinantes, para os cursos de formação e disponibilizado em nossa página na internet.

Sobreviver dez anos, como imprensa popular, comprometida com a classe trabalhadora e a visão de esquerda da luta de classes, é, sem dúvida, uma vitória. Um feito fantástico em qualquer país do mundo, ainda mais em tempos de neoliberalismo, hegemonia do capital financeiro e internacional, refluxo do movimento de massas e derrota ideológica das diversas correntes de esquerda na década de 1990.

Sobreviver, aqui no Brasil, é um feito ainda maior. A sociedade brasileira está fundada em graves injustiças histórico-estruturais, que determinam sua condição de desigualdade social e econômica, injustiças sociais, pobreza material e cultural, violência social, ausência de direitos públicos e uma democracia burguesa capenga e hipócrita, que nega os principais direitos humanos e oportunidades à imensa maioria dos seus cidadãos.

Esses problemas estruturais se caracterizam pela concentração da propriedade da terra e dos bens da natureza (minérios, florestas, água, energia). Concentração da riqueza acumulada por uma minoria ao longo de 500 anos. Concentração da renda, pelas graves distorções que ainda temos ao distribuir a produção entre trabalho e capital. Concentração do patrimônio das cidades, em que uma minoria controla os melhores edifícios, condomínios, o transporte público e os espaços da cidade. Ou seja, negam o direito da ampla maioria da população ter moradia digna e conviver democraticamente na cidade.

A educação como um direito fundamental ao conhecimento, se universalizou no ensino fundamental, mas mantém 14 milhões de adultos analfabetos. E abre as portas da universidade para apenas 10% de nossa juventude.

Nossos empregos têm aumentado, porém cada vez mais precarizados nos direitos trabalhistas. Nos envergonha sermos o país de maior número de empregados domésticos, sendo que 80% deles não têm direitos sociais e previdenciários.

A democracia é capenga e se resume ao direito do povo votar. E o Estado todo poderoso continua sendo “pai e mãe” dos ricos, que o utilizam para manter privilégios e acessar recursos públicos na sua acumulação de riqueza, que destina todo ano quase 30% de toda arrecadação pública para pagamento de juros aos banqueiros. E, entre essas mazelas, a concentração da propriedade e do direito a comunicação de massa por apenas sete grupos econômicos, transformou a mídia brasileira num verdadeiro partido de dominação ideológica burguesa na sociedade. Alem de fonte de acumulação de capital.

Foi nessas circunstâncias que o Brasil de Fato sobreviveu dez anos. Um feito heróico, que somente foi possível porque ao longo desses anos conseguimos manter uma linha editorial fiel à classe trabalhadora, sem cair no adesismo governamental ou no sectarismo esquerdista, do estilo “todos estão errados, menos nós”!

Sobrevivemos graças à fidelidade aos movimentos sociais, populares e sindicais, que lhe deram sustentação política, organizacional e que o utilizaram como instrumento de luta ideológica.

Sobrevivemos graças aos milhares de militantes sociais esparramados pelo país, que de forma voluntaria, aqui e acolá, o carregam e o utilizam.

Sobrevivemos graças a um coletivo de profissionais do jornalismo, em várias áreas, que de forma militante, abnegada, sacrificada, colocou seu trabalho e sua sabedoria a serviço dos trabalhadores, enfrentando todo tipo de dificuldades.

Enfim, tivemos muitos problemas e muitas pequenas vitórias. Mas a maior delas é ter sobrevivido, por dez anos.



Nossos desafios

Até agora resistimos teimosamente. Porém estamos longe de nosso sonho, de atuar de maneira mais incisiva na formação da classe trabalhadora e na luta ideológica da sociedade brasileira. Sonhávamos com tiragens massivas semanais, disputar nas bancas e até transformar-se em diário. Não conseguimos. Fomos boicotados de todas as formas. Enfrentamos a luta de classes na prática, com boicote de distribuição, de publicidade e de difusão. Mas sofremos, sobretudo, pelo longo período histórico de apatia das massas e do refluxo das mobilizações populares, que poderiam ter retomado com as vitórias eleitorais antineoliberais. Nos enganamos! Ainda estamos longe do reascenso.

Procuramos fazer edições especiais, massivas, temáticas ou em disputas políticas contundentes. E nisso chegamos a ter edições de mais de um milhão de exemplares, que é um feito para qualquer veiculo de comunicação impresso.

Mas não podemos “chorar o leite derramado”, como se diz no interior. Precisamos redobrar os esforços, aglutinar mais energias e pensar o jornal para os próximos dez anos. Em dezembro passado realizamos uma reunião de balanço, com todas as forças populares que sustentam o jornal. Decidimos fazer vários ajustes. Entre eles, articular mais as nossas energias entre o jornal impresso semanal, a página na internet e a RadioagênciaNP, que passa a se chamar Radioagência Brasil de Fato. Devemos impulsionar de forma mais sistemática o boletim semanal de notícias, enviado pela internet para mais de cem mil pessoas, a maioria militantes e formadores de opinião. Também precisamos ter mais correspondentes nos estados e mais colados às necessidades comunicacionais dos movimentos sociais.

Planejamos também dar um salto de qualidade, com um novo projeto gráfico a partir de março, com o formato de tabloide germânico. Também vamos construir coletivamente, com todas as forças populares que se interessarem, edição regional do Brasil de Fato, massiva, semanal, em formato tabloide, para ser distribuído gratuitamente nos centros de aglomeração de trabalhadores, como metrô, central de ônibus, trens e nas aglomerações da juventude trabalhadora das grandes cidades. Esperamos que esse projeto se concretize ainda neste primeiro semestre em algumas capitais brasileiras.

Temos certeza que, apesar de todas as dificuldades, poderemos superá-las, avançar para que os meios de comunicação articulados ao redor do Brasil de Fato tenham vida longa, e possamos comemorar no futuro, vinte, trinta anos de atividades.

Um grande abraço a cada um e a todos e todas que nesses dez anos, se envolveram de alguma forma, com o projeto. Ele somente foi possível, graças à teimosia de vocês.

Longa vida ao Brasil de Fato!