07 de dezembro de 2014
Kroton Educacional bate record
em lucro com repasse de dinheiro público
Lucro de R$ 213 milhões no
terceiro trimestre desse ano é resultado de programas sociais do governo do PT,
como o ProUni, o Pronatec e o Fies, assim como com o aumento de mensalidades e
o corte de custos na instituição
A Kroton Educacional, a maior
empresa privada de educação do país, somou no terceiro trimestre desse ano um
lucro líquido de R$ 213 milhões, cerca de R$113,5 milhões a mais que obteve no
mesmo período do ano passado (quando somou R$ 99,5 milhões). Um dos motivos
pelo aumento exponencial de seus lucros, entre outros motivos, tem ligação com
fusão entre a instituição e a Anhanguera Educacional. Com a aprovação da junção
entre as instituições de ensino se transformaram na maior rede privada de
ensino do mundo.
No período, a geração de
recursos através de suas atividades operacionais medida pelo indicador
financeiro Ebitda, somou R$ 354, 8 milhões, ante R$ 180,9 milhões em etapa
igual de 2013.
O Ebitda calcula o lucro
operacional, que é a subtração, a partir da receita líquida, do custo dos produtos
vendidos (CPV), no caso os cursos da instituição, das despesas operacionais e
das despesas financeiras líquidas. Os analistas esperavam, em média, lucro
líquido de R$ 272 milhões e Ebitda de R$ 352 milhões para o período, segundo
pesquisa da Reuters.
A Kroton Educacional controla
sozinha mais de um milhão de estudantes do ensino superior e pós-graduação, 290
mil estudantes de educação básica, 41 mil do Pronatec e mais 53 mil em cursos
irregulares. Após a fusão entre a Kroton e a Anhanguera, a nova companhia tem o
equivalente a 20% de todas as matrículas do ensino superior brasileiro de
acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de
Ensino (Contee). Sendo ao todo, 486 mil cursando o ensino presencial (graduação
e pós-graduação) e 516 mil em regime de ensino à distância.
Nesse sentido um dos motivos
pelo qual houve a ampliação dos lucros da Kroton Educacional vem de um lado do
investimento de grupos especuladores nacionais e internacionais que articulam
as fusões entre diferentes companhias e promovem uma reestruturação nessas
instituições, no sentido de diminuir custos reduzindo o número de funcionários
das faculdades, mantendo baixos salários e demitindo professores com maior
nível de formação. E por outro lado, com o repasse do dinheiro público por meio
dos programas sociais do governo federal voltados à educação, como, por
exemplo, o ProUni (Programa universidade para Todos), o Pronatec e o Fies.
Inclusive a Kroton Educacional
foi uma das 15 empresas que mais valorizaram durante o governo Dilma (PT),
segundo informações do levantamento feito pela consultoria Economática. O que
pode ser visto pelo aumento de seu valor de mercado, quando em dezembro de 2010
(último ano do segundo governo Lula) a empresa somava R$ 1,42 bilhões, saltando
para R$ 29,08 bilhões até novembro de 2014.
Em comentário a Kroton informou
que terá até 2016 um modelo acadêmico único para toda a organização, para
repetir o desempenho financeiro e visar o aumento desse lucro.
É evidente que a ampliação dos
lucros da Kroton Educacional vem em grande maioria do repasse dos cofres
públicos à instituição que bate records em lucro, enquanto os estudantes dessa
instituição se deparam com uma qualidade de ensino e uma estrutura
universitária abaixo da crítica.
É preciso exigir que esse
monopólio privado educacional que já é financiado com dinheiro público, seja
estatizado e colocado sob controle dos maiores interessados em uma educação da
qualidade e que seja pública, funcionários, professores e uma maioria de estudantes.
Fonte: PCO
Nenhum comentário:
Postar um comentário