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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Universidade brasileira responsabiliza ONU por surto de cólera no Haiti

Cólera atinge 5% da população haitiana

A Faculdade de Direito de Santa Maria (Fadisma), no Rio Grande do Sul, responsabiliza a ONU (Organização das Nações Unidas) pelo surto de cólera no Haiti; a doença já matou aproximadamente 7 mil pessoas e contaminou outras 500 mil no país. A denúncia, de 29 páginas, foi enviada à Comissão Interamericana de Direitos Humanos no dia 30 de novembro.

O processo feito pela instituição gaúcha através do projeto Brasil-Haiti foi baseado em estudos científicos que afirmam que a ONU tem participação efetiva na disseminação da doença, possivelmente transportada ao Haiti por meio de soldados nepaleses a serviço da organização na base militar da Minustah em Mirebalais, onde foi localizado o foco da cólera. Por outro lado, a Organização das Nações Unidas assegura que a epidemia foi resultado da confluência de circunstâncias.
“Até o momento, mesmo com todas as comprovações científicas da origem da epidemia, sequer um pedido de desculpas oficial a ONU formulou com relação à introdução [mesmo que não intencional] dessa doença, que era era registrada país há aproximadamente cem anos”, comenta a advogada e consultora do projeto “Brasil – Haiti”, Maria Carolina Silveira Beraldo. “Trabalhamos intensamente durante quatro meses para finalizar a denúncia, mas o mais difícil será ultrapassar a barreira da imunidade da ONU”, completa.

Indenização
Além do reconhecimento da culpa e do pedido de desculpas ao povo haitiano, a Fadisma reivindica que a ONU repasse US$ 500 milhões para a reestruturação do sistema de saneamento básico do país, bem como a indenização das vítimas e de suas famílias.

“Não podemos assistir passivamente ao que está acontecendo. Nós nos sentimos moralmente obrigados a colocar o instrumento jurídico a serviço da população daquele país”, diz a professora de Direito Internacional e Organizações Internacionais da Fadisma e vice-coordenadora do projeto “Brasil – Haiti”, Cristine Koehler Zanella. “Nossa missão é evitar um silêncio que vem junto com as causas que envolvem as pessoas mais esquecidas do mundo”, acrescenta.

Um comentário:

Daniel disse...

"que era era registrada país há aproximadamente cem anos”, que não era...