Como lembra novo diretor da FAO, especulação e desperdício abrem, por enquanto, enorme distância entre aumentar a produção agrícola e construir um mundo sem pobreza
Washington Novaes, em O Mundo Certo
Na reunião em que foi eleito diretor-geral da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO), da Organização das Nações Unidas (ONU), há poucos dias, o ex-ministro brasileiro José Graziano da Silva assegurou – com sua experiência de gestor do programa de combate à fome entre nós – que esta será a sua prioridade: enfrentar esse problema no mundo, para que até 2015 o número de carentes de alimentos no planeta, hoje em torno de um bilhão, se reduza à metade. “É o desafio do nosso tempo”, disse na ocasião o ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, lembrando que um dos complicadores dessa questão, “o protecionismo dos ricos” à sua produção de alimentos, só tem aumentado. E isso quando a própria FAO alerta que os preços desses produtos continuarão a subir nos próximos dez anos. E que a produção precisará crescer 70% até 2050, para alimentar os 9,2 bilhões de pessoas que estarão no mundo nessa época.
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