Concentração das doações é significativa. |
Levantamento dos 19 maiores
financiadores de campanhas (pessoas físicas e jurídicas) registrados, todos de
origem privada, soma a quantia 1.040 bilhão. Só estes 19 investiram, até o momento,
522 milhões de Reais. A chamada “maior festa da democracia” trata-se mesmo da
farra da plutocracia.
Nesse contexto, para dirimir os
fortes teores ideológicos que atribuem a um só candidato a tutela do capital
financeiro, mais especificamente, o Banco Itau,
a matéria é elucidativa. O fato é que este banco esteve, até o momento, na
lista dos grandes investidores de campanhas eleitorais, destacadamente nas
campanhas dos governos petistas, e
não figura como pessoa jurídica na lista dos principais ‘doadores’. Entre a
lista dos 10 maiores investidores desta campanha eleitoral, o setor financeiro
tem 2. “O grupo Bradesco está em
sexto, somando R$ 30 milhões em contribuições vindas de empresas como Bradesco
Vida e Previdência, Bradesco Saúde e Bradesco Capitalização, entre outras. O
conglomerado deu, até agora, R$ 9,4 milhões para o PSD, R$ 8,7 milhões para o
PT, R$ 6,7 milhões para o PMDB e R$ 5,2 milhões para o PSDB. (...) O banco BTG
Pactual e sua administradora de recursos doaram R$ 17 milhões e estão em décimo
lugar na classificação geral. PT e PMDB foram os beneficiários de quase 80%
desse dinheiro."
Os 19 maiores financiadores de
campanha respondem por metade deste valor
Os 19 maiores financiadores de
campanha respondem por metade do valor doado até agora por empresas e
indivíduos na eleição deste ano. As contas de partidos, comitês e candidaturas
em todo o País receberam desses 19 grupos privados R$ 522 milhões do total de
R$ 1,040 bilhão vindo de contribuições de pessoas físicas e jurídicas até
agora.
Esses valores são todos de
origem privada e calculados após levantamento que elimina distorções ou
eventuais erros cometidos pelas candidaturas. Somando-se o que vem do Fundo
Partidário, cuja origem são recursos públicos, o dinheiro que circulou até
agora nas campanhas supera R$ 1,138 bilhão. E isso é só o começo. O montante de
R$ 1,040 bilhão refere-se ao que foi declarado por candidatos a presidente,
governador, senador e deputado federal e estadual ou distrital até 6 de
setembro. Como se trata de uma prestação de contas parcial, não é possível
comparar com o que foi arrecadado na eleição de quatro anos atrás.
A concentração das doações é
significativa. São quase 29 mil doadores até agora, mas 2 de cada 3 reais
arrecadados pelas campanhas vieram dos 100 maiores doadores. Sozinho, o maior
deles, o Grupo JBS, doou até agora R$ 113 milhões, ou 11% do total doado. Dona
de marcas como Friboi, Swift e Bertin, o grupo tem outras empresas que também
doaram, como Seara e Flora Higiene-Limpeza.
O PT foi o partido que mais
recebeu da JBS: R$ 28,8 milhões — ou 1 de cada 4 reais doados pela empresa. O
PSD ficou em segundo lugar, com R$ 16 milhões, e o PMDB, em terceiro, com R$ 14
milhões. Entre todos os candidatos, a maior beneficiada pelas doações da JBS
foi a presidente Dilma Rousseff.
O setor de alimentação tem uma
outra grande doadora. O grupo Ambev — dono de marcas como Brahma, Antarctica e
Skol — aparece em quarto lugar no ranking, com R$ 41,5 milhões doados. O
dinheiro foi recebido principalmente por candidatos e comitês do PMDB (R$ 12
milhões), PT (R$ 11 milhões) e PSDB (R$ 8 milhões). O setor financeiro tem 2
das 10 maiores doadoras. O grupo Bradesco está em sexto, somando R$ 30 milhões
em contribuições vindas de empresas como Bradesco Vida e Previdência, Bradesco
Saúde e Bradesco Capitalização, entre outras. O conglomerado deu, até agora, R$
9,4 milhões para o PSD, R$ 8,7 milhões para o PT, R$ 6,7 milhões para o PMDB e
R$ 5,2 milhões para o PSDB.
O banco BTG Pactual e sua
administradora de recursos doaram R$ 17 milhões e estão em décimo lugar na
classificação geral. PT e PMDB foram os beneficiários de quase 80% desse
dinheiro.
O protagonismo desses dois
bancos e a atuação de outras empresas do setor que costumam colaborar
financeiramente com as campanhas políticas não chega a superar o destaque das
empreiteiras na lista de doações para partidos, comitês e candidaturas. Juntas,
as construtoras contribuíram com quase R$ 300 milhões, ou 30% do total
arrecadado até agora.
Dos dez maiores doadores da
atual campanha, cinco são grupos empresariais que tiveram origem no ramo da
construção. São os casos da OAS (2º maior), Andrade Gutierrez (5º lugar), UTC
Engenharia (7º), Queiroz Galvão (8º) e Odebrecht (9º). Os valores foram
agregados por grupo econômico e incluem subsidiárias de outros setores, como
energia.
Segunda colocada no ranking dos
maiores contribuintes com os políticos, a Construtora OAS acumula R$ 66,8
milhões em doações. O PT ficou com quase metade desse dinheiro, ou R$ 32
milhões. O restante foi dividido entre PMDB, PSDB e PSB, entre outras legendas.
A Andrade Gutierrez doou R$ 33
milhões, divididos quase que exclusivamente entre PT (R$ 16 milhões) e PSDB (R$
13 milhões). A UTC deu R$ 29 milhões (R$ 13 milhões para petistas), a Queiroz
Galvão doou R$ 25 milhões (PMDB recebeu R$ 7 milhões), e o grupo Odebrecht, R$
23 milhões, principalmente para PT, PSDB e DEM. O terceiro maior doador é do
setor de mineração. O grupo Vale doou cerca de R$ 53 milhões até agora, por
meio de uma série de empresas. Dois partidos se destacam entre os beneficiários
de suas doações: PMDB (R$ 20,6 milhões) e PT (R$ 14,5 milhões).
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